terça-feira, 21 de dezembro de 2010

HORTÊNSIA PAINEIRA

A Ponte Torta - foto: Edmundo Figueiredo

"Debaixo dessas águas, há muita história guardada,
afogada,
há homens na porta dos casarões
que ainda não perceberam
que a água veio
e que foram tragado
e há lamento de mulheres..."

Um trechinho do livro Hortênsia Paineira - Inventário das Águas, onde conto literariamente os acontecimentos da época. Acho que nasci, também para isso, para contar essa história. Esse livro está em um concurso de literatura e pretendo trabalhar pela sua publicação no próximo ano. A personagem central, Hortênsia, foi inspirada em minha avó Alice Figueiredo. Suas irmãs no livros se chamam: Margarida, Rosa, Dália, Líria... Uma única irmã não se chama nome de flor, Izolita, que em esperanto quer dizer isolada. Esta personagem morre muda, muito cedo, abre o livro e reaparece outras vezes no fio condutor. A história começa no tempo do Porto Carrito, do Rio Sapucaí, passa pela chegada das águas, até os dias de hoje. Aguardem!!!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O CARMO JÁ TEVE!


Texto escrito por Edmundo Figueiredo Soares e publicado pelo site da Nana

Estas fotos antigas do Carmo, cuidadosamente garimpadas e preservadas pela Secretaria de Cultura de Carmo do Rio Claro, remetem à necessidade de prevervação de nosso patrimônio, artístico, cultural e arquitetônico. Além de sua beleza plástica, que é de uma qualidade incontestável, nos leva a uma viagem ao passado de nossa cidade, fazendo com que nossa mente percorra espaços urbanos já não existentes, transformados pelo tempo ou pela ação do homem ou simplesmente destruídos pelo desconhecimento de sua importância histórica por seus proprietários (públicos ou privados).
Atualmente, a ausência de muitas edificações centenárias, faz com que reflitamos sobre a importância da preservação de nosso patrimônio e evitemos que novos "crimes" contra a nossa história venham a ser cometidos.
Lembremos alguns casos:
- A antiga Igreja Matriz derrubada por volta de 1960, para edificação de uma moderna que, apesar de bonita, em muito fica a dever à outra;
- A demolição da Igreja do Santo Antônio, no início dos anos 70, para passagem de uma avenida, que “não podia” se desviar dela;
- Outra Igreja demolida foi a do São Bom Jesus dos Aflitos, no Itaci, construída em meados do século XVIII, belíssima, também para construção de uma outra mais nova (esta sim de gosto duvidoso);
- Existiu até o início dos anos 70, onde hoje está a Praça do Boi, o lindo prédio da Irmãs da Providência de Gapp, importante Congregação, que atuou no Carmo por mais de 60 anos, desde o ano de 1904;
- Uma transformação de impacto, foi o fim da Praça, anteriormente Cemitério, onde hoje funciona a Prefeitura Municipal, perdendo a cidade uma importante área verde de lazer e quase matando de desgosto a Da Nicotinha Paiva:
- Uma infinidade de residências particulares, que sucumbiram perante a "modernidade".
A divulgação destas fotos, de importante valor histórico e artístico, proporciona a visão da dimensão do descaso com o patrimônio histórico, com a destruição de bens públicos e privados, que devem estar presentes no imaginário desta população que, com certeza, fará renascer seu instinto de preservação da memória desta cidade como soube renascer das águas com tanto vigor.
Parabéns para a Secretaria de Cultura do município e pelo site da Nana pela iniciativa da divulgação deste importante acervo.
e-mail: edmundo@carmodorioclaro.com

MEMÓRIA VIVA!



Gente, olha quem achou o blog...Ela nos presenteia com um relato emocionante da chegada das águas.


"Oi Cleise da "Donivalda"! Aqui é a Ângela do Zé Ganguinha! Que saudade! Te achei pela Nana de Minas que acompanho, li seu blog e revivi tudo aquilo que está nele.
Lembro-me da igreja antiga, eu vestida de anjo, metida em um nicho na parede ao lado da imagem de Nossa Senhora, coroando-a. Depois me lembro da igreja no chão, eu na bicicleta da Tuza, irmâ da Dedete, caindo dentro de um monte de cal, afundando inteira, eu e a bicicleta.
Você me levou a aquele tempo bom de fazer os tapetes de Corpus Cristi, eu e minha família, em frente à casa do vovô Agripino. Odiei quem fez aquilo tudo acabar.
Você fala de sua família, inclusive do Joi. Até levei susto. Ele foi um dos meus primeiros namorados, pelo menos, o primeiro que meu pai permitiu que namorasse.
Quando você fala sobre a chegada das águas de Furnas, achei que tinha um pouquinho prá te contar. O papai era leiteiro, lembra? Nas férias eu ia com ele quase todos os dias "fazer a linha" que era pelo Barreiro, até perto de Ilicínea. Por isto, lembro-me claramente do antes e do depois. O Rio Sapucaí, oferecia uma das mais lindas paisagens que já vi. Suas águas, na seca, passavam sobre muitas pedras e espumavam muito. Morria de medo na hora de atravessa-lo, no barco do Sr.João Delmonte, puxado por cabos de aço, dirigido pelo Chiquinho barqueiro ( acho que era esse o nome). Que pena estar em dúvida, pois, gostava muito dele. Passávamos pelas fazendas do Sr. Paulo Aires, Sr. Oto, Sr. Zé Murilo, Sr João Delmonte, Sr. Zé Leite e vários outros e íamos até a fazenda da Dona Araci Palacine.
Depois, quando tudo virou só água e ruínas, ainda consegui ver, não sei como, nem quando, uma ponta do telhado, acho que da casa do Sr. Paulo Aires. Como você disse, a geografia mudou tanto, que não sei mais por onde passávamos. A impressão é de que estava em outro lugar muito diferente.
A última coisa de que me lembro, foi de atravessar no caminhão, na nova balsa. Quando chegamos do outro lado, já de volta pro Carmo, encostou uma lancha de bombeiros trazendo uma família de sitiantes, que tinha ficado ilhada em algum lugar. Estavam doentes, com feridas pelo corpo, magros e o que mais me marcou, estavam atônitos, parados, sem saber o que fazer. Suas vidas estavam ali na lancha, em pequenas trouxas amarradas. Pediram, os bombeiros, que meu pai os levasse atá a cidade e os despejasse no asilo. Lembro-me da tristeza deles e principalmente do meu pai. Ele ficou calado e nunca mais quiz me levar com ele.
Cleise, desculpe-me pela escrita desenfreada, mas fiquei feliz de poder falar com você, e poder lembrar tanta coisa da nossa querida Carmo. Um beijo com muita saudade.

FUI!

(foto do Edmundo F.Soares)

Vou tirar uma férias, merecidas. Passo o Natal em Passos, com toda a família. Vamos nos reunir na casa da Alice e do João. De lá, vou para minha querida Carmo do Rio Claro. Vou aproveitar para acolher mais depoimentos interessantes para postar no blog para vocês. Portanto, volto apenas depois dia 5 de janeiro. Feliz Natal e um Ano Novo maravilhoso!

Aproveite a ocasião para fazer um balanço do ano que passou - que experiências vivenciou, o que aprendeu nas dores e nas alegrias. Agradeça. Peça perdão. E aí, acolha de coração leve o próximo ano que está chegando, novinho em folha. Nele, podemos escrever o que quisermos. Faça um projeto para o próximo ano; com plano de ação, coisas que deseja conquistar a nível abstrato e físico. É muito bom andar com meta. É legal também subir um montanha planejando o próximo ano. Já fiz isso uma vez na Serra da Tormenta.

Obrigada pelas visitas.

DÉCADA DE 70

No tempo do Gálax, da Rural, do Sinca Chambor (será que escreve assiM), do Mustang, da Dkv...
No tempo em que ainda estava de pé a casa do Colégio Sagrado Coração - doada pela beneméita Maria Goulart. Se ela soubesse que sua casa, tão generosamente doada, seria jogada ao chão...

Esse é tempo da nossa juventude, do Geca no Gec em Julho (que mata de saudades!"), do concursos de Miss Carmo animado pelo Milton Luís. Dos inesquecíveis bailes do Laércio de Franca. Chegava o feriado, o Carmo recebia centenas de visitantes, acabava a água da metade da cidade. Tempo se poucos recursos. Se trovejava, apagavam as luzes. Isso já aconteceu até em baile de reveillon, quem se lembra?

Tempo do eterno e inesquecívelllllllllllllllll Bar XV, que vai merecer muitas e muitas postagens. Fica desde já a minha homenagem a Chiquita,Helena,Marli e Jé, por proporcionarem para nós um espaço de acolhimento. Ali, conhecíamos as músicas do top da moda. Dançávamos com luz negra e beijávamos muito na boca. "Comíamos goiaba" - como dizia a Chiquita. Mas, com todo respeito. Se passávamos da conta, o Jé batia com o copo na mesa e cortava o nosso barato. A bebida era Cuba Libre...
Torcemos para que um dia o Bar XV reabra as suas portas. Com certeza, terá público certo e será sucesso na hora!

REGISTRO FOTOGRÁFICO

Eu fico olhando essa foto com lupa. Ela faz parte do acervo do César Marinho e foi tirada pelos seus antepassados provavelmente. Ainda se vê ali o muro da Etelvina e duas negras conversando. Dizem que ao pé da Serra existiu o Quilombo do Rosário.
Esta foto é muito, muito antiga. Ainda não existia praça, nem o "quadrado" (veja postagem anterior, antes da Praça cimentaram os passeios de fora.) Não existia ainda a casa do Zezé Augusto e nem a igrejinha em cima da serra. Já estava lá imponente a casa da Dona iracema, da dona Alda...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

VIDA NATURAL - nº 1 - ECOLOGIA DOS ÓRGÃOS

Na foto: a Iana, minha filha, num pedacinho do paraíso, a Pousada Campo Alegre, do Tião da Lola, mais conhecida por Pousada da Mavi. Isso é que é vida natural!

Por vinte anos fiquei sem comer carne - nem frango e peixe. Hoje, como um pouco de frango (raramente) e procuro consumir mais o peixe. Tenho dado preferência para a sardinha e o salmão (quando o bolso permite), não gosto de atum, mas os três tem ômega 3. Não sei exatamente o que é, sei que combate os radicais livres. Também não sei explicar direito, sei que levam ao envelhecimento. A alimentação mediterrânea é a melhor, com base no azeite, no peixe e no consumo moderado e diário de um cálice de vinho.
Tornei-me naturalista com 25 anos, quando me casei pela primeira vez. Cortamos a carne, diminuindo aos poucos em seis meses. Nessa época, conheci um agrônomo - Hiroshi Seo. Na verdade, o conheci através de um livro "Manual de Agricultura Natural-Unidade da Vida" e fiquei sabendo que desenvolvia a agricultura orgânica com sucesso em uma fazenda no interior da Bahia. Passei a enviar doações à obra. Por que estou falando disto? Porque, com a licença de meu amigo Hiroshi, vou reproduzir aqui alguns ensinamentos bastante práticos.
Assim como farei com Yoga - que é um tesouro que a vida me deu, também transmitirei esse ouro que é o conhecimento da natureza. Saber se alimentar, algo tão essencial e tantos, tantos não sabem comer. Saber plantar. Sem agrotóxicos, ele ganhava todos os anos prêmios produtividade.
Esse blog quer falar principalmente com meus conterrâneos, os carmelitanos. Muitos são fazendeiros e não tem uma horta, compram as verduras no sacolão. Numa terra de tanto câncer, deveríamos abolir os agrotóxicos e nos alimentar de verduras orgânicas.

ECOLOGIA DOS ÓRGÃOS

"A alimentação vegetariana, à base de cereais integrais, verduras, raízes e frutas rústicas e regionais, e certos exercícios físicos fazem o nosso sistema de eliminação de toxinas funcionar em toda a sua potencialidade. O mundo não precisa de grandes hospitais, precisa, sim, de grandes excrementos individuais".

A alimentação baseada em farinhas, açúcar e arroz branco é - segundo Hiroshi - um verdadeiro entupidor de intestinos. O sangue fica sujo. É como se as nossas veias fossem rios e eles estivessem poluídos. Precisa fibra, muita fibra para que essa massa toda rompa nosso imenso intestino. Ele dá muitas voltas até se desfazer desse lixo todo. E nem todos conseguem. Já conheci pessoas conformadas - ah! eu vou de dois em dois dias...

Veja o que diz Hiroshi: "Um engenheiro perfeito só faz máquinas perfeitas."
O sistema nervoso autônomo do corpo humano é equipado de modo a manter a homeostasia, isto é, o equilíbrio perfeito, a saúde. Quando comemos, quem faz a digestão é esse mecanismo automático, é o mesmo que regula as batidas do coração, o ritmo respiratório, a temperatura basal etc. E essa máquina perfeita, criada por um engenheiro perfeito, tem seus sistemas de defesa, de filtragem. Tudo o que não é aproveitado por essa máquina deverá ser eliminado através:
- dos intestinos
- dos rins
- da pele
- dos pulmões.
Mas, o que acontece quando essa máquina está emperrada?
Os intestinos obstruídos por uma alimentação inadequada?
Os rins sobrecarregados de tantos refrigerantes e corantes?
A pele bloqueada por roupas artificiais?
Os pulmões utilizando apenas 10 por cento da sua capacidade total?

Por isso, a ecologia dos órgãos é indispensável a todos os que falam em proteção ambiental."

"Deus criou o homem para os vegetais, e os vegetais para o homem: fez o Paraíso cheio de amores e frutos e pôs o homem nele" (Machado de Assis)

E vem aí: fisiologia vegetal, adubação verde, como restaurar solos, como controlar a erosão, as plantas companheiras, inseticidas naturais, pássaros amigos, secador e forno solar, vinho de frutas e muito mais...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

SOBRE AS ÁGUAS...


SEDIMENTOS DA REPRESA DE FURNAS

E as várzeas se fizeram água. Sedimentos acumulados em milhares de anos, agora são barro no fundo daquele oceano de água doce.

E os sonhos fizeram água. Sentimentos acumulados em pares de anos, agora são um esbarro no fundo da alma que vê aquele oceano de água doce.

Sentimentos sedimentados no coração da gente do Carmo, que tem a represa como sua ruína ontem e sua redenção hoje.

E a água doce que cobriu a várzea, hoje rega os sonhos de tantos descendentes daqueles que tiveram seus sonhos de ontem ceifados pela vinda da represa.... e acolhe docemente quem mais chegar.

(Edmundo Figueiredo Soares)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

NANA DE MINAS DIVULGOU MEU BLOG

Agora meu blog vai bombá! Deu na última coluna da Nana de Minas. Bem vindos a todos os que visitam esse espaço de história que é feito para nosso deleite, carmelitano e simpatizantes.
Visite
www.nanademinas.com.br
e saiba tudo sobre o Carmo dos dias de hoje.

RUA XV DE NOVEMBRO



"Cleise, envio estas fotos: Galiano(Nio) e se não engano é o Dimundinho que está com ele na porta da loja na casa da vovó Maria.
A outra me parece que é a Silvia(do tio Carlos), a Lena e a Solange( da Dª Salomé), o Dimundinho, Elsa(da Dª Negrinha) com o Antonio Augusto (Duti), eu e os outros acho que são da sua casa."

Recebi essas fotos acima da Ana Maria(.Vou situar: filha do Sô Mário e da Dona Olívia). Ana, eu e a Cláudia também estamos na fot, sentadas e a Carla em pé, ao lado da Lena. É o Dimundinho mesmo. Foi tirada na rua - então chamada XV de Novembro, quando o Camilo Aschar ainda não era apenas um nome de rua. Era uma pessoa e muito educada que vivia na esquina com sua mulher Elvira e duas filhas. Ali moramos - mamãe, papai e os sete filhos, a vó Alice e o Vô Soares, a Elisa, a Madrinha Tata, o Luizinho, o Jói - quem se lembra do Jói?

É só puxar a linha que a história vem chegando. Também moravam na Rua XV de Novembro quando éramos crianças: a Dona Ila e o eterno poeta Paulinho Astolfo, a Henriqueta com o Lourenço. A dona Alcina, que costurava as nossas roupas. O Leonardo, tio da Salete. (Tinha a Salete e a Salete moça, que era amiga da Madrinha Tata.) Lá também tinha a barbearia do Roque. De um lado, o Sô Nicolau (depois Camilo). Do outro, o Sô Túlio. Do lado do Sô Túlio, morava minha amiga Rodinha. Tinha a casa da Lena e da Solange (que estão na foto), filhas da Salomé. O muro comprido do colégio, o muro verde da Henriqueta...

Uma história me comoveu na rua XV de Novembro, que era também uma rua de muitas sombras. Ela trouxe para nós algumas tristezas - algumas prefiro nem acordar. Ali, perdi meu pai. Uma vale a pena contar. Eu era criança e conheci o Manoel. Um sobrevivente daquele terrível acidente/incêndio que dizimou grande parte de sua família. Quando tudo aconteceu, ele já tinha um câncer e uma das pernas cortadas. Mesmo assim, ajudou a tirar alguns irmãos. Ele subiu de muleta a Serra da Tormenta. Nós, crianças, ficávamos espiando o alpendre da Dona Ila onde ele namorava todas as mocinhas da rua. Cada hora uma beijava longamente a sua boca.
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Ao postar, cometi um erro e muito grave. Confundi o nome de Manoel Goulart com o do meu primeiro amor, o Joaquim. Não queria contar a história. Naquela noite anterior, ficamos até tarde com a sua irmã Bilica, que esperava sua família. À noite, ouvi criança vozes dizendo "acidente" "incêndio". Cada um de nós de casa, namorávamos um da família. E o meu namorado, justamente o Joaquim morreu nesse acidente. Ainda conservei por muito tempo uma foto dele, que se perdeu no decorrer da vida. Mas jamais vou esquecer dos primeiros olhares e do primeiro menino que pegou a minha mão. Olha, ele até brigou na esquina por mim. Eu me senti uma rainha ali sentada e ele e o seu primo Ricardo me disputando. Foi no tempo do doce de leite Bé. Com certeza, os da família vão se lembrar. Cada dia, um deles me mandava um doce de leite.

" Também me lembro muito do Sô Roque, dos pícoles do Sô Tulio. Dona Alcina era minha costureira, e as carambolas do Sô Humberto. A jabuticabeira da horta da sua casa como é bom relembrar esse tempo. E o Nego da Maria Henriqueta o que será feito dele?" (Ana Maria)


TEMPO DE PERDAS
Lembro-me também da fila imensa de mendigos que se formava todas as quintas feiras - a Ludi disse que foi instituído o Dia da Esmola. Não sei se era uma coisa lá de casa ou de toda a cidade para socorrer os que perderam com as águas de Furnas. Muita pobreza. Fome absoluta.
Papai deixava um saco de arroz na porta para distribuir. A cidade era triste, chorava o banzo, a perda.

Perdemos muito para Furnas. 212,18 km quadrados de terras férteis, vales. Perdemos fazendas centenárias, grutas com desenhos rupestres, casas. Dizem que há casas mobiliadas embaixo da água. Pessoas que se recusaram a sair, a negociar e deixaram tudo. Muitos enlouqueceram, suicidaram. Os políticos gritaram "não queremos ser a caixa d´água do Brasil". Resultou inútil, a água veio. E tudo foi mudando lentamente.

Nós adolecemos dentro desse banzo e da migração em massa da juventude para São Paulo e outras terras. Também a rádio convidava: São Paulo é São Paulo, terra da garôa. O povo de São Paulo, é muito gente boa. Eu vim para São Paulo e não vou sair daqui. São Paulo conte comigo enquanto eu existir..." A indústria chamava o Brasil ao trabalho.

E houve uma grande transmutação na região. Mudaram a geografia e o meio ambiente. Alterou o clima, que era muito gelado e ficou mais quente. No processo de transformação, aumentaram ratos, pernilongos, cobras - todos fugindo das águas, procurando a terra firme.

Você já imaginou o drama que a chegada da água causou? Primeiro a notícia, vão alagar tudo.
Onde? Quais as fazendas? Dizem que várias povoações ficaram ilhadas, separadas, sem comunicação. Pense no Itaci, o Porto Ponte, acho que até hoje não se recuperou do susto de ter subitamente se separado da sua cidade/referência. Foi bom? Foi. Foi preciso? Foi. Mas isso não impede de contarmos a história. Nós, que a presenciamos.

A gente nadava no aterro e a paisagem era de árvores mortas - uma aparência de pântano. Nadávamos entre capins. Era um perigo! Quantos morreram nessas águas e ainda morrem. Mas naquele tempo era mais perigoso. Não conhecíamos o fundo da água, não sabíamos sequer nadar. Esse era o panorama de fundo da década de 60/70 na cidade de Carmo do Rio Claro e, com certeza, no entorno. Cidades que tiveram que mudar de lugar? Guapé, Capitólio, que viram afogadas as suas igrejas, as suas casas, Fama... Tantos pequenos e grandes dramas. Eu mesma vi meu tio Evaristo, que era proprietário de uma grande fazenda - cheia de fartura - morrer cavando um sítio de terra dura no São Benedito, o que conseguiu comprar com a mísera indenização da hidrelétrica.
O FIO DA MEADA
Quero mesmo é puxar o fio dessa meada. Registrar para as gerações futuras, a história da cidade, transformada em suas bases com a chegada das águas. Se você tem uma história para contar sobre o Carmo e sobre a chegada de Furnas - os impactos, acontecimentos que presenciou, mande os relatos e fotos (se quiser) para meu e-mail cleisempsoares@gmail.com

SE VOCÊ CONHECE ALGUÉM QUE VIVEU ESSES DIAS DO "DILÚVIO" DE FURNAS,
MANDE OS RELATOS, PASSE O CONTATO PARA MIM, ANTES QUE OS TESTEMUNHOS VIVOS DESSA HISTÓRIA PARTAM DESSA PARA MELHOR, LEVANDO CONSIGO A HISTÓRIA VERDADEIRA QUE MORA DENTRO DAS PESSOAS.

Viu Ana Maria, onde fomos parar? Obrigada pela contribuição. Você que me lê, divida também conosco as suas lembranças do Carmo, que acabam sendo a lembrança de todos nós.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

ENCONTRE O EPITÁFIO CERTO PARA SEU SONO ETERNO

Ah ah ah ah ah rrrsssssssssssssssssssssssssss

Conforme o prometido lá atrás no blog, vou postando aos poucos os hilários EPITÁFIOS do Job Milton, publicados em livro em 2006.

VAGABUNDO DECLARADO
(O TRABALHO, COMO ENJOA!)
MESMO ASSIM MORREU CANSADO
CANSOU DE VIVER À TOA

com as boas causas coeso
errou sim, mas quem não erra?
foi um cidadão de peso,
que lhe seja leve a terra.

MAS QUE ESTRUTURA PERFEITA,
UMA BELEZA DE FADA
QUE NINGUÉM QUIS VER DESFEITA!
QUE PENA SER HOJE OSSADA!

Foi ranheta, rabugento
mal-humorado, ranzinza.
Ainda bem que esse elemento
transformou-se agora em cinza.

NÃO RESPEITAVA NINGUÉM
FOI ESPECIALISTA EM DARNÓ;
PARA DE TODOS O BEM
ABOTOOU O PALETÓ.

UMA MENSAGEM DO EDworld

Foto: Edmundo dando uma canja para nós na festa de 70 anos do Joaquim.

"Delícia seu blog... dá prá gente viajar no tempo, rever pessoas e fatos que estavam engavetados na memória e passear por personagens tão ricos da história de nossa Macondo sulmineira.
Parabéns e obrigado pela iniciativa de manter a memória do Carmo ( principalmente a memória não escrita), ativa e viva. Parabéns também pelos textos sempre tão sensíveis e bem escritosUm grande beijo, tenho certeza que já é um sucesso."

Edmundo

A gente o conhece por Ed, Edword, Dimundinho, mas ele prefere ser chamado de Edmundo. Estou aguardando as contribuições do meu irmão,em fotos e contos.

ORAÇÃO DO MILHO!

A poetisa Cora Coralina, natural de Goiás Velho e que foi descoberta com 75 anos nos presenteou com esse poema comovente. Como sou louca por milho cozido, assado, angu, pamonha, mingau, pipoca... venho aqui homenagear também o milho. Temos muito o que aprender da sua generosidade e humildade.

"Senhor, nada valho
Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das
lavouras pobres.
Meu grão, perdido por acaso,
nasce e cresce na terra descuidada.
Ponho folhas e haste, e se me ajudardes, Senhor,
mesmo planta de acaso,
solitária,
dou espigas e devolvo em muitos grãos
o grão perdido inicial, salvo por milagre,
que a terra fecundou.
Sou a planta primária da lavoura.
Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo
e de mim não se faz o pão alvo universal.
O Justo não me consagrou o Pão da Vida, nem
lugar me foi dado nos altares.
Sou apenas o alimento forte e substancial dos que
trabalham a terra, onde não vinga o trigo pobre,
alimento de rústicos e animais do jugo.
Quando os deuses da Hélade corriam pelos bosques,
coroados de rosas e de espigas,
quando os hebreus iam em longas caravanas
buscar na terra do Egito o trigo dos faraós,
quando Rute respingava cantando nas searas de Booz
e Jesus abençoava os trigais maduros,
eu era apenas o bró nativo das tabas ameríndias.
Fui o angu pesado e constante do escravo na exaustão
do eito.
Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante.
Sou a farinha econômica do proletário.
Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam
a vida em terra estranha.
Alimento de porcos e do triste mu de carga.
O que me planta não levanta comércio,
nem avantaja dinheiro.
Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paióis.
Sou o cocho abastecido donde rumina o gado.
Sou o canto festivo dos galos na glória do dia
que amanhece.
Sou o cacarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos.
Sou a pobreza vegetal agradecida a Vós, Senhor,
que me fizestes necessário e humilde.
Sou o milho!

QUE SAUDADES DO TAPETE DE CORPUS CHRISTI


O ano inteiro a gente reciclava produtos para o Corpus Christi. O café coado era guardado, a serragem das carpintarias eram disputadas e coloridas, as tampinhas de refrigerantes ganhavam coloração prateada, cobertas por papel laminado. Cada casa tinha sua estrutura/forma, não sei como se chamava. Logo de madrugada, acordávamos -para as crianças era uma festa - e começávamos a enfeitar o tapete de frente da nossa casa. Inesquecível o aroma das flores e folhagens usadas nos enfeites. Havia alguns que eram concorridos. Alguns colocavam até frutas - uvas e folhas de parreira. Depois de feitos os nossos arranjos, andávamos pela cidade para espiar os outros.
A Igreja achou então que a feitura do tapete desviava os fiéis do verdadeiro objetivo da festa. Que ridículo! Se ali estávamos reproduzindo um gesto feito pelos fiéis há dois mil anos, para que Jesus andasse sobre ele e pensávamos nisso não apenas naquela manhã inesquecível de junho,quando um friozinho começava a chegar devagar no sul de Minas junto com as mexericas, mas durante todo o ano, reciclando e guardando.

É realmente uma pena que tenha acabado. No centro da cidade, porque sei que na Rua Nova o tapete ressurgiu. Parabéns ao Padre Ságio! Quem sabem poderíamos ressuscitar o tapete em volta da Igreja Matriz.

QUE PENA QUE DERRUBARAM A IGREJA!


(foto do acervo do César Marinho)

Dessa igreja eu me lembro pouco. Mas uma imagem ficou viva em minha mente. A cidade estava em festa, uma imagem de Nossa Senhora estava peregrinando e ao seu redor, constantemente, as pombinhas voavam. Isso, aos meus olhos de criança (deveria ter seis/sete anos) era um milagre. A igreja tocava "eu confio em Nosso Senhor... com fé, esperança e amor. Eu confio em nosso senhor, com fé, esperança e amor". Padres vestidos de túnicas marrons -os capuchinhos - entravam na casa paroquial com latas de biscoitos. A Elisa (minha segunda mãe) comprou um terço todo de contas coloridas e a mamãe indulgência plenária para o meu pai. Essa é a lembrança.

Quando todos concordaram em derrubar a matriz para fazer uma mais moderna, apenas uma voz se levantou na cidade e justiça seja feira: o Tio Duduca (marido da Tia Lola) foi o único a defender a igreja. Os santos foram esparramados pela cidade. Muitos, jamais voltaram para a igreja. E ela veio abaixo. O pároco da época era o Padre Marcelo. Em cima, foi construída a igreja atual, em arquitetura moderna, com linhas retas. Junto com a modernização da igreja, veio o final das festas populares, entre elas, o lindo tapete das ruas de Corpus Christi, que merece um artigo especial.

"Padre Marcelo era cheio de pompa e protocolo. Usava barrete na cabeça, sapatos de fivela. Ele criou um embaraço no carnaval, convocando as beatas para fazerem um manifesto à noite contra o carnaval. Nessa época, a igreja funcionava na Capela"... segundo o Job.
O Tião da Lola, meu irmão, completou essa história. As beatas s colocaram em frente a capela. A banda de música veio vindo da praça. Um bloco na frente, a banda de música e um bloco atrás. O bloco da frente foi andando e a banda não viu que havia uma barreira de beatas e continuou tocando. Segundo o Tião, se a banda estivesse na frente, o carnaval do Carmo tinha acabado. Resultado: o cortejo continuou em direção à capela e o padre e as beatas fugiram correndo.

SOBRE PADRES curiosidades

"O Carmo tem praga de padre"
Sempre ouvi essa máxima. Essa praga - segundo o Job -foi lançada pelo Pe. Cipriano Canton, por volta de 1918/20. Haviam criticado a sua conduta, ele então foi embora dizendo: O Carmo dará um passo para frente e dois para trás". Mas abençoou a família Figueiredo (que máximo!).

Crime na Igreja
A vovó (Alice Figueiredo) contava que um crime aconteceu dentro da Igreja do Carmo. Um matou o outro com um golpe de castiçal. O padre fugiu, se chamava Padre Jones Nery de Toledo Lion (1872-1882). A igreja foi interditada.

Racismo na Igreja
"O certo é branco com branco, preto com preto". Essa máxima da vovó, o Tio Toninho derrubou casando-se com Tia Maria e eu derrubei casando-me com o Renato. Mas para justificar seu preconceito, ela dizia que o padre uma vez destrocou os casais na porta da igreja, colocando preto com preto e branco com branco. Mas, na saída, eles se destrocaram.


NO TEMPO DO VAPOR!

Dois vapores circulavam pelo Rio Sapucaí antes da hidrelétrica. O Job Milton conta que os apitos eram ouvidos na cidade. O vapor Francisco Feio, do Porto Carrito desembarcava às segundas e quintas feiras. Meu avô - Sebastião Soares - era gerente e responsável por despachar as mercadorias. Atrás dopvapor, ia o barco com as cargas. Ele vinha de Fama e parava no Porto Ponte - onde todos dormiam - (atual Itaci). Só depois, aportava no Porto Carrito.

Mas o apito do Vapor São Cristovão é inesquecível para os que o ouviram. Segundo meu primo Job, era mais bonito que o Xico Feio. O vapor era administrado por Dr. Epifânio Magalhães Macedo e aportava no Porto Belo às quartas e sábados. "O apito era muito bonito, longo e prolongado" - testemunha. "A chegada do vapor era acontecimento importante na cidade."

Do Porto Carrito, um trole do vovô Soares levava os visitantes até Carmo do Rio Claro, era dirigido pelo "Seu" Pio.
Em 1938/39 começaram a circular as jardineiras.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

ESTATÍSTICA DO BLOG

Com três semanas de criação, o site Senhora do Carmo já recebeu 209 visitas. Sejam bem vindos!

AULA Nº 1 DE YOGA - RESPIRAÇÃO

(-Esse é um belo horizonte, disse o papa aos pés da Serra do Curral, observando a cidade lá embaixo. Esta foto é da minha filha Iana - um mergulho no azul do céu. Essa é a minha segunda cidade e como diz a propaganda atual "é aqui que eu moro é aqui que eu quero ficar...)
(Uma aula de Yoga que dei para gestantes no Parque das Mangabeiras)
(Uma aula de Yoga para toda a família nas férias na Fazenda Água Limpa)

Normalmente as pessoas só se lembram da respiração, quando sentem falta do ar. Mas a grande maioria dos seres humanos respiram só 1 litro e meio de ar, quando poderiam preencher o pulmão todo, que tem capacidade para 5 litros de ar. O conhecimento nos vêm da India, do Yoga, que tenho estudado nos últimos trinta anos.
Além de jornalista, todos sabem que sou professora de Yoga. Vou transmitir aqui nesse blog para meus seguidores toques fundamentais da técnica indiana, que vão levar a uma melhora na qualidade de vida.


É muito simples começar. Sente-se confortavelmente, com a coluna ereta. Segundo a tradição do Yoga, o ar carrega oxigênio e energia vital e alimenta o corpo com saúde e vitalidade. Ele entra pelas narinas e circula por canais energéticos ao longo da coluna, abastecendo os chakras (pontos energéticos).
Para começar a aprofundar sua respiração, esse é o exercício básico. Coloque as mãos sobre o ventre e, ao inspirar, vá inflando a barriga. (enquanto o ar entra, a barrriga sai) Quando soltar o ar, recolha o abdome, como se fosse colar o umbigo nas costas. (o ar sai, barriga entra). No começo, isso não é natural. Você vai empurrar a barriga na medida em que o ar entra, depois ficará natural.
Se você perceber um nenê respirando, perceberá que ele respira pela barriga. Com o tempo, fomos perdendo essa respiração profunda, que alimenta cada célula de nosso organismo e espalha harmonia, saúde e vitalidade por todo o organismo.
Em aulas curtas, vou passando conhecimento do Pranayama (domínio da bio energia através da respiração), um método eficiente de se trabalhar a capacidade pulmonar, aumentar a imunidade e preservar a beleza e integridade física, psicológica e mental.

ABERTA A COMUNICAÇÃO ENTRE OS CARMELITANOS!

Recebi mensagens sobre meu blog no orkut e também contato da Nilzinha, filha do Sô Jairo, aqui. Fiquei hiper mega feliz de saber que as pessoas estão gostando de degustar as nossas lembranças. Veja algumas:

Da Salete Maimoni, minha colega de infância:


Oi amiga, tudo bem com vc? Adorei seu blog. É uma volta a um passado muito gostoso. Quantas saudades!!!... Assim que terminar o corre corre de final de ano vou ver se consigo mandar algum causo pra vc... Beijos no coração.



Cesar:

Oi Cleise, agora que vi sua mensagem, as fotos são para serem vistas por todos, não ligo para essas coisas de direitos, etc e tenho certeza que meu Pai também não ligaria. Então fique sempre a vontade quando quiser utilizar as fotos. Vou entrar no seu Blog para ver as novidades, gosto muito de ler suas estórias, pois elas me remetem ao Carmo, que tem um peso enorme no meu coração, peso no sentido matemático claro! Um Beijão, tô com saudades!!!


Hipólita: quem conheceu a Politinha, filha do Agnelo (nome da mãe?), irmã da Maria da Paz e do Agnelinho? A Internet encontra as pessoas.


Cleise, oi! minha linda, amei seu blog, que saudades me deu..., são tantas lembranças, ai que saudades da D. Alice, aquela foto dela, revivi momentos lindos, até a voz dela eu me lembro!!! um beijo grande e obrigada por tudo!!!



Ana Maria, a filha do Sô Mário e Dona Olívia:

Li seu blog inteirinho, saudades...Me lembro também da vovó Maria falar do Largo da Matriz, Dona Nivalda, Vó Alice, tio Nilson...tempo gostoso das ferias na Agua Limpa, hora do almoço nós todos sentados na imensa mesa da copa, andar em cima do muro de pedra, o pomar, o lugar que brincavamos de escorregar onde lavava as vacas enfim de toda Agua Limpa.
Beijos.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

E em 1904

(A benemérita Maria Goulart)
A visionária e benemérita Maria Goulart saiu do Carmo, varou o continente e foi buscar na França as Irmãs da Providência. Elas chegaram no Carmo em 1904 para transformar totalmente aquela sociedade rural. As seis freiras ficaram hospedadas na casa da benemérita. Vamos imaginar, elas lá na França foram consideradas missionárias, ir para um atrasado país do terceiro mundo. O Job (meu informante) disse que se lembra do nome de duas que chegaram primeiro: Mere Rafael, Mere Fernanda. No cemitério, existem dois túmulos das freiras, elas morreram no Carmo e ali descansaram.
Celeste Noviello Ferreira, em seu livro - Quadro de Saudades fala com detalhes de Dona Maria Goulart que, segundo o Job "era uma mulher de poucas luzes, mas muito iluminada", de pouco estudo, mas muito esclarecida.
"Foi em 1904 que a Madre Maria Rafael, religiosa da Providência, da cidade de Gap, França, soube que em terras do Brasil, uma piedosa senhora,D. Maria Goulart, desejava a vinda das Irmãs da Providência para a fundação de um colégio em Carmo do Rio Claro. " Para interceder por esse colégio, envolveu até o bispo de Pouso Alegre, D. Correia Nery. "Movidas pelo zelo apostólico, as Irmãs Maria Fernanda, Maria Isabel, Maria Eugênia, Maria Valéria e Maria Marcial se uniram à Mere Rafael e, no dia 10 de junho de 1094, começaram a longa viagem."
No dia 2 de julhdo, após uma cansativa viagem, elas foram recebidas pela população de Carmo do Rio Claro.
"O Carmo é um antes e um depois de Maria Goulart", afirma Job Milton. A inauguração do colégio propriamente dito foi no dia 15 de agosto de 1904. Recebeu o nome de Sagrado Coração de Jesus e Maria. Em novembro de 1907, é inaugurada a Capela.

Ainda segundo o excelente livro supra citado:
"As primeiras alunas do colégio foram:Odila Lemos, Amélia Lemos do Nascimento, Maria Augusta Magalhães Villela, Maria José Leite, Maria das Dores Carvalho (Irmã Martha)

Aconteceu em 1940

Foto da família (Cláudia, Tata, Joaquim, Toninha Marília e saudosa Elisa, reunida no batizado do Bruno, na praça Dona Maria Goulart.)
A Praça Dona Maria Goulart foi feita por volta de 1939/40, na gestão Dr. Casemiro de Sena Madureira. Primeiro fizeram a calçada em volta e as pessoas diziam: "vamos passer no quadrado? No meio do Largo - eu me lembro da minha avó Alice que sempre chamou a praça de Largo, havia um chafariz, segundo o Job, de pedra sabão e mais nada. Depois, plantaram as árvores.
Havia outro chafariz no Largo São José - atual Largo Jairo Reis e um outro no Largo do Rosário.