domingo, 29 de maio de 2011

CITAÇÕES

O meu avô Soares declamava essa trovinha:

"Quando mais me aproximo da velhice. As coisas do meu tempo eu mais venero.

Porém, por mais que insista,as moças do meu tempo eu não tolero"

Do Tio Duduca, marido da Tia Lôla:

"As almas de muita gente

são como o rio profundo.

A face tão transparente

e tanto lôdo no fundo"

O MAR DE MINAS


"Furnas inundou 1.440 quilômetros no Sul de Minas. A usina começou a operar em 1963, mas foi no dia 09 de janeiro de 1961 que ela fechou as comportas para o início do enchimento do reservatório de água. Desapareceram São José da Barra, Guapé, Barranco Alto, Fama e as estações de Pontalete e Santo Hilário entre outra localidades...

Hoje, Furnas gera energia para três estados de grande importância econômica para o país: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A região servida pela usina abrange cerca de 500 municípios". (Informações retiradas do Livro O Quadro de Saudades/Celeste Noviello Ferreira)

OS ILUSTRES



"Em álbum preservado por minha família que pertenceu ao meu avô materno. Dr. EPIPHANIO MAGALHÃES DE MACEDO, que foi agente executivo em Carmo do Rio Claro, professor, advogado atuante por muitos anos, encontramos retratos que podem justificar a vida tão intensa, e a luta pelo bem do município, como a inauguração da primeira caixa d´água do município, ordenação e tomada do hábito de Irmãs da Providência entre elas, a sua cunhada Irmã Maria Clara e as primas Irmã Saint Gervase Germana, Marta, todas filhas de família carmelitana. Podemos também destacar retratos do rio Sapucaí e do vapor São Cristovão, de sua propriedade e que fazia o comércio entre Carmo e Gaspar Lopes seguindo daí para seu destino final. É um álbum coms folhas grossas e pintadas artesanalmente".

O relato é da professora Glícia Maria Santana Cronemberger, publicado no livro Um Quadro de Saudades/Celeste Noviello Ferreira. Nem é preciso dizer que estou agora de olho nesse álbum. Na próxima visita ao Carmo, vamos ver se a Glícia o empresta para scanearmos as fotos, relíquias do passado.

Uma curiosidade...

...Encontrado no Lar Nossa Senhora do Carmo, por Wanda Carvalho, o registro minucioso do cinquentenário da chegada das Irmãs da Providência em Carmo do Rio Claro, 1954...

...Em 20 de março de 1958 foi inaugurado o Seminário dos Irmãos São Gabriel, onde hoje funciona o Lar Nossa Senhora do Carmo...

EM 1874





Nós não conhecemos os cidadãos que habitavam essas ruas nessa época. Sabemos que existia grande população de negros, índios e os portugueses que desbravaram a região. É sempre com nostalgia, saudades de um tempo que nem vivi, que remonto na mente imagens e o dia a dia naqueles velhos tempo.


Veja o que estava escrito no Almanak Sul Mineiro-1874, publicado no livro Um Quadro de Saudades, de Celeste Noviello Ferreira:



"Carmo do Rio Claro foi elevada à freguesia em 1810. No Largo da Matriz
está a igreja consagrada a Nossa Senhora do Carmo. As igrejas do Nosso Senhor
dos Passos e do Rosário ainda estão sendo concluídas. Passam perto da Freguesia
o Rio Claro e os Córregos do Espírito Santo, Contenda e Águas Quentes.
- Infra-estrutura - Existem 200 casas, sendo 7 de sobrado em 8 ruas e
diversas travessas. Está em construção uma prisão pública em uma praça regular.
O Cemitério Público está sendo construído.
- João Pinto de Magalhães começou a edificação da Matriz e prosseguiram a
obra, José Joaquim de Sant´Ana e João Pinto Vilela.
- Bons cidadãos residentes: Umbelina Cândida de São José, Braz Valentin de
Carvalho, José Bento de Carvalho, José Custódio de Sant´Ana, Antônio Pinto
Vilela, José Esteves Vilela e Joaquim Pinto Vilela.
- O Correio de Dores de Boa Esperança-Passos, passa pela Freguesia de Carmo
do Rio Claro de quinze em quinze dias.
PERSONAGENS CARMELITANOS EM 1874
* Sociedade Musical - Diretor: Ananoas Gomes Pereira
* Professor: Tristão Tavares de Lima
* Retratista (fotógrafo): Franscisco Carlos Cotrim
* Fogueteiro:José Ignácio Quintino
* Floristas: Amélia Augusta Brazileira e Prudenciana Tertuliana de
Oliveira
* Hoteleiros: Francisco Gomes de Faria Gaia e Alferes José da Costa
Faria"

terça-feira, 24 de maio de 2011

AGUARDEM O SOM!

O pessoal tá comentando o blog no Facebook. Muitos dos jovens reconhecem seus pais nas fotos antigas. Um deles, o Cristiano, disse que sentiu falta de áudio. Vou providenciar, mas ei de lembrar a todos que sou meio "analfabeta digital", sei o básico. Sou da época do começo da televisão e costumo teclar várias vezes para pedir alguma coisa ao computador, esqueço que ele não é manual e que, assim, demora mais porque ele tem que me atender várias vezes. Nós somos da época do cara a cara, olho no olho. Mandamos e-mail e depois ligamos para ver se a pessoa recebeu. E também, sou do jornal impresso, das palavras, não me ocorreu algo para os ouvidos. Mas, estou pesquisando e logo logo vou começar a postar áudios para essa moçada hipermegaantenada.

DOS FIGUEIREDOS

Quem se lembra do Nenê do Eustáquio, andando pela cidade naquele caminhão caindo aos pedaços? Ele fazia de tudo para sobreviver. Uma vez, montou um circo teatro. Sabe quem era a Bela Adormecida? O Ademir.

Uma vez ele convidou um amigo para pescar. Os dois foram numa moto. Numa descida, o companheiro falou:
- Cê não acha que ta correndo muito?
- Acho e tô, mas não tem freio.
(Casos do Job)

ESSA É BOA!

"Nhonhô Pinto costumava falar: As mulheres deviam se casar, os homens não
O Job pergunta: "casar com quem?"

CRÔNICAS DO GEC

Foi tudo de bom quando inaugurou a piscina do GEC, na gestão de Fernando Macedo, em 1975. Passamos a nos reunir lá todos os dias. Aprendemos a nadar com o Célio Marinho (o Big Boy), que era professor do Flamengo, chic não? O mais difícil era queimar, na época ninguém conhecia protetor solar, mas usávamos de tudo para nos bronzear. A zeladora, Dona Aparecida, passava o dedo em nossa pele para ver se tinha creme. Ela era mesmo muito zelosa!
Já queimamos com coca cola e até com azeite de dendê, mas não na piscina, é claro! Tinha tempo de baralho, tempo de ping pong. Muitos bailes também já aconteceram e acontecem na sede recreativa do Grêmio Esportivo Carmelitano.

A FAMÍLIA REIS

A família Reis reunida na casa do Niltinho, para preparar um encontro para julho na Pousada da Mavi,. A primeira é a Nilza Reis, que foi minha professora de Geografia e de educação física. Coordenava o time de vôley da cidade. Do outro lado, o Diô, que era da nossa turma. Era seresteiro e deixou registrados alguns momentos da época em suas fotos. Eu andava com a Bel. Lá atrás, o Niltinho, que foi meu colega de turma, com a Dinha (sua esposa) o Vado, a Marisa e a Tecê. "Sô "Jairo foi nosso professor, tão querido! Fazíamos colas em papéis tão pequenos, que ele guardava de lembrança. O Diô me contou que ele dizia que quem não cola, não sai da escola e que enquanto o aluno está fazendo a cola, está estudando. A foto foi capturada do Facebook para homenagear a família Reis. Alguns deles são seguidores deste blog.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

OS NOSSOS PORÕES...



"O passado é uma ameaça. A memória é o porão da alma. Todo mundo tem um porão dentro de si. E todos nós temos medo de um porão. O dos outros e o nosso próprio" (Tarde da Noite/Luiz Vilela)


Esse livro remontou-me a meus porões, os avessos das casas. Nós, crianças, frequentávamos naturalmente os porões. Os lá de casa eram de vermelhão e usados para passar roupa e para brincar de pique. As janelas eram largas e serviam de esconderijo. O porão da casa da minha amiga era tão antigo quanto a casa. Havia nele um chão de terra batida e uns tocos de madeira, onde ficávamos sentadas, conversando ou fumando escondido... E tem os porões da Fazenda Água Limpa, de pé direito alto, com toras imensas de madeira de lei. Num deles, papai guardava o arroz colhido, os sacos empilhados ou guardados em enormes reservatórios de madeira. O cheiro é inesquecível, assim como o ventinho fresco que corre nos porões. No outro, meu tio Toninho pegava morcegos, desorientando-os com uma vara. Ou, pegava passarinhos pelo puro prazer de soltá-los no porão e tentar pegar de novo na porta... Coisas desse homem menino tio da minha infância.



No tempo do meu pai, coisas de arreios e de cavalos ficavam num dos outros porões. Alguns são forrados com madeira, acredita-se que fossem usados como senzala. Meu sobrinho já achou moeda antiga no chão do porão. Isso sempre me encantou, pressentir as presenças que ali habitaram, o cheiro de naftalina, guardados...



E há ainda porões que não entrei e que conheço só de esticar o olho, sabendo que tudo ali é histórico e dá testemunho do tempo.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A SEDE FICOU DEBAIXO D´ÁGUA



(Esta foto é da Fazenda Água Limpa, fica no município de Conceição Aparecida, mas seus proprietários são do Carmo. A fazenda escapou da inundação de Furnas, perdendo apenas as suas várzeas e hoje está sendo restaurada. Lá, já acontecem visitações públicas, algumas vezes de alunos das escolas do Barro Preto. É um verdadeiro museu vivo.)



"Fazenda da Vargem, uma fazenda enorme, contava-se 22 cômodos. Foi uma fazenda de muito luxo, o assoalho era lixado, dando o aspecto de envernizado. Em volta da casa, os passeios cimentados. Um enorme terreiro de café. Donana Lemos nasceu na fazenda e os irmãos Margarida, Alcebíades, Leopoldo, Matilde, Manoel, José Júnior, Fernando, Maria Goulart, Alíria, Antônio e Eduardo nasceram em Carmo do Rio Claro.

A fazenda foi quase toda inundada."

O livro Quadro de Saudades-Carmo do Rio Claro, de Celeste Noviello Ferreira, informa que a Fazenda da Vargem pertencia a D. Maria Umbelina Goulart. Ela doou 11 alqueires para sua sobrinha e filha de criação, Maria Umbelina (Nhanhá) e seu marido José de Andrade Lemos (Juca Lemos), pais de Donana Lemos.

Como esta, outras fazendas também foram inundadas pela hidrelétrica. Dizem que debaixo das águas existem fazendas ainda mobiliadas.




DO GABRIELZINHO

"O amigo saiu da sala e disse:

- Vou dar uma mijada.

Gabrielzinho:

- Não quero não, obrigada."

OBRIGADA PELA VISITA!

Até o dia de hoje, o blog recebeu 5.200 visitas. Colabore também enviando suas histórias,casos e fotos antigas ou atuais. Vamos acordar nossas lembranças, resgatá-las e registrá-las, para que não se percam e as novas gerações possam conhecer o nosso Carmo. Sabemos que ele existe desde o século XVII. Nós, protagonistas deste tempo atual, estamos também de passagem e precisamos deixar registrados os nossos passos, avanços e conquistas da modernidade.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

DOCES DO CARMO NA RECEPÇÃO DO OBAMA





A Nilzinha Reis mandou um link para a matéria do EPTV que confirma que os doces do Carmo foram servidos no banquete ao presidente Obama. Segundo a dona do buffet, os doces já são adquiridos pelo Itamaraty há muitos anos. Carmo do Rio Claro conta com 25 doceiras.



Essa mesa aí em cima é da Fazenda Água Limpa. Os docinhos foram levado pela Tia Lola e feitos por ela e a Tia Inês, doceiras de mão cheia, no aniversário de 50 anos de Joaquim José Vilela Soares.


Se você quer ver a matéria acesse:


eptv.globo.com/emc/VID.0.1.35460:4.doces+de+carmo+do+rio+claro+fazem+sucesso+ate+com+o+presidente+


obama.aspx





CURIOSIDADE!




'ESCRAVO FUGIDO

Fugiu do abaixo assignado, no dia 4 de outubro próximo findo, de sua fazenda do Quilombo na Freguesia da Ventania, o escravo ROMUALDO, com trinta e tantos annos de idade, alto, corpo regular, bôa dentadura, sem barba, teml um pequeno signal sobre a sombrancelha, finalmente, teml um importante signal que o torna bem conhecido - é cambaio, isto é, as pernas são tão tortas para dentro a ponto de romper a calça. Quem o prender e entregar ao abaixo assignado na Freguesia da Ventania, ou o recolher a uma cadêa segura, será bem gratificado.

Ventania, 18 de Novembro de 1886.

José Rodrigues de Oliveira" (História de Alpinópolis/José Iglair Lopes/pg155)

Dois anos depois, estava extinta a escravidão no Brasil.


Dizem que havia um quilombo aos pés da Serra e se chamava Quilombo do Cascalho. Os mais antigos se lembram de uma família de negros altos que ali residiam. E muitos da minha geração recordam-se da Lúcia, aquela negra alta que andava pelas ruas e que morava também ali. Seriam descendentes dos negros do quilombo?

Vejam o comentário que foi postado pela Renata (qual o seu sobrenome ?):

"Foi na Fazenda do Quilombro que nasceu meu avô, João de Oliveira Lemos, lá também viveu seus primeiros anos a Nicotinha Paiva, primeira sobrinha de meu avô e neta de José Rodrigues de Oliveira, o senhor do escravo. Quanto à origem dos negros do Cascalho, se vieram de lá, não sei, vamos precisar pesquisar"

Eu não sabia

que o Dr. Luís Introcaso foi prefeito de Alpinópolis. Mas foi breve sua estadia por lá. Ele entrou em 23 de novembro de 1947, pelo PTB e renunciou em 18/03/1948. A renúncia está ligada diretamente à rejeição do projeto que ele havia enviado à Câmara, propondo a ocupação de uma área atrás da igreja. Anos mais tarde, foi para Carmo do Rio Claro e ali, serviu com doação por anos e anos e anos a fio. Por isso, nunca o esqueceremos.

terça-feira, 17 de maio de 2011

DATAS

Carmo do Rio Claro foi elevado à categoria de freguesia em 1810. Segundo anotações existentes no livro do Tombo nº 1, a freguesia se chamava Nossa Senhora do Carmo do Monte do Rio Claro. As terras foram doadas por José Joaquim de Santana. O primeiro vigário foi o Padre João Rodrigues Penteado.
O Carmo virou cidade em 5 de novembro de 1877, através da lei provincial nº 2416, em 5 de novembro de 1877.

TOM FIGUEIREDO LANÇA LIVRO EM SÃO PAULO

Esse primo, Tom Figueiredo, eu conheci faz um ano. E ele já tem 70. É filho do irmão da minha avó, Job Figueiredo. Foi criado em Campinas. Em São Paulo, é um publicitário muito conhecido e premiado. Vocês se lembram do nenezinho que ficava dando risadas com o cotonete? A propaganda é dele, que ganhou com ela um concurso. Ele está lançando o livro O Perseguidor, hoje em São Paulo.

Esteve no Carmo no carnaval de 2010. Na ocasião, ficávamos no Bar do Caruncho ouvindo música popular brasileira. Vários músicos se revezando no cavaquinho, que ele próprio toca, mas não tocou àquela vez. Mas disse que adorou o carnaval do Carmo.

DO ANTÔNIO ZACARIAS

Ele fazia versinhos. Uma vez a Noeli vinha andando perto do correio, quando viu o Antônio Zacarias. Pediu: faz um versinho para mim. Ele fez:
"Atravessei o rio, no fundo de uma caneca.Senta aqui no meu colo, cinturinha de boneca"
Uma mulher feia também resolveu pedir um verso. Antônio Zacarias fez:
"Atravessei o rio, no fundo de uma cabaça, onde tem mulher bonita, mulher feia não tem graça!"

CASOS DA TIA DOLORES

"Dona Nicotinha Paiva era modista. Tinha um ateliê ao lado da casa do Job Lá, ela ensinava costura para as moças da minha época. Elas aprendiam a xuliar a barra dos vestidos, depois a costurar. Ela era muito fina. Uma vez, veio um juiz para um almoço. Achava que o Carmo era uma cidade simplória. Dona Niconhinha organizou um banquete chique, até com lavabo, com taças para os vinhos, igual aos banquetes dos reis. Quando os convidados chegaram, ficaram de boca aberta. Tomaram até a a água do lavabo."
Segundo a Tia Dolores, Dona Nicotinha ficou na cama muitos anos e, no final da vida, foi cuidada pela sobrinha Maria do Rosário.

CASOS DO AMADEU

"Geraldo Fidélis era escrivão de polícia, incorruptível, certo certo, errado errado. O Amadeu Carielo o viu subindo perto da capela e comentou comigo e o Marcílio, quando ele o viu.
- Se Deus, algum dia entrar em férias, olha aí o substituto legal dele." (Job Milton)

DEU A LUZ!





Ainda hoje algumas ruas do Camo são escuras à noite. As lâmpadas muito amareladas. Mas, pelo menos, não apagam ao primeiro relâmpago, como no tempo da Cia Geral de Eletricidade. Uma vez, o nosso poeta Paulinho Astolfo saiu fantasiado de poste da cidade., quem se lembra?, tinha um pau e um tomate pendurado. Segundo o Job Milton, em 1917 já tinha eletricidade no Carmo. Antes da Cia Geral de Eletricidade, existiu a Cia. de Luis Aristides Barbosa. "Era um apagão puro".

VOCÊ SABIA?

Na Praça Maria Goulart, bem ao lado da igreja, mora um simpático ancião. Ele se chama Job Milton Pereira. Muitos o conhecem, ele fez quase todos os discursos oficiais das últimas décadas e com 16 anos compôs a letra do Hino do Carmo. Mas a grande maioria não sabe de sua trajetória em São Paulo. Ele foi locutor de rádio, era conhecido como Milton Figueiredo e fez o famoso REPÓRTERESSO. "Pode escrever aí - repórterosso". Corria o ano de 1949, quando estreiou como rádio ator na Rádio Difusora. Ele me mostrou o Manual do Rádio de 1950, sua foto figura ao lado de Mazzaropi.
Recentemente, escrevou O Livro Não Autorizado dos EPITÁFIOS. Encontre o epitáfio certo para seu sono eterno.
Sempre que vou ao Carmo, vou visitar o Job. E aqui nesse blog, vocês estão tendo a oportunidade de conhecer os casos que eu ouço e anoto em sua casa.

já é hora de dormir...


não espere a mamãe mandar... um bom sono pra você... e um alegre despertar...


Oito da noite. Assim que os carneirinhos pulavam a última cerquinha, nós, meninos bem comportados da década de 60, em tempos recentes da televisão nos lares do Carmo, íamos dormir.

90 ANOS DA IGREJINHA DA SERRA




A capelinha de Nossa Senhora da Aparecida, no alto da Serra, está fazendo 90 anos. Ela foi construída em terreno doado pelo Capitão Tito Carlos Pereira,que também a construiu em 21 de janeiro de 1921. A primeira missa foi celebrada pelo Monsenhor José Faria de Castro. Essa igrejinha fica a 1.287 metros, acima do nível do mar.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

VOCÊ SABE QUEM CONSTRUIU O PRÉDIO DO FÓRUM?

(a capela)

Não só o prédio do Fórum, como a Capela do Colégio Sagrados Corações e a casa da Iracema Benfica. Foi o artista italiano renascentista, Calixto Luppi. Ele nasceu em Módena, na Itália, em 5 de fevereiro de 1883. Filho de Festo Luppi e Eleonora Prezzolli, imigrou para o Brasil em março de 1896, em companhia dos pais e de três irmãos: Ubaldo, Vírio e Dilfe.

Ao chegar, a família se estabeleceu na Fazenda de José Pereira, no município de Carmo do Rio Claro, mudando depois para a cidade, onde nasceram Elvida, Isaura e Rosa.

Calixto Luppi enriqueceu o patrimônio arquitetônico da cidade. Casou-se no Carmo com a imigrante italiana, Anita Guilhermino. O casal teve 14 filhos. Ele foi arquiteto, pintor, escultor. Deixou seus trabalhos nas cidades de Varginha, Três Pontas, Areado, Elói Mendes, Poço Fundo, Alfenas, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Faleceu na capital mineira em 29 de agosto de 1961.

(Fonte: O Quadro de Saudades- Carmo do Rio Claro - Celeste Noviello Ferreira)

quarta-feira, 11 de maio de 2011

OS ILUSTRES

O grupo Escolar Coronel Manoel Pinto fica na rua Dr. Monte Razo. Lá, estudamos os primeiros anos de vida. Recebemos uma educação esmerada, um português corretíssimo, que pudemos constatar ao longo da vida. Minhas professoras foram a Dona Leni, Dona Maísa... Mas, a propósito, quem foi o Coronel Manoel Pinto?
Sabemos que ele construiu o prédio com dinheiro do próprio bolso. Ele nasceu em Carmo do Rio Claro, dia 2 de janeiro de 1843. Casou-se com D. Maria Umbelina de Carvalho, da Fazenda Água Limpa e foram morar na Fazenda Monte Verde. Muitos filhos, avós de Manoel Villela Ferreira (esposo de Celeste Noviello). Faleceu em 19 de outubro de 1921.

VOCÊ SABIA?

"O relógio que se encontra na torre da Igreja Matriz veio da Suiça para uma Igreja do Rio de Janeiro e como não serviu, o Agente Executivo, Sr. João Evaristo Santana, comprou-o com seu próprio dinheiro"?

"O Coronel Manoel Pinto construiu o grupo com seu próprio dinheiro?"

"Que o primeiro cemitério da cidade era na praça Dr. Madureira?

HISTÓRIAS DO CINE GUARANY

Quando eu vi o filme "Cinema Paradiso", me lembrei do Cine Guarani. Até contar o final do filme, como fez o Tãozinho (quando apagou a luz), acontecia nesse filme italiano. Encontrei no tesouro de Celeste Noviello, as palavras de Emidio Marinho:
" Já possuí dois cinemas: o Pathê e o Guarany. O primeiro, instalado entre 1916 e 1917, foi do Major Veiga, avô de Agripino Marinho. Depois da morte do Major Veiga, a viúva ficou como empresária do cinema, que vendeu depois para Sebastião Soares (será meu avô?), de quem eu comprei e depois vendi para os senhores Manoel Mendonça Neto e Antônio Mansur. Os primeiros operadores foram Helmano Venturini, José Ferreira, Mário Peres, Miguel Peres, Emidio Marinho e Benedito Correia. O cinema Pathé foi do Padre João Larry, coadjutor do Cônego Peyrone e o operador era Júlio de Castro".

VEIA LUSITANA



A poesia corre nas veias da minha família, tanto do lado da minha mãe - os Pereiras - quanto do lado do meu pai - os Figueiredos. Essa trovinha foi escrita pelo filho da tia Rosina Figueiredo (irmã da Vó Alice), Lafontaine Figueiredo Villela. Eu me lembro que no velório da vovó Alice, ele declamou um longo poema. Ele não era carmelitano, foi criado lá pros lados do Rio de Janeiro. Segue a trovinha:



DEUS OLHOU POR NOSSA TERRA



ONDE A PAZ É SENTINELA.



NO CARMO, TORMENTA É SERRA



QUE ACALENTA UMA CAPELA"

O CARMO JÁ TEVE

Ver o Carmo do alto deve ser a experiência mais linda do mundo. Uma verdadeira Bahia da Guanabara. Montanhas verdes, planícies, vales, águas azuis, nuvens brancas...

Lá, no alto, uma asa delta. Os "asa" são muito bem vindos em Carmo do Rio Claro.
Os primeiros vieram com o Batata, marido da Fatinha (minha irmã) e frequentam o Carmo há mais de 15 anos. Algumas vezes, com suas famílias fecham o Pontal do Lago - cerca de 50 pessoas entre homens, mulheres, crianças, velhos - e passam ali o Reveillon. Hoje, vem voadores de todo o Brasil. A notícia de que a Serra da Tormenta é boa para decolar e pousar, já correu mundo." Lá, há sempre um ventinho bom, as térmicas favorecem e o pouso nos campos é suave."
O CARMO JÁ TEVE

Teve um campo de aviação, onde pousavam pequenos aviões. Foi feito pelo Sr. David João José (pai do Abrahim David). "Sensível ao problema do transporte, construiu em um terreno de sua propriedade, situado perto da cidade, um campo de aviação, que muito beneficiou os carmelitanos e os seus hóspedes, tal o número de aviões de pequeno porte que nele decolaram e nele aterrisaram, durante largo tempo". Lá, vi pela primeira vez um helicóptero que levantou muita poeira. A criançada teve que tampar os olhos. O campo de aviação ficava onde hoje está o bairro Honduras.

O CARMO "TURCO"

No Carmo, todos consomem pão de chapa com aliche. As distribuidoras da iguaria garantem que entregam o alimento das casas às oficinas mecânicas, ou seja, é muito popular. O pão de chapa é uma das delícias da culinária síria-libanesa que entrou em nosso cardápio. Eles migraram para o Brasil, para Carmo do Rio Claro no princípio do século. Quem não conhece os "turcos", suas famílias enormes, unidas? Eles todos sorridentes, afáveis, educados. A delicadeza da Mirian e da Eli, a educação do Ralê, do Paulinho e do Marco. A presença marcante da Maisa e seus irmãos, o exotismo das turcas que moravam naquela rua que desce para o São Benedito...Não sei o nome das ruas (na próxima vez, vou anotar, prometo, mas acho que nem as pessoas sabem... O quibe da Dagraça, perfeito, de vento e não de carne moída como os daqui. O charuto de repolho, dentro - recheio de arroz com carne moída...Quem se lembra do Rener e Arribe (quem souber a grafia correta, corrija-me)?
No Carmo tem uma curiosidade, o "turco" Abrahão fazia pizza e o ialiano Arnaldo Cariello fazia quibe.
QUE TESOURO!
Estou encantada com o livro "O Quadro de Saudades" e venho reproduzindo trechos para vocês. Esta escritora, Celeste Noviello, fez um documentário importante, que registra a história da cidade desde os seus primórdios. É ela quem fala dos italianos, dos sírio-libaneses.
Com sua licença, distinta senhora - detalhe: ela não é uma Senhora do Carmo, é uma distinta Senhora de São Gonçalo de Sapucaí, casada com Manoel Villela Ferreira. Com sua licença, reproduzo artigo feito pelo nosso saudoso Dr. Abrahim David:

"- Meus pais David João José e Vitória Esper Curi eram sírio-libaneses. Meu pai veio para o Brasil no ano de 1906, fixando sua residência em Carmo do Rio Claro. Minha mãe chegou um ano depois, residindo, inicialmente na capital de São Paulo. Em 1907, casaram-se naquela cidade, vindo, a seguir, residir em Carmo do Rio Claro, onde constituíram uma família com 12 filhos.
Meu pai, ao longo de muitos anos, desempenhou, nesta cidade, atividades diversas. Foi comerciante, proprietário de uma loja de tecidos e armarinhos, teve uma oficina mecânica, com a primeira bomba de gasolina (manual) instalada em Carmo do Rio Claro, foi proprietário da primeira máquina de beneficiar arroz da cidade, exerceu a agência da Ford, fabricante de veículos dos anos 1928 e 1929, e foi proprietário de várias casas localizadas na antiga Rua do Comércio, hoje Rua Dr. Pedro Tito Pereira. Sensível ao problema do transporte, construiu em um terreno de sua propriedade, situado perto da cidade, um campo de aviação, que muito beneficiou os carmelitanos e seus hóspedes, tal o número de aviões de pequeno porte que nele decolaram e nele aterrisaram, durante largo tempo.
Além do que aqui foi dito, David João José foi proprietário de fazendas no município de Carmo do Rio Claro. Resumindo: foi um cidadão lutador, probo, digno, de quem se recorda com saudade. É o que afirmam quantos o conheceram de perto e mereceram a sua estima.
Aposentado, faleceu em 27 de fevereiro de 1966. Sua esposa faleceu em 1934. "

A TEMPO - SERIA BOM CONSTRUIR DE NOVO NO CARMO UM CAMPO DE POUSO
Eu me lembro do campo de avião. Lá, fui ver o primeiro helicóptero que levantou muita poeira, tivemos que cobrir os olhos. Hoje seria interessante um espaço onde pequenos aviões pudessem pousar. Traria um público classe A para o Carmo. É bom para o turismo da cidade.

terça-feira, 10 de maio de 2011

A ITÁLIA CARMELITANA

Muitos italianos migraram da Itália para o Brasil no século passado. Desde então, tem contribuído muito com sua cultura com a Carmo do Rio Claro. Família italianas carmelitanas:
Montrazzi, Agostini, Aliberti, Amicussi, Balla, Bossi, De Bom, Carielo, Galazzi,, Guidi, Matassa, Muzetti, Pontara, Calliare, Pampanini, Podestá, Paseto, Pitol, Rey, Risolia, Savioli, Venturini, Zaponi, Zinatto, Paccini, Maimoni e Palacini.




FAMÍLIA AGOSTINI
Bortolo Agostini e sua esposa Terezina Valentini Agostini vieram de Peri, Província de Verona (Norte da Itália) por volta de 1900. Seu filhos: Amélia, João, Ida, Colomba, Ângelo e Túlio Agostini.
Os mais conhecidos entre nós são: Túlio e Bôrtolo Agostini. Túlio veio para o Brasil com 14 anos. Foi proprietário da Fazenda Vargem Grande, município de Carmo do Rio Claro. Casou-se em com Amélia Lima, natural de Piumhi e teve 5 filhos. Trabalhou muito pela Conferência de São Vicente de Paula. Faleceu em 6 de dezembro de 1965.
Bôrtolo Agostini nasceu no Carmo, onde foi um criativo alfaiate e trabalhou muito pelo esporte.
Seus descendentes ainda estão no Carmo. Entre eles, Dona Terezinha Agostini, um ícone da cultura carmelitana e a nossa querida Mariângela, excelente podóloga e em atividade na cidade.
Aos poucos, vamos lembrando com detalhes das outras famílias.
(Fonte: O Quadro de Saudades-Celeste Noviello)

domingo, 8 de maio de 2011

PARABÉNS A TODAS AS MÃES!

Essa primeira aí da foto é minha filha, Iana, com seus amigos, na Praça do Carmo. Nesse dia das mães, agradeço a meus filhos pela oportunidade de zelar, cuidar, orientá-los pela vida. Um verdadeiro milagre, uma pessoa nasce do seu ventre. Agradeço a minha Mãe, Nivalda, que soube plantar boas sementes no meu coração: o amor ao próximo, o cristianismo, a honestidade.


Agradeço às mães da ong Bem Nascer, que militam pelas boas causas da maternidade.




NO TEMPO DOS CARROS DE BOI

O Jornal Carmo do Rio Claro, de domingo, 23 de setembro de 1934 trazia a mensagem acima. Respeitando o vocabulário e grafia da época, reproduzo o curioso artigo, em que o articulista reclamava dos carros de boi.
"Porque se ouviu dizer que corria (não sabemos em que canto um abaixo assignado pró aboloição da cantiga de carrros no centro da cidade, surgiu um Jeremias, lamentando profundamente a iniciativa, allegando, dentro outra razões, que a medida em vista viria prostar a população num silencio sepucral. Isto é ser retrógrado até onde não poder mais. A prohibição de ruidos nos centros citadinos é um problema que preocupa quantos intendem viver socegadamente. Qantas vezes na melhor hora do somno, na hora em que a gente acorda p´ra virar p´ro canto, assoma, ranhento, inoportuno, caceteiro, na entrada da cidade um carro sibilante, infernal.

Vendo, portanto, a opposição levantar-se de guantes e lança em riste e investir retrogradamente contra o BEMDITO que lançou pela primeira vez , á praça um abaixo assingado á cata ainda de assignaturas, suupplicando ás auctoridades que obriguem os carreiros a passar sabão no eixo dos carros, pelo menos á noite; decidi fundar um Comité composto de um membro só, com todos os departamentos inclusive o de PROPAGANDA, a fim de esclarecer a opinião pública, mostrando-lhes todas as vantagens que adviriam aos cidadãos que não tem FAZENDA e não habituados com a chiadeira desafinada, desenxabida e inconveniente desse raspar contínuo ou peoar ainda, alternado de `cocções`e chumaços. Essa bugiganga nasceu no matto, pois que fique com os bois no matto.
O que nós queremos é limpeza e socego.
O ideal seria, como em outras cidades, a abolição até dos próprios carros no perímetro urbano.
Assim gastar-se-ia menos e as ruas conserva-se-iam sempre transitáveis.
Não possuindo, porém, outros vehículos que substituam economicamente o "carro de boi" contentemos com elle mas pelo menos que seja mais cortez. É melhor dar commodo á gente, do que satisfazer os caprichos dos bois...
Se o baixo assignado for avante e conseguir boas assignaturas, estou certo de que nenhum obstaculo surgirá da parte do Exmo. Sr. Prefeito e do seu digno Conselhor contra as nossas reivindicações.
Nessa hora, que vão os carros lamber sabão".
Esse artigo mostra a realidade de um outro tempo. Gostei de lembrar da expressão "lamber sabão!"
O mesmo jornal fazia uma campanha "para acabarmos de vez com as vaccas leiteiras no centro da cidade". Anunciava o nascimento de Márcia, filha do sr. João Tito Pereira....

LÁ NA VENTANIA...

(O Adalberto, o César e o saudoso Clebinho pescando no Lago de Furnas)

"Em fins de 1956, numa pescaria no salto do Dr. Alberto, encontramos as margens do rio demarcadas, mas nem passava pela cabeça de alguém o que estava para acontecer. À tarde, esquecendo as estacas, partimos para os aperitivos e o bate-papo antes da janta. Numa bica, Sebastião Bralino e Joaquim Neca preparavam os peixes; no rancho, o Zico do assad arrumava sua cama, bem debaixo de uma cabaça enorme amarrada no teto; o Tiãozinho do Adelino (não bebia cerveja) havia se embrenhado no mato para esconder os guaranás, seguido de longe por mim e Zé do Nelson, para mudar o esconderijo; Dito Batista amarrava os anzóis de espera; Humberto Nequinha e Jairo Krauss ajudavam na cozinha e lá ficamos uns 3 dias, sem saber que seria a última vez"

Em 28/02/1957, as obras de Furnas começaram. O livro "História da Ventania" (José Iglair Lopes), relata a situação social criada pela hidrelétrica na região:


"Foi uma mudança brusca e repentina. Um povo pacato, religioso, teve que adaptar-se, repentinamente, a conviver com uma população flutuante, chegando a empregar perto de 7 mil pessoas no ano de 1961, ambiente mesclado de brigas, meretrício e crimes. Por outro lado, a cidade saía do anonimato para jornais, revistas, mapas, como o município sede da maior usina hidroelétrica do País".

EM 1759

No livro História de Alpinópolis , José Iglair Lopes mostra como foi o povoamento da região. "O Governo da Província concedia títulos de sesmarias aos casais portugueses, distribuindo terras para a exploração das faisqueiras, mantendo assim o controle do ouro.
Em 1759, Antônio José da Sylva recebe título do Governador da Capitania de Minas Gerais, José Antônio Freire de Andrada, para ocupar terras no lugar denominado Paragem do Rio Claro. Confrontantes: Alf. Manoel Pereira Neves, Domingos Fernandes, Manoel Gomes Pereira, André de Carvalho, Ricardo Pereira Alexandre, José Carneiro e Manoella da Sylva Vilasboas. A lista de confrontantes é indício de que na região de Carmo do rio Claro já havia sesmeiros antes de 1759.

sábado, 7 de maio de 2011

QUEM TEM A RECEITA?

DE PÃO DE LOT?
Junto com a brevidade, também o Pão de Lot está em extinção nas padarias de Minas. Assim como a brevidade, o pão de Lot é de uma secura doce.
Saudades também dos cartuchos dos leilões, daqueles de amendôas brancas.

O CARMO JÁ TEVE!



(a benemérita, Maria Goulart)



"Contávamos com o belíssimo Colégio Sagrado Coração e este foi abandonado pela irmãs da Providência após tê-lo ganhado da comunidade. Verifica-se através da certidão do cartório de registro de imóveis da cidade que, em 1913, foi doado por Dona Maria Umbelina Goulart casa e terreno para a instalação da Congregação das Irmãs da Providência, com a condição de que fosse para cumprir a sua missão de instrutoras e educadoras. De conformidade com as certidões de registro de imóveis da cidade presentes nos anexos, verifica-se que a condição não foi cumprida, tendo em vista inúmeras ocorrências que se seguiram, tais como:

a) a demolição da casa principal para construção da praça - b) permuta para instalação da Câmara Municipal e prefeitura Municipal - c)doação de parte para o governo do Estado e - e) venda dos objetos e utensílios que compunham o complexo educativo".(informações retiradas do livro Doce Arte da Época Imperial Mineira-Edgar Pereira da Silva)

A casa foi abaixo e as freiras depois se mudaram para Itajubá.

Imagina só, Dona Maria Goulart vendo isso, ela que abriu mão do seu patrimônio numa sublime doação à cidade.









NOSSA SANTINHA!

Quando jovem, gostava de fazer novenas no cemitério. Esse encontro com a morte, com a realidade da vida, impressionava-me. Também gostava do silêncio do lugar. Fazia sempre ao final da tarde, antes do crepúsculo, uma hora meditativa. Algo dark meu comportamento, então.
Antes de de chegar, passava na casa da SILVERINHA, para quem levava alguma esmola. Ela padecia de várias doenças - câncer, lepra...e rezava o dia toco com um cotoco de braço. Em meio a dores, rezava, rezava e nos abençoava.
Até hoje o túmulo da Silverinha é visitado. Nele, ardem velas constantemente.

DONA OLÍMPIA DO CARMO!

Se as ruas de Ouro Preto conheceram a Dona Olímpia, que andava pendurada de cartas, bilhetes, recados dos turistas que por ali passavam e que dizia que era amiga de Tiradentes... o Carmo teve a Gerarda. Quando a conheci, pequenininha, era uma linda menina. Mas dava acesso (é assim que escreve?). Foi crescendo, engordando e passou a colocar medalhas sobre o peito. Era um altar ambulante. Todos os dias ia em casa tomar leite. A sua caneca já ficava separada.

OS POBRES DO CARMO!

Eles eram muitos após o dilúvio de Furnas. Quinta feira foi instituído o Dia da Esmola. Mas eram constantes em nossas portas. Esses dias encontrei dois filhos da GAGUINHA, lembram-se dela?. Se tornaram gente do bem, trabalhadores. A EVA, nunca mais vi; ela era desforada e orgulhosa. Pobre EVA! E a pobre cega CECÍLIA, que andava sempre guiada por uma filha. Em casa, recebíamos a visita diária do "Todo Dia", que só pedia café e açúcar. Tinha também mendigo que era meu. - Cleise, seu velhinho ta aqui. Eu preparava sopa de pão para ele, dava conversa, era meu amigo.
Lá em casa, mendigo era Jesus transvestido. Dar esmola era servir a Deus. Essa caridade mora dentro de todos da família.

Quem experimentou, não esquece

A manga comum mais doce do mundo, era a manga da Marianica. Eram mais difíceis, custavam dinheiro. Passo pela rua onde ela morava, a casa ainda está lá e as mangueiras também. A Marianica já foi embora.

ELE GOSTOU DO BLOG...

(O Edgar fazendo o tour pelo novo museu)
O Edgar Pereira da Silva visitou esse blog. Tentou postar um comentário e não conseguiu. Enviou a mensagem para a Nana (nanademinas.com.br).


"Lindo, muito inteligente, emocionante, conteúdo maravilhoso do blog da Cleise"


Fiquei emocionada e agradecida.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Mensagem no Facebook

Oi Cleise td bem? Espero q sim ..


Outro dia pesquisando algumas coisa no Google me deparei com o Blog SENHORA DO CARMO. FIQUEI ADMIRADO COM TANTA INFORMAÇÃO E CONTOS COMO O DE SEU BASILEU.FIQUEI ADMIRADO!! E HOJE VIM DESCOBRIR Q O TÃO BELO BLOG É SEU.
Parabens continue com este blog pelo qual fiquei tão orgulhoso em ver coisas sobre nossa cidade .Farei questão em compartilhar seu blog com os meus amigos do face. Grande abraço.
Cristiano Lemos

Cristiano, o blog é meu, é seu, é todos nós. É feito diariamente para o nosso deleite.

NOSSO POETA - PAULINHO ASTOLFO

Quando a primeira sede do Grêmio Esportivo Carmelitano - GEC - pegou fogo, nosso poeta maior, Paulinho Astolfo, fez esse poema. Foi publicado na revista comemorativa dos 70 anos do clube.

POEMA
"Já não existes, as lavas te levaram meu velho clube de imensa projeção.
Tudo para nós está tão triste
que meu pobre coração já não resiste
conter as lágrimas que saem do coração.
Tu fostes o sonho de anos acalentados de bravos que lamentavam a sua sorte
que de vê-los lastimarem eu tenho pena.
Porque assistiram a grandeza tão pequena e hoje em soluços lamentam a tua morte.
O Carmo inteiro está de luto
porque o fogo destruiu o seu coração!
Fez voar em chamas pelo céu
Nossa glória, nossa ventura, este troféu
que sempre foi a nossa redenção.
E hoje somente estas paredes se erguem com fibra
a nos mostrar a força heróica de velhos companheiros
que lutaram sem recursos e pioneiros
aos quais devemos bem cedo imitar.
Juntaremos pelo Carmo esta gente
vamos todos deixar de lamentar
vamos ao prefeito, ao governador, ao presidente
arranjar dinheiro em qualquer frente
para o nosso clube bem lindo restaurar

Paulo Astolfo 14/9/63

NO TEMPO DOS ESCRAVOS


No Arquivo Público Mineiro existem originais dos Mapas da População realizados nas paróquias mineiras em 1830 e em 1837. No Carmo, a primeira contagem foi feita em 1837. Nesta época, a cidade tinha 1.285 habitantes, divididos entre 831 cidadãos livres e 454 cativos. Mais da metade da população era escrava e ainda ficaria por mais 50 anos. A pequena povoação tinha 193 "fogos", como eram chamadas as casas.

Outras ocupações: 13 jornaleiros (pessoas que trabalhavam por jornada), 31 roceiros, 25 negociantes, 2 carreiros, 3 alfaiates, 2 ferreiros, 7 sapateiros, 14 costureiras, caixeiros, 3 rendeiras, 2 barbeiros, 2 cozinheiras, 1 "sirurgião" e um único estudante.

Os sobrenomes que aparecem na época:
Moura, Veiga, Rodrigues, Lima Martins, Coelho, Souza, Campos, Gonçalves, Rosa, Neves, Oliveira, Nascimento, Alves, Malta, Silva, Freitas, Garcia, Siqueira, Matta, Cardoso, Camargo, Borba, Luz, Figueiredo, Ananias, Prado, Andrade, Leite, Faria, Lopes, Azevedo, Ribeiro, Pires, Alvarenga, Ferreira, Machado, Homem e Castro.

(Baseado em pesquisa realizada por Maria Lúcia de Oliveira Carielo e José Milton Paiva/Quadro de Saudades - Celeste Noviello)

AS MADRUGADAS



(Na porta da casa da Nivalda, à noite, ponto para serenatas)
NA DÉCADA DE 50
Quando a noite caía, o sereno molhava as pacatas ruas de Carmo do Rio Claro. Não tinha televisão. A opção eram os filmes do Cine Guarani e o teatro. Job Milton fez teatro no Carmo em 1944. A diretora foi Nicotinha Paiva. A peça de Oduvaldo Viana Vilho "Feitiço". Dona Nicotinha era auto didata. O pai era músico, violonista (Seu Quinzinho-Joaquim Paiva). Ela frequentava o Rio de Janeiro, as peças e operetas do Teatro Municipal. A banda Carolina Jazz do Tetelo animava os bailes carmelitanos. A cidade tinha então três bandas de música.

AS SERENATAS

E quando a noite cobria a cidade, saíam para as ruas, os seresteiros. Que saudades das serenatas! Como éramos muitas meninas, ganhávamos muitas serenatas. "Boa noite, dia ao menos boa noite, abra ao menos a janela, porque eu canto é pra você... Era uma delícia acordar com as serenatas. Uma vez, por volta de meia noite, estava voltando para casa, tinha meus 23 anos. Ouvi de longe "Lua, manda a tua luz prateada despertar a minha amada..." Uma lua cheia cobria o céu do Carmo. Quando cheguei ao alpendre da casa, vi que a voz era do Fordinho, que cantava sob a cadência do Luis Pandeiro. Desde já, sabia que presenciava ali um dia histórico. Breve, o Luís morreria e muito depois, o Fordinho. A serenata era para minha irmã, Ana Maria.
Hoje fico pensando, que as serenatas em nosso alpendre, quase diárias, eraM também uma forma da turma esticar mais um pouco no alpendre da Casa da Nivalda, num tempo em que não tinha o que fazer nas madrugadas.
Uma vez, minha mãe levou um susto ao abrir a porta às seis da manhã e dar com o Big Boy e o Duda - nossos queridos amigos - comendo o pão do Joaquim Pio, que era deixado na lata... Começava mais um dia na Casa da Nivalda.

Um carmelitano lá em Poços...


Cleise, sempre gostei de ver os contos de antigamente, gostei muitooo do seu blog, ta de parabén ! Não entendia o porque de gostar de contos antigos, mas vc cita uma coisa que é a mais pura verdade; " às vezes tenho saudades de um tempo que nem vivi." Sou novo no Blog, mas já ta nos meus favoritos, entrarei sempre, sou Carmelitano, mas moro em Poços ! Grande Abraço

A mensagem veio assinada porJuninho. Atualmente para saber quem é, temos que perguntar, que é seu pai, quem é sua mãe, às vezes até, quem é o seu avô? Apresente-se.
Que bom que vc gostou do blog, é feito para nosso deleite carmelitano coletivo.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

UMA ESMERALDA RELUZENTE!


"A Serra da Tormenta
é uma esmeralda reluzente
No colar de prata da corrente
O murmuroso rio que a teus pés vai sonhar,
sob o céu azul
das noites claras de luar.
Carmo,
és o berço azul dos sonhos meus.
Carmo,
a Tormenta te conduz a Deus.
E o rio,
abre estuário de prata,
ouvindo as preces da serra,
te saúdo a minha terra"

Eu sei cantar direitinho essa música, que foi feita pelo Sr. Guaracy (parece que é primo do pessoal do Jairo Reis). Ele era de Cássia, mas amou o Carmo a ponto de fazer esse lindo hino. Quando ele o compôs, ainda corria como um estuário de prata, o Rio Sapucaí pelos vales do Camro.
Em contrapartida, sei cantar na ponta da língua o hino de Cássia todinho:
"Em Santa de Cássia,
trago a minha inspiração,
é terra da minha gente,
terra da minha afeição.
Tem boi testudo e boi chita,
teve o chamado Aragão
E uma morena bonita,
que é de Santa Rita do meu coração..."

"... e o fim de vossa viagem será chegar ao lugar de onde partimos
E conhecê-lo então pela primeira vez."
(T.S.Elliot)

palavras

azul piscina
verde limão
rosa choque
grená...
Vestido tubinho,
calça boca de sino
calça saint tropez
Brancura Rinso
Cabelo com pega rapaz


NINGUÉM MERECE!

Pensar que o Carmo já teve essa praça...
(Uma pergunta: aquela imagem distorcida é uma menina de verdade ou é um fantasminha do antigo cemitério???)

Ir ao banheiro na rodoviária, ninguém merece. Vamos partir do princípio, que o banheiro seria o cartão de visitas da cidade, o primeiro lugar que nosso turista pode vir a frequentar. Ele é sinistro. Ainda mais para nós que conhecemos a história deste lugar e sabemos que essa construção que abriga a prefeitura, a rodoviária, os bancos, todos estão sobre um cemitério. Um antigo cemitério do antigo Carmo.
Quando o cemitério mudou, foram tirados os ossos dos túmulos. Mas os que repousaram na terra, ficaram por lá. Então, o povo conta que se achava dentes de ouro, relógios, crânios. As crianças até jogavam bola com crânios. Então, foi construído um lindo jardim para dar refresco ao Carmo e também as almas que ali repousaram.
Nas na sanha de destruir, foram tombadas as árvores, suas sombras... Para quê? Que eu me lembre, depois aquilo virou um roseiral, por um tempo. Até que, perdemos a praça.

"Orgulhávamos de uma bonita praça, com várias alamedas repletas de pinheiros, ciprestes e flamboyans, tudo muito bem cuidado, sob os olhares atentos de Nicotinha Paiva, e onde brincávamos em nossa infância.

Infelizmente, em nome do progresso, esta pequena pérola da natureza foi loteada, ali se instalando dois prédios para bancos, um para lojas e uma rodoviária. Onde poderíamos sentar para ouvir pássaros e sentir os aromas da exuberante vegetação, hoje temos um amontoado de comércio, cartórios, fórum, rodoviária, bancos, despachantes, outros tipos de escritórios e casas comerciais, sem qualquer planejamento, trazendo dificuldades para locomoção de transeuntes, circulação de carros e estacionamento." (Edgar Pereira da Silva-Doce Arte da Época Imperial Mineira)

Voltando à Rodoviária. Ela é sinistra. Dá até medo de ver ali uma alma penada. E não tem sequer papel higiênico. Ela não corresponde à nossa finesse! Afinal, o que o turista verá pelas ruas será educação francesa, hospitalidade, delicada culinária, arte, fino artesanato. Nada a ver com o banheiro da rodoviária do Carmo.
Ninguém merece!

Receita de BREVIDADE

Gente, o nome brevidade tem até gosto e tem textura, de secura e sabor. O gosto de brevidade é único. Brevidade está em extinção. Peguei no livro "Doce Arte da Época Imperial Mineira" uma receita antiga de Brevidade, nas Receitas da Vó Prudenciana. Vou reproduzir da forma como era escrita na época.

460 grammas de assucar, 460 grammas de polvilho, doze gemas e seis claras.
Bate-se as claras junta-se-lhes as gemas, assucar; bate-se como para pão de Lot; junta-se o polvilho e bate-se bem. Assa-se em forminhas untadas com manteiga. Forno regular".

Vale ressatar que naquele tempo todo mundo tinha um galinheiro e fartura de ovo. Naquele tempo, não existia essa história de colesterol. Creio que as receitas de Brevidade de hoje devem usar menos ovos. Fica o registro da brevidade dos primeiros tempos de Carmo do Rio Claro.

JECA NO GEC EM JULHO!

(olha aí a turma em 1970, sapatos plataforma e mini-saia em pleno tempo de frio)

Quando ia chegando o tempo do frio, o Carmo começava a gelar. A gente ia para a aula no colégio soltando fumaça pela boca. Tempo das mexericas. Dos mais lindos Pôres de Sol. Nós íamos todos os dias ver o pôr do sol na praça debaixo. A Edna, amiga querida (do Alípio), gritava na porta da Casa da Nivalda: "Vamos ver o pôr".
O frio ia aumentando e junto ia chegando o desejado mês de julho, quando aconteceria o JECA NO GEC EM JULHO. A idéia da festa nasceu da engenhosa cabeça do Moacir Vilela César, então presidente do GEC. Corria o ano de 1966. O animador da festa era o Milton Luís Figueiredo Pereira, com aquela voz maravilhosa.
Tinha baile todo sábado. Tinha o baile dos visitantes: teve o de Furnas, o de Machado, o de Cássia. A cidade lotava de turistas. Faltava água nas casas. O turismo era recente.
De dia, tudo de bom era ir nadar no aterro. De trás, deixávamos rezando as mães, que tinham medo de afogamento. A represa era recente, virava e mexia morria um afogado. A paisagem era de árvores mortas. Nadávamos entre capins no recente lago.
O prefeito mandou jogar areia na beira da praia de água doce. Aos domingos, lotava a nossa praia. À noite, baile no Gec, Concurso de Miss. De dia, gincana, nadar na balsa. De noite, as"brincadeiras" - bailinhos na casa dos amigos. Era tomar meia de seda, cuba libre...

E aí, diretoria do GEC, que tal fazer de novo o Jeca no Gec em Julho?

O CARMINHO


Logo que a água veio cobrir os campos do Carmo, tudo modificou. Houve uma diáspora dos carmelitanos para outras capitais. Muitos foram para o Rio de Janeiro e São Paulo. Outros poucos para Belo Horizonte. Eram os carmelitanos ausentes. No Carmo se fazia bailes para eles. Em são Paulo, se reuniam e faziam o jornal O Carminho. Quem se lembra? Eram lá liderados pela família do Tio Milton, Milton Luís, Dito. Os que vieram para Belo Horizonte editaram o Ecos da Tormenta, salvo engano, liderados pelo José Bento. Quem souber a história, corrija-me.
A turma de São Paulo era animadissíma. Eles levaram para o Carmo, Os Álamos, para delírio da multidão de fãs da década de 70.
Assim, mantinham o elo.
Eu vou puxando retalhos de lembranças. Puxem a de vocês também e mandem para mim suas lembranças, histórias, que ao final, acabam sendo a de todos nós.

Dos FIGUEIREDOS...

O povo antigo costumava dizer que Figueiredo é Família de loucos. Acho que nesse louco englobava tudo, os loucos de fato e os loucos de lucidez, de arte. Os personagens são realmente interessantes. Todos eles moram em meu livro "Hortênsia Paineira - Inventário das Águas". Mas agora resolvi contá-los aqui no blog. A história real é riquíssima aí nesse pequeno povoado de Senhora do Carmo, nessa Carmo do Rio Claro que povoa nossas mentes.
O Job Milton me contou algumas dos FIGUEIREDOS

"O Tio Nhô veio do Rio de Janeiro, era muito distraído. Teve um problema de criança, era diferente dos outros. Ele veio de trem. Quando chegou em Cruzeiro, São Paulo, havia um entroncamento. Saía da Central do Brasil e embarcava na Rede Mineira de Aviação. Uma baldeação. Ia para Gaspar Lopes. Acontece que o movimento era muito grande e tocava um sino, tinha de sair de um lugar para o outro. Ele pegou a primeira mala que viu na frente e veio despreocupado. Quando chegou ao Carmo e foi mostrar os presentes que a Tia Rosina tinha mandado... quando abriu a mala, o que viu foi um smoking de gravata borboleta e um sapato de verniz. Ele ficou com aquele smoking guardado, sem achar ocasião de estreiar. Resolveu usar o smoking normalmente, até para carriar os bois".