sexta-feira, 28 de outubro de 2011

I Encontro de Carros Antigos de Carmo do Rio Claro

Silvia Oliveira, filha de Antônio Peres, mandou mensagem informando que Carmo do Rio Claro vai receber em 6 de novembro de 2011, o I Encontro de Carro Antigos. Lá estará o antigo Fordinho do Dr. Júlio Aguiar. Segundo ela, está fazendo um vídeo sobre este carro, que foi recentemente restaurado.
Silvia, quero sim postar o seu vídeo.
Um abraço.

domingo, 23 de outubro de 2011

Que venha o Ian...

Valéria no topo do mundo, nas redondezas do Glória, Delfinópolis. Um lugar divino, uma riqueza de águas, tem mais de 180 cachoeiras, entre montanhas e matas.
Menina bonita, da perna grossa, vestido curto, papai não gosta!


Quem diria, tão pequenininha, e agora está aqui grávida, esperando o Ian. Estas fotos são de Valéria Soares, minha sobrinha, filha do Joaquim José. Tenho a grata satisfação de conviver com ela nessa etapa final de espera do nenê. Ela escolheu ter seu filho em Belo Horizonte, para garantir um médico e assistência humanizada. Vai ser assistida pelo médico Dr. Marco Aurélio Valadares, que me acompanhou em quatro partos, é meu compadre e fundador da ong Bem Nascer junto comigo.

E chegou a alegria...

Esta foto foi tirada no aniversário de 90 anos da minha Avó Alice, ao lado do Tio Toninho, o primeiro careca em pé, está seu filho Jair e meu irmão, Joaquim José. O primeiro sentado é o marido da Penha, uma prima e o outro não sei quem é.
A sanfona do Tio Toninho era mais ou menos igual a esta, que está no museu do Gonzagão. Ele chegava cantando ... vem cá cintura fina, cintura de pilão, cintura de menina, vem cá meu coração... Primeiro chegava o seu grito, poderoso e alegre que varava os corredores da Fazenda Água Limpa. Chegou o Tio Toninho. Chegou a alegria, a irreverência, a infância, a aventura... E chegou o forró do Gonzagão. Ele chegava descalço, calças arregaçadas, cantando e tocando. E pouco depois o salão virava uma festa, um baile. Vinha gente da colônia, da cozinha, dos arredores. Toninho chegou com a Maria. Tia Maria merece também ser contada.

Uma negra de fala gostosa, sempre de esmaltes roxos rosados, uma telinha no cabelo e de botas sete léguas, que serviam para seguir seu homem nas aventuras pelas noites, caçando rãs ou pelos dias pegando passarinhos, para depois soltá-los. Os dois romperam fronteiras de cor e de raça. Tia Maria era negra e era empregada doméstica da Tia Lourdes. Em tempos orgulhosos, Toninho se apaixona por Maria. Vovó repetia seu mantra: o certo é branco com branco e preto com preto e contava de um padre que trocou dois casais na igreja. Realmente acreditava que era o certo. Do lado dos negros, a mesma objeção. Os irmãos achavam que o rapaz só queria aproveitar de Maria. Ele avisava no seu ouvido: quando você ouvir um toque de Figueiredo em sua janela, prepare suas coisas, que eu vim te buscar. A partir daí, ela dormiu de malas prontas. Dias depois, ela ouve um toque de Figueiredo na madrugada. Sem hesitar, pula a janela e foge com Toninho noite adentro pelas estradas. Não sei se urubu Pepita foi voando em cima deles, mas com certeza na minha literatura ele irá e pousará várias vezes no ombro de João Garavião, que é o nome do meu tio no livro Hortênsia Paineira - Inventário das Águas que escrevi.

O Job Milton contou-me outras histórias:

"Ele tinha uma força hipnótica nos olhos, que atraía os pássaros que vinham pousar em sua mão. Ele criou ratos brancos no bolso, grália, aranhas na janela, numa coexistência pacífica com os animais. Ele gostava muito de pegar rã no brejo."