quinta-feira, 28 de abril de 2011

VAMOS REFRESCAR O CARMO!

O Carmo está ficando quentíssimo! Lanço a campanha

VAMOS REFRESCAR O CARMO!
Prefeitura: PLANTE ÁRVORES NAS RUAS
Carmelitanos: PLANTEM ÁRVORES NO SEU QUINTAL

DE VOLTA ÀS ORIGENS!

Minha irmã, Ludi Soares, foi a última a sair do Carmo. E agora, está voltando à cidade natal, onde vai atender como Psicóloga. Ela morou os últimos 30 anos em Belo Horizonte, onde fez pós graduação na Universidade Holística e participou ativamente das atividades do Instituto Renascer da Consciência. Ministrou por vários anos o Curso de Florais no SENAC/MG.
Leva para o Carmo uma bagagem de amplos conhecimentos. No ano passado, fez algumas palestras na cidade sobre a mensagem da doença. As palestras foram organizadas: algumas pelo Plano SIM e outra pelo Padre Ságio.
Ludi Soares, com certeza, será um boa opção para os carmelitanos, interessados em fazer terapia, cuidar da mente, ser feliz.
Ela está atendendo no telefone 9912.8319

DE VOLTA, A CASA DA NIVALDA!


Agora é a CASA DAS NIVARDA. A família passou a Semana Santa comemorando e inaugurando a casa, que fica na Camilo Aschar. Segundo a sobrinha, Marília (filha do Joaquim e da Toninha), a casa das tias reproduz a mesma dinâmica da casa da vovó. Ou seja, aberta a todos os amigos, democrática, sempre com um cafezinho para oferecer para as visitas.

"Antiga casa da minha Saudosa Tia Maria Veiga Marinho." César Marinho

AS ASAS VÃO COBRIR O CÉU DO CARMO.

(Serra da Tormenta: melhor pista de decolagem do Brasil)

Olhe para os céus de 8 a 15 de outubro, vai acontecer em Carmo do Rio Claro a final do Campeonato Brasileiro de Vôo Livre, promovido pela Associação Brasileira de Vôo Livre em parceria com a prefeitura da cidade. A Serra da Tormenta é considerada uma das melhores rampas de decolagem do Brasil. A cidade deve receber cerca de 80 pilôtos.

MUSEU DO ÍNDIO - TESOURO ARQUEOLÓGICO


(o arqueólogo, Edson, Antônio Adalto e a prefeita Cida Vilela)

Você conhece a Cachoeira da Pedra Bonita? Seu nome corresponde à sua beleza. Tive a oportunidade de visitá-la uma vez com Antônio Adalto. Ela é de pedra São Tomé branca, mas algumas partes pegam a coloração de algum minério e é alaranjada. Lá, tem um buraco de pedra, que só dá para ver de longe. Parece muito profundo! Quando Antônio Adalto foi nos mostrar, exclamou: - Dá uma pausa, não é?
Ele tirou do fundo do límpido lago, uma casinha minúscula, feita por um bichinho, que alinhou perfeitamente diversas pedrinhas. Antônio disse que há uma lenda que conta de um tesouro no fundo do lago, mas que quem o acharia, era um índio especial. Acho que o ouro, o Antônio, esse índio guerreiro especial, já encontrou em suas terras. Encontrou, guardou, zelou e agora o está entregando para a cidade.
UM TESOURO!
Cerca de 3 mil peças foram localizadas em seus pastos, oriundas do índios Cataguases, que aqui habitaram na antiguidade: cerâmicas, igaçabas (urnas funerárias), cachimbos, tembetás, piercing de orelha, pontas de flexão, mão de pilão, quebra côco e suporte para quebrar côco, pedra de funda, machadinha, entre outros objetos.
Todo o material foi catalogado pelo arqueólogo Edson Luiz Gomes. A curadora do museu será a filha do doador, Antônio Adalto, Suzana Leite.
O MUSEU DO INDIO ficará na antiga Câmara (Colégio das Irmãs) e deve inaugurar em breve. Enriquecerá e muito a cultura da nossa cidade, abrindo para o turista mais um local de visitação. Parabéns a todos os envolvidos no projeto. Obrigado ao Antônio Adalto, esse índio guerreiro que fez chegar a nós esse tesouro arqueológico.

Lili - Olhem para mim!



Um artigo da poetisa Terezinha Elisa Ferreira, lembrou-me a Lili dos nossos tempo escolares:
"Lili me remete às delícias daquele tempo. Nem a firmeza da Dona Lourdes Palacine, a dirigir nossos atos e gestos, nos fazia desistir do encantamento daqueles dias "
Ela ainda relembrou personagens tão queridos. Seus próprios nomes retumbam em nossa mente e acordam nossas saudades Tin Tin Gorin, Cabra Cabriola, João Jiló, João Felpudo, macaco chitão, dinglin, dinglão.

A Lili morava na Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, mas no fim do ano, ela ia nos visitar na escola. Ao final, o que chegou foi um novo cartaz bonito da Lili, com suas desculpas. "Nos preparamos para sua chegada! Eras assim um tipo de fadinha que vivia apenas na nossa imaginação e que, finalmente, viríamos a conhecer."
Lili não veio, mas também nunca mais foi embora da nossa memória.

Filé de lambari???

É possível? Lambari é tão pequenininho. Pois lá na Kátia, o Mané faz um delicioso filé de lambari frito. Uma vez, estava por lá, ele me deu para experimentar, a pele do peixe frita. Deliciosa! Pra quem gosta de carne, o quibe assado com o molhinho é especial. Já comi lá o escondidinho de frango. Agora no inverno, eles lançaram caldos, que vem dentro de pães redondos e vão aquecer o inverno. O melhor do lugar, além da simpatia dos donos, são as músicas que nos fazem relembrar os bons tempos!

A NOSSA IMELDA MARCOS

Sabem o que eu descobri lá no Carmo. Uma verdadeira colecionadora de sapatos. Foi na casa da Cize (Vilela César). Ela tem cerca de 600 sandálias e sapatos. Ela adora galinhas e tem também uma centena delas, inclusive uma empalhada. Adorei a casa da Cize, é a sua cara. Ela sempre foi extrovertida, colorida, "exagerada". Na sua casa, o sofá é vermelho e a roupa de cama é preta... Sempre gostei de pessoas únicas e autênticas.
Então, me lembrei do Tio Belé, que era seu avô e que colecionava chaveiros. Consta que tinha cerca de três mil deles, pendurados em caixas de ovos no teto da sua casa. Aliás, uma idéia do pai da Cize, o Moacir Vilela César, sempre criativo.
A propósito, onde foram parar os chaveiros do tio Belé, merecem morar no museu.

O CARMO JÁ TEVE!

Teve um órgão maravilhoso! Reproduzo a descrição feita por Edgar Pereira da Silva, em seu livro Doce Arte da Época Imperial Mineira.

"Enfim, os acordes maravilhosos da Ave Maria, tocada por Maria Tito Pereira no órgão de 36 tubos, movido a ar por pedal, vindo da França no início do século, e as vozes também maravilhosas de Dulce Marinho, Eleonora Vilela, Ogarita Noronha, Lourdes Freire e outras companheiras, nunca mais se ouvirão. Este órgão pelo tamanho, não tinha como ser removido e simplesmente foi partido em vários pedaços e atirado no entulho como se fosse lixo, e isto também aconteceu com várias outras peças da parte frontal externa da igreja, tais como arabescos, imagens, pingentes, calhas, balaústres etc. .."

Sem palavras.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Tem caranguejo no Lago!

Foram encontrados caranguejos no Lago de Furnas. Como foram parar ali? Biólogos de Passos estão estudando o caso. O que já sabem é que ele não tem predador natural.
Outro problema sério no Carmo, são as centenas de javalis - hoje cruzaram com porcos e são chamados de javaporcos, que proliferam muito mais. Dizem que eles andam em manadas, pisoteiam plantações e acabam com as nascentes. O javali foi levado para a cidade por um fazendeiro há duas décadas.

Um piano viajado!

O piano que está no Museu Carlota Maria da Silva viajou muito e de várias formas até chegar à distante cidade de Carmo do Rio Claro. Ele foi feito em Berlim para uma pessoa da Cidade do Cabo, mas acabou embarcando para o Rio de Janeiro. De lá, viajou em estrada de ferro e de ônibus até Fama, onde embarcou no Vapor São Cristovão e aportou no Porto Carrito (aqui fiquei na dúvida sobre essa informação porque, segundo o Job, o vapor que parava no Porto Carrito era o Francisco Feio). De lá, foi de carro de boi para o Carmo.

.UM MUSEU PARA O CARMO!

O Edgar nos acompanha (eu e a Carla) numa visita ao novo museu.
Os móveis reproduzem os ambientes internos das casas antigas de Carmo do Rio Claro
Esta sala reúne objetos e utensílios antigos, peças garimpadas na Europa e quadros do pintor e outros de artistas famosos. Observe o teto pintado.
Uma cozinha com cheirinho característicos das cozinhas mineiras
A máquina de passar filmes do Cine Guarani
(A réplica da igreja matriz antiga de Carmo do Rio Claro)



Tive a oportunidade de visitar o Museu Carlota Pereira da Silva, que foi construído pelo médico, escritor e pintor carmelitano, Edgar Pereira da Silva. Ele informou que as portas serão abertas em 27 de agosto de 2011. O Museu, localizado na praça do Fórum, abriga um acervo de peças garimpadas em suas viagens e móveis, objetos, utensílios referentes à cidade de Carmo do Rio Claro. A maioria das peças é do acervo da família.

O museu abriga tesouros: a máquina de cinema do Cine Guarani, um gramaphone que funciona e toca aqueles discos rígidos de outros tempos, remédios da farmácia de seu pai, Jayme Silva, entre eles, vidrinhos de morfina e cocaína e uma máquina de fazer supositórios.

Na cozinha, é possível sentir o cheiro de banha de porco, ela fica em cima do fogão, como antigamente. Os três tetos foram pintados pelo idealizador do museu. Nas pinturas, ele manifesta a sua indignação pela destruição do patrimônio histórico de Carmo do Rio Claro.

Ganhei um exemplar do livro "Doce Arte da Época Imperial Mineira", de autoria de Edgar Pereira da Silva e também a permissão para transmitir informações ali contidas da história da cidade, os causos, as receita da Dona Carlota...

Dentre as peças garimpadas pelo mundo, sobressaem o quadro de Jânio Quadros, de 1974, denominado Menina Triste e uma tela de Volpi. Segundo Edgar, a maior raridade é o livro de pinturas do palácio do Nero, um livro que - segundo ele - não existe nem na Biblioteca Nacional Brasileira.
No quintal do museu, foi construída uma réplica da antiga igreja do Carmo. Há um agradável espaço, inclusive com um pequeno palco para apresentações e duas oliveiras plantadas.
A partir de agosto, o museu será aberto para visitação pública. A curadora do museu será a sobrinha de Edgar, Jaqueline Silva, segundo informou.
... as fotos foram gentilmente cedidas pela minha querida amiga Nana. Para saber mais do Carmo é só acessar www.nanademinas.com.br

segunda-feira, 25 de abril de 2011

CRUZ CREDO!

Eu confesso que até hoje tenho medo de andar nas ruas do Carmo à noite. Habitam-me ainda as sombras e assombrações, os fantasmas da minha infância. E como era gostoso ouvir as histórias, um misto de medo e prazer. Ainda mais na Fazenda Água Limpa, com seus enormes salões e sem energia elétrica, uma mescla de luzes e sombras.
Uma estória que eu ouvi dizia que o acontecido era com meu pai. Ele estava andando no Cascalho, quando apareceu um coelhinho, que virou uma mulher altíssima, que correu atrás dele até a casa da Tia Lola. Que horror!
Escuro para mim é até hoje horrível. Nele, habitam as sombras.
Agosto era mês de ventos uivantes e de cachorro doido. Quaresma, uma quarentena em casa, melhor não sair, mês de mula sem cabeça.

VISITAS ILUSTRES

A avó do jogador Kaká recebeu em primeira mão no sábado a notícia do nascimento da Isabela, filha do Kaká, aqui no Carmo. Ela estava hospedada na casa do Cizinho (Vilela César) no Condomínio Porto Belo. Lá, estava também o tio do Kaká, Jessé Lane e a tia, Sandra Dorman Leite Romeiro, da Assessoria de Imprensa da Dilma Roussef.
Eles são simples e extremamente afetuosos. Jessé é um homem de porte atlético e conta que ele, o pai do Kaká, o Bosco e o outro irmão, Binha, jogavam no time oficial de Brasília de futsal.
Enquanto a Mônica - irmã do Cizinho - preparava um macarrão, conversei com Dona Janira Pereira de Souza Leite, a avó do Kaká. Ela contou que chegou em Brasília, vindo da Bahia, em 1962, quando a cidade estava sendo construída. Saiu lá de Barreiras, exatamente do município de Angical. Foram morar em Taguatinga.
"Kaká jogava o dia inteiro, quebrava tudo em casa e dormia com a bola do lado"
Dona Janira, super simpática, ganhou xales lindos de tear das mulheres presentes e comprou muito nos ateliers da cidade. Falou da sua impressão sobre o Carmo:
"É uma maravilha! Gostamos demais! É o paraíso! O Cizinho é como se fosse da família. Foi um presente de Deus para nós. Nós o consideramos um irmão!!!
A simpática senhora pediu que orássemos pelo Kaká: "eu sempre digo a ele, você é um exemplo para o mundo".

CHIQUÉRRIMO!

(A família Figueiredo Soares no aniversário de 90 anos da Vó Alice - um exemplo de tradição familiar)

O pianista, Alan Grando, "um virtuoso, estudou na Europa", fez um concerto nas noites da Semana Santa. Quem passasse em frente a casa do Edgar - onde estava hospedado - ouvia os sons de Choppin que cobriam a praça. O pianista Durval Teixeira também se hospedou na casa. Pedi a ele para definir o Carmo: "Aqui se preserva a tradição familiar". É verdade, aqui somos famílias enormes e somos todos muito unidos.

O empresário Fabiano Machado, de São Paulo, também presente declarou:

"Uma cidade pequena muito especial! Tive um choque! Essa montanha, as formas geográficas ao redor, as pessoas extremamente amáveis. Nunca vi isto em outra cidade. Acolhe-se com amor e hospitalidade"

LANÇAMENTO DE LIVRO SOBRE A FAMÍLIA VILELA!

(Meus irmãos: Joaquim e Ana Maria - sentados - em pé: Luizinho, Tata e Tião)

Minha irmã, Ana Maria Vilela Soares, ficou treze anos fazendo uma pesquisa sistemática e criteriosa para escrever o livro "Genealogia da Família Vilela", que ela vai lançar em julho de 2011. Para seguir esse fio de ariadne e chegar às ilhoas que deram origem aos Vilelas, ela pesquisou nos livros batismo, casamentos e óbitos da Paróquia Municipal do Carmo, no Arquivo Público Mineiro e nos cemitérios do Carmo e Barro Preto. E ouviu, acima de tudo, a tradição oral. Coletou informações das velhas matriarcas - Donana (do Juca Lemos), Donana (do Joaquim Antônio), Dona Matilde Carvalho Dias, Tia Lola...

Pesquisando os galhos dessa árvore, constatou que todo Figueiredo é Vilela, mas nem todo Vilela é Figueiredo. E que a grande maioria dos carmelitanos são parentes, derivam de uma mesma árvore.

O Livro será lançado na Pousada da Mavi, em Julho. Mais perto, confirmo a data.

Uma história de amor

A namorada do Nem Cabral, a Luiza, suicidou. Todos os dias ele ia ao cemitério ao final da tarde e tocava no piston a música dos dois. Que cena! Merecia virar cinema.

A Semana Santa continua a mesma...


(Como sempre, a população foi em peso vivenciar os rituais da Semana Santa. A procissão de velas estava maravilhosa - as fotos foram gentilmente enviadas pela minha amiga Nana de Minas)

Missas, procissões, via sacra. Tudo como sempre em Carmo do Rio Claro. Só não foi como sempre acordar às cinco horas da manhã com um alto-falante na Igreja Matriz. Alguns mais velhos se lembraram da Semana Santa antigamente. Contaram que até as rádios funcionam apenas com músicas clássicas. Eu me lembro de uma música que se arrastava na igreja ... Cristo foi obediente, até a morte...Na morte de alguém, todos se vestiam de preto. Os homens usavam uma tarja preta no braço, chamada de "fumo". Morte de pai demandava um ano de luto, irmão, seis meses, ia abaixando, dependia do grau de parentesco.



MORREU A MARIINHA!

Naquela noite, era aniversário do Fioro. Disseram que ela cantou, dançou, brincou com a neta e, quando se sentou, a cabeça tombou e ela morreu. Muitos, no velório, disseram que a haviam visto à janela na procissão do enterro. Maria Júlia Bueno Carielo era esposa de Amadeu Carielo - nosso personagem nos Casos do Job - e mãe da Celina, do Fioro, do Paulinho, Rominho...Tia Dolores, sua irmã, estava inconsolável. Perdeu sua querida irmã, que faleceu aos 93 anos.
Que todos, nessa família maravilhosa, recebam os meus pêsames!

Recebi esse comentário:

"Fé é Vida Vida é Ressurreição. Na doação, Na partilha, No amor e na justiça, Na comunhão com o irmão. No perdão e reconciliação, No respeito e na aceitação. Na simplicidade, Na fraternidade. Viver é semear bondade e esperança. É fazer acontecer a união, ser um só coração. Sua vida foi essa Páscoa. Semeou e colheu. Agradecemos a Deus sua existencia de Amor! Carinhosamente, família de Maria Júlia Bueno Carielo."

O ELO PERDIDO



Escrevo sob o calor de estar no Carmo do Rio Claro por cinco dias, na Semana Santa. Henfil tinha razão, Minas é uma universidade. A cultura permeia os costumes, tradições do dia a dia e está na mesa dos mineiros. Desde que criei esse blog, não havia voltado ao Carmo. E qual não foi a minha surpresa quando comecei a ser abordada várias vezes por carmelitanos ausentes do Rio, São Paulo que diziam que estavam seguindo esse blog. "adorei os causos" "Precisa postar todo dia"...



Incumbida dessa tarefa e de caneta em punho, ainda sou do tempo da caneta e escrevo rápido como as calígrafas, aproveitei a conversas ao redor da mesa de casa ou do bar - no caso o bar da Kátia e do Mané e coletei histórias.



Percebi que um caso puxa outro, que minhas histórias são as de todos nós. Voltei com uma consciência maior. Esses textos que escrevo aqui no meu apartamento, no bairro Cruzeiro, em Belo Horizonte, nascem da oferta do meu dom para todos vocês que estão no Carmo e os que estão longe e se sentem como vó Alice, quando morava em Morro Agudo:



"Saudosa terra em que nasci



que mal te fiz



que me obrigaste a separar de ti?"



Percebi que esses momentos de remember repercurtem na vida das pessoas. Nós, que estamos há cinco, dez, quinze, vinte, trinta, quarenta anos longe do Carmo. Que o blog nos reúna novamente.



Recebi do Mato Grosso, mensagens da nossa saudosa Angela do Zé Ganguinha, da Dodora Tito Pereira, lá no Nordeste, da Nilzinha Reis, aqui do Carmo... Vamos recuperando a nossa memória, restaurando o quebra cabeça, contando os causos.



Oi Mirley (Maciel Sandy). Eu a encontrei com a família - por sinal simpaticíssima - no Manézinho. A essa altura, já deve estar em Interlagos, São Paulo, lendo esse blog, matando as saudades. Foi ela quem pediu para postar todo dia, vou fazer o possível.



Nessa noite, encontrei a Ana Regina, filha do Tetelo. Quem se lembra do Tetelo? Ele morava perto da Rodoviária. Era músico e barbeiro. Suas filhas eram talentosas e faziam teatro, cantavam...Tetelo animou muito baile no Carmo na década de 40/50 com a sua banda Carolina Jazz.



Ana Regina prometeu mandar informações sobre o Tetelo, fotos do jardim de baixo, que caiu sob as lágrimas da Dona Nicotinha, que o havia plantado, o havia regado e agora via o jardim vir abaixo... Aguardamos.



domingo, 17 de abril de 2011

ADEUS JÂNIO!

a foto foi enviada pelo Darley Freire. Fiquei com muitas saudades!!! Meu amigo, que Deus o tenha!

Eu o conheci na juventude. Era meio parente da Elisa, minha segunda mãe, filho da Sebastiana e do ...? Vez ou outra, eu me lembrava dele e sentia vontade rever. Ele foi embora ainda novo para Poços, onde jogou anos na Caldense e depois terminou técnico do time. Mas a vida é rápida, é passageira ... e levou o meu amigo Jânio antes de ter dado tempo de ter lhe dado um grande abraço. Fica aqui os meus sentimentos pela sua morte, tão jovem ainda, com apenas 56 anos, vítima de uma Hepatite C.


(a foto foi tomada emprestada do site da Nana. Lá, você encontra mais informações



Visite o www.nanademinas.com.br



OS ILUSTRES!


A escritora Celeste Noviello Ferreira - em seu livro Quadro de Saudades - fez um capítulo sobre os Ilustres carmelitanos, que saíram da pequena cidade, ganharam o mundo, fizeram história. A maioria deles nem conhecemos. Alguns, apenas de nome. Outros, em espaços restritos à família. Um deles, Sr. Milton de Araújo Pereira, muitos de nós conhecemos. Eu fui aluna do Tio Milton de Moral e Cívica. Aprendíamos sobre símbolos da bandeira, hino nacional, respeito à pátria. Ele, lição de lisura e caminho reto. Vou começar a coluna OS ILUSTRES por ele.

MILTON DE ARAÚJO PEREIRA

"Nasceu na cidade de Guaratinguetá, no dia 28 de fevereiro de 1898. Foram seus pais o Comendador Lourenço de Araújo Pereira e Dona Deolinda Penna de Araújo Pereira, ele nascido em Porto, Portugal, ela em Areias, Estado de São Paulo. "Recebeu o diploma de professor em 1916 . Com os pais falecidos, chegou ao Carmo (segundo o Job, de cavalo) em 1917. Exerceu cargo de magistério e também de funcionário da Prefeitura Municipal.

Em 1923, se casou com a Tia Lourdes (Maria de Lourdes Figueiredo, filha de Antônio Alves de Figueiredo e Dona Corina Isaura de Figueiredo). Foi professor do Colégio Olavo Bilac, Colégio São Paulo, Grupo Escolar Cel. Manoel Pinto (do qual foi diretor), da Escola Normal Sagrados Corações - dirigida pelas Irmãs da Providência, do Ginásio Pedro II e depois Barros Leal, do Ginásio Cônego Leopoldo, do Colégio Montfort e da Escola Estadual Monsenhor Mário de Araújo Guimarães. Foi professor de Português e Matemática.

Teve um cartório, onde eram feitos os processos contra Furnas. O Job Milton voltou à cidade naquela época, para ajudar o pai no cartório. Serviu à comunidade de outras formas: foi diretor do GEC e, quando era presidente construiu e inaugurou a segunda sede à rua XV de Novembro. Fez parte de várias comissões, como a da construção do prédio do Colégio Montfort, da Capelinha da serra, da Capela de São Benedito, da reforma da matriz...

Na política, fazia parte do diretório do PSD. Foi presidente do Conselho Particular das Conferências Vicentinas e vicentino por toda a vida.Foi sócio honorário do Rotary Clube por 23 anos. Recebeu o merecido título de Cidadão Carmelitano, em 1974 e, teve a honra de receber a Medalha da Inconfidência, das mãos do então governador de Minas, Francelino Pereira.

Foi treinador do time do GEC e um dos árbitros da cidade.
Servindo em várias frentes, foi também, Ministro da Eucaristia.

"Do seu casamento com Dona Maria Lourdes Figueiredo Pereira (falecida em 1979), nasceram: Lourenço, Antônio, Deolinda, Job Milton, Corina, Antônio Benedito e Milton Luís. Na madrugada de 27 de agosto de 1993, precisamente às duas horas e dez minutos, entregou a sua alma a Deus, depois de quase um mês enfermo, vítima de efisema pulmonar. Morreu aos 95 anos" (Job Milton).
Ele é também o pai dos autores do Hino do Carmo: Job e Lourenço.


VEIA LUSITANA!


CAMINHOS

Caminhos! Ah, caminhos!

Quantos a seguir, quantos a explorar, quantos a desejar!

Uns destinos, outros solidão. Quem sabe outros, condição....

Segui-los pode ser tentação, superação, religião ou mesmo falta de opção.

Pode ser bom, de bom-tom, com som (de pássaros) ou de poeira marrom.

Há os que acreditam ser necessário, um ideário, solitário ou mesmo para otário.

Eu já acredito que caminhos são o lazer, o prazer e o mais o que fazer.

Caminhos! Ah, caminhos! Tantos seguidos, tantos explorados, tantos desejados!

E tenho dito!.... e seguido!


(a poesia e a foto sairam do arquivo pessoal de meu irmão Edmundo)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

HISTÓRIA DO GEC

(Esta foto foi tirada pelo Dionísio Reis, o Diô, nos primeiros dias da piscina do GEC)


O Grêmio Esportivo Carmelitano, o clube de muitos bailes e carnavais foi fundado em 21 de maio de 1933. O imóvel ficava na rua Wenceslau Bráz. O primeiro presidente foi Manoel Mendonça Filho, que tinha então 28 anos. Em janeiro de 1940, foi inaugurada a sua nova sede, na rua XV de Novembro, atual Camilo Aschar. Contava com chapelaria, biblioteca, salão de leitura e estar, salão de baile com palco e camarim. A sala da diretoria tinha a cor do seu clube de futebol, branco e vermelho.
A nossa grande dama do teatro, Nocotinha Paiva, dirigiu ali dramas e comédias, assim como os alunos do Colégio Montfort, que tornaram vivas a veia artística do povo da cidade. Em 1963, a sede pegou fogo, para tristeza de todos. Exatamente no dia 12 de setembro. sobraram apenas algumas cadeiras e o piano.Então, foi comprada a atual sede, do Sr. Joaquim Astolfo Vilela, na Praça Maria Goulart.
Minha geração frequentou um Gec "barracão", na XV de Novembro, mas mesmo assim, vivenciamos muitos bailes bons, com grandes orquestras. O Geca no Gec em Julho começou ali, na sede improvisada.
Em 1975, o Gec construiu a sede recreativa e nos esbaldamos na piscina, grande novidade na época.

Fora as histórias oficiais, cada um de nós protagonizou momentos eternos nas paredes do GEC, carnavais inesquecíveis, bailes, com grupos saudosos como Laércio de Franca. Os primeiros beijos, os primeiros passos de dança...
As informações foram tiradas do livro de histórias do GEC, publicado durante a presidência da nossa Chiquita.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Noticias de cá...

foto da minha filha, Iana, tirada da Praça do Papa, em Belo Horizonte
Na última sexta feira, vivi momentos muito especiais no alto dessa montanha, na Praça do Papa, vendo Belo Horizonte brilhando no horizonte. Era uma noite de lua crescente e Milton Nascimento soltou a voz, aos pés da Serra do Curral. Subi com um amigo e um vinho para degustar. Muitos tiveram a mesma idéia. Alguns se esbaldaram, levaram até taças de cristal. A praça estava lotada de gente bonita e pacífica. Como são pacíficos os belorizontinos! Principalmente quando o show é do Milton e do Vanderlee. Quando o show acabou, fomos descendo pelo gramado e depois do parquinho de madeira, rolou um reggae da melhor qualidade. Uma "galera do bairro Ipiranga". A moçada nova cantando Raul Seixas... Depois de um bom vinho, a alegria estava garantida. A lua lá no alto, uma brisa fresca e a cidade em luzes lá embaixo. Enquanto conversava e ria o vinho, falava aos novos amigos sobre uma cidade lá no Sul de Minas, muito especial, o nosso Carmo. Aí está o melhor de BH, música e lua.

domingo, 10 de abril de 2011

BEM VINDA AO BLOG!

(olha aí a querida Edna, na cozinha da Casa da Nivalda)
Queridíssima cleise,

Contarei as anedotas (termo que era usado ). Obrigada pelo seu blog Queridíssima cleise,

Vovô (Gabrielzinho) pulava "várias cercas".E em consequência, foi perdendo seu patrimônio.Um dia, voltava a cavalo da cidade pra fazenda e deu-lhe vontade de urinar.Apeou do cavalo e foi urinar.Quando urinava,alguns pingos de urina caíram em sua botina quando ele balançou pra cair as ultimas gotas e,nervoso, disse: desgraçado, já acabou com tudo que eu tinha e ainda quer acabar com a minha botina?

Depois contarei o primeiro dia que fui em sua casa,ao lado da casa da Salete maimone e quem me recebeu foi o Sô Soares.

Abraços saudosos da colega de escola e eterna amiga:Edna Santos Ribeiro Lima-Mococa 09/04/2011

Tudo passa.Só DEUS permanece. (Sta.Terezinha ).

Edna, você se lembra dessa engraçada história. Estávamos sentadas em frente á Casa da Nivalda. Passou um homem olhando para nossas pernas. Você então perguntou: nunca viu perna? Ele respondeu: perna já, cambito não rssssssssss)


sexta-feira, 8 de abril de 2011

RECORDAÇÕES DE UM CARMELITANO.


Recebi esse recado e as fotos abaixo:

Realmente Cleise familia é tudo. Existem momentos que são para sempre,veja esta foto de minha familia em dia das mães. Segue também um time de veteranos de 1978 de qual participei, não porque eu era veterano na época,mas porque eu era muito ruim de bola, então, jogava com os veteranos. Quase meio time ja partiu desta vida.

Nossas homenagens aos que passaram para o andar de cima. Ficarão para sempre em nossas saudades.

Agradecemos ao Tarley, que é seguidor desse blog. Ele informou que sua irmã Filomena, professora do colégio e da Escola Vencer, também é. Agradeço pela contribuição e pelo apoio dado ao blog.

"As minhas irmãs esquerda p/direita:Filomena,Zilá,Sélia,Salete.
Meus irmaõs: Roberto Freire,TARLEY, minha mãe APARECIDA,Renato e Caio Sérgio na frente.
A foto foi tirada no quintal de minha mãe, no Dia das Mães, em 2009.

O técnico deste time era Joubert,tio do Dito do Fazinho.
A foto é do segundo time, aqui estão faltando o Renê do bar, Sérgio dentista, Guinú, Caruncho,Wilham Balla.
Agachados:Da esquerda p/direita:Manuel da balsa, Antonio Dalora, Pretinho,TARLEY, Milton, Antonio Lara, Paulão
.Em pé:Edmundo,Fordinho, Malaquias,Santa Rosa, Milton Carcereiro, Paulo Adriano eToninho Sota.

Nossas homenagens aos que passaram para o andar de cima. Ficarão para sempre em nossas saudades.

SAUDOSA TERRA!

Todos os dias quando acordo, agradeço a Deus por ter nascido em Carmo do Rio Claro e sido criada na Fazenda Água Limpa. Ali, vivi grandes momentos da minha vida. A fazenda pertence a Conceição Aparecida, mais conhecida por Barro Preto e é um patrimônio histórico para toda a região. Houve uma época que pensamos que ela ia cair, mas agora, pelas mãos de meu irmão Joaquim José e da minha querida cunhada, Toninha, ela está sendo totalmente restaurada. Está ficando um verdadeiro capricho! Por aqui, em Belo Horizonte - minha segunda cidade - fico lembrando de lá e recordando a poesia da vó Alice, que dizia:
Saudosa terra em que nasci,
que mal te fiz
que me obrigaste a separar de ti?


DO ANTÔNIO ZACARIAS - CASOS DO JOB

(Esta foto é do Basileu, eu não o conheci. É um personagem mais antigo do Carmo, com certeza, nossos pais e avós o conheceram)

Quem se lembra do Antônio Zacarias? Ele ficou cego e foi morar no asilo. Gostava de uma pinguinha. Numa das saudosas festas juninas que aconteciam no hospital, alguém perguntou se ele queria um quentão. Ele retrucou:
- Dá pra me trazer um mais simplizinho?

MAIS UMA DO GABRIELZINHO!

A família do Gabrielzinho tem uma veia humorística impressionante: o Zé Reis, a Edna, a Jane... Coletei com o Job Milton algumas desse senhor, que morreu com 90 anos.

"Ele já velhinho e vacilando estava na porta de casa com um porrete. O saudoso Fordinho perguntou:
- Papai, o que o senhor está fazendo com esse porrete?
Até mesmo esclerosado, era espirituoso.
- Tô esperando um bandido que passou aqui, vou meter esse porrete nele.
Fordinho: Dá o porrete aqui, que eu mesmo corro atrás dele.
Gabrielzinho respondeu:
- Você? Você é bom para correr na frente...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

AINDA SOBRE A PAINEIRA!

Celeste Noviello Ferreira, autora do livro Quadro de Saudades, também fala sobre a paineira, que ilustra este blog. Ela informa que esta foto foi tirada em 1920.
Veja o que diz:
"Os antigos recordam e os retratos contam.
Uma velha paineira, defronte a casa do professor Milton de Araújo Pereira. Pertencia ao Sr. Antônio Alves de Figueiredo (Sr.Pipoca) meu bisavô. Abrigava na sua enorme sombra hospitaleira a reunião dos carmelitanos para as conversas costumeiras de um povo, suas fazendas, suas façanhas políticas.
O Largo da Matriz era em areia, circundado por algumas árvores. No seu centro, ficava um grande chafariz em pedra sabão, com duas enormes torneiras, onde o povo buscava água potável, quando não havia, ainda, água encanada nas casas. O outro chafariz foi construído na "Praça Capitão Américo".
Havia, também, dois coretos. Um deles, servia para leiloar prendas e o outro para a Banda de Música alegrar os festejos religiosos. Em volta do largo foram construídas as primeiras casas. Início do povoado.
As casas urbanas eram maiores ou menores, simples, mais modestas. Sobrados duplos ou sobradinhos aconchegados uns aos outros, minguados, escuros, alinhados ao longo da rua ou ladeiras, com patamares de pedra, conforme a inclinação da rua, subia por degraus. Mais tarde, aparecem acentuado progresso no gosto e modificações nas linhas, com tendências a suntuosidade.
Sacadas eram de guarnições de cedro e jacarandá, algumas de ferro. O emprego de pedras foi constante em igrejas e casas solarengas (Séc.XVIII - 1740-1750)

Celeste Noviello também publica um texto "Evocação à Paineira", destinado à Dona Corina (minha bisavó) escrito por Léo Carmelitano, que eu não conheço. Segue o desabafo:

"Cortaram a Paineira plantada no coração da cidade. Rasgaram-se as sombras de uma tradição secular do Carmo. Nós todos choramos, comovidos, em presença dos outros, a perda irreparável. É um pouco da alma da cidade que se abate. Uma lembrança querida que recordava os antepassados.

Uma reunião à sombra da paineira era o que havia de maior simplicidade democrática. Todos, sem distinção, se mostravam acolhedores e afáveis.

Aos domingos, era o conforto dos roceiros, a sombra benfazeja. Um quadro tipicamente carmelitano do roceiro à espera dominical. Quando alguém ficava triste, recorria à intimidade da árvore amiga. Quando se ficava agastado, moído da rotina da cidade, não havia remédio melhor do que dois dedos de prosa à sombra da paineira. Quando se queria molestar o próximo, também a paineira sugeria coisas que fazem rir. Se os namorados cochichavam , fazendo segredos dos seus madrigais, agarravam-se à paineira, que sabia fazer silêncio de tudo. Se havia um negócio a fazer, uma piada a contar, um acontecimento a comentar, ninguém duvidava: corria à paineira amiga e punha boca no mundo. Era o clube popular da cidade.

Quando se está ausente, todo mundo se lembra do Carmo com a paineira na rotina. Todos sentem saudades pensando na paineira. Todos a veneram sendo ciente dos olhos o seu colorido pitoresco na quadra da florescência. Não houve geração que não encontrasse agasalho à sombra da paineira.
Sol a pino. Meia dúzia de gente apinhada no banco da paineira. Um cavalo amarrado. Um largo deserto. D. Corina à janela. Uma moça que passa de uniforme para a Escola Normal - bom dia! Um olhar de simpatia para o atelier da Nicota. Um dedo de prosa com o vizinho do banco. Que tentação! Todo mundo que passa é obrigado a parar. Tudo isso é o Carmo na sua originalidade tipicamente Carmelitana.

O momento mais carmelitano da vida da cidade. O momento mais bonito para a minha sensibilidade.

Ventos maus sopraram lá foram. Mas a chama simbólica permanecerá sempre acesa. Viverá para s empre a paineira como um adeus distante. Nota: a transcrição supra, extraída de "O Carmo do Rio Claro", de 1 de outubro de 1938.

Assim comemoramos a saudosa d. Corina Isaura de Figueiredo na homenagem que lhe prestou o articulista, lamentando o corte da bela Paineira à cuja sombra nasceu a cidade.

Gente, às vezes tenho saudades de um tempo que nem vivi. Mergulhei fundo nessa história e pude ver e sentir esses dias de 1920, quando a paineira do meu bisavô foi abaixo. Mas ela vai existir sempre aqui no meu blog, em homenagem a meus antepassados e a todos os carmelitanos que curtiram a sua sombra benfazeja.


terça-feira, 5 de abril de 2011

JUC DÉCADA DE 70

Essa foto foi tirada na casa do Dito, do Fazinho, numa festa da JUC (Juventude Unida Carmelitana). Ao lado da Bel, a Irmã Veronese. A JUC nessa época era super ativa. Fazíamos visitas ao Lar das crianças, ao Asilo dos Velhinhos, Campanha do Cobertor e até um programa na Rádio Difusora de Carmo do Rio Claro.

A PATATIVA DE ALFENAS.

(as comunicações foram afetadas com a chegada da hidrelétrica)

Na época em que Furnas era considerada "o crime do século", alguns políticos levantaram suas vozes para contestar a construção da usina. Entre eles, o deputado federal Oscar Corrêa, o advogado Geraldo Freire (de Boa Esperança) e o deputador estadual, Manoel Taveira de Souza, chamado de "Patativa de Alfenas", devido a sua eloquência. Retirei do livro Mandassaia (de Ildeu Manso Vieira), algumas referências a ele:

Manoel Taveira "bem apessoado, de terno e gravata, bigode preto e cabelos ondulados de poeta", discursava na Assembléia Legislativa de Minas Gerais:
"As terras destinadas à feitura do reservatório de Furnas são as mais férteis e produtivas do sul de Minas. Restarão para a lavoura as fraldas dos campos pedregosos, os espigões secos e erosados, as terras ácidas dos campos improdutivos".

"Furnas afetará também o sistema de comunicação de toda a região. Cerca de 120 km de estrada de ferro da RMV serão alagadas pela gigantesco reservatório. Do exposto, se infere que efeitos catastróficos serão produzidos por esse empreendimento de proporções gigantescas que fere a soberania do estado de Minas Gerais e dos municípios afetados"

O prefeito de Alfenas da época, Janjote, declarava:
"Furnas é o absurdo dos absurdos. É o crime do século. É uma obra apocalíptica que deve ser impedida a qualquer custo".

José Alves, do Barranco Alto, imediações do Cavaco, também comentava:

"O falatório de Arfenas é de lascá, muié. Mas eu sô quinem São Tomé, tenho que vê pra crê...
Semana que vem vou inté Guapé visitá minha famia e chegá lá nas Furna pra vê com os meus zóio que a terra há de cumê, essa girigonça que tá na boca do povo"

Foi duro, foi difícil vivenciar as perdas e, para muitos, ver naufragadas suas terras e pertences. Mas todas essas falas foram em vão, como sabemos. Hoje, o que se vê a perder de vista é o nosso mar de água doce. Ficam aqui registradas para seus conhecimentos, o que se passou naqueles dias...

QUE FOTO ABENÇOADA!

Essa foto MARAVILHOSA foi tirada pelo meu primo Renato Soares, que é realmente fera na fotografia. Ele flagrou um momento abençoado, quando esses dois arco-íris cobrem o Carmo. Incrível, um deles está exatamente sobre a igrejinha. Gentilmente, cedeu a foto para publicação. Nós agradecemos.

domingo, 3 de abril de 2011

VEIA LUSITANA!


FAMÍLIA É TUDO!
A minha avó Alice já dizia: saudosa terra em que nasci, que mal te fiz que obrigaste a separar de ti...
Primeiro foi a Cláudia, depois a Alice e agora é a Ludi que prepara para ir embora de BH e morar no Carmo. E eu vou ficando aqui sozinha. Puxa vida! Como família faz falta! Como o Carmo e amigos me são caros! Estou morrendo de saudades. Minha forma de estar com vocês, é escrevendo neste blog e no Facebook - tudo de bom. Ali, tenho reencontrado velhos amigos. O Angelo Leite, nosso Pan, falou muito de uma festa de reencontro do pessoal do Facebook. Propus o nome "Face" a Face. Enquanto isso, vamos trocando fotos e palavras. E tudo isso vai preenchendo o meu tempo. Segue uma poesia que fiz há muito tempo pensando no nosso Carminho.

CHÃO

Venho de estrada de terra vermelha

De café e bolo de fubá na varanda

De berrante

Boiada

Rodeio

Venho de tardes sonolentas

Onde zumbido de mosquito é música

Que embala sono

E cigarra tanajura aleluia paturi

Tatu galinha cavalos manga de vez vacas mojando, papai sorrindo

Cheirando à tinta de pena

a suor de campo

vaca parida na várzea.

Mãe lavando roupa com anil

Cheirinho roxo quarando ao sol

Panelinhas e a gente criando a casinha

Colhendo ovos e alfaces

Matando frangos que saíam pulando sem cabeça porque eu não conseguia não ter dó

então eles pulavam,

mas na hora de dividir

o santo antônio era meu

e o jogo brigado aos gritos

até papai decidir a questão.

Venho de orvalho molhando pés

Leite fresco de vaca

Pai e mãe rezando terço

Desejando boa noite

Barulho de cobras, grilos e sapos

Lá fora no meio do mato.

MAIS DE 3 MIL ACESSOS AO BLOG

Este meu querido blog já foi acessado por 3.200 vezes. Colabore com o blog, mande fotos e conte as suas lembranças no Carmo. Ele é para todos vocês. E obrigada pela visita.