quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Uma perda lamentável!

Faleceu há dois dias a minha prima, Maria Alice Figueiredo, de problemas advindos de uma operação de vesícula. Devia ter mais ou menos 61 anos. Era agrônoma e residia em Curitiba. Passou o natal conosco no Porto, ao lado de toda a família e do seu marido, Álvaro. Ficamos muito tristes com a  notícia, a despedida sempre nos pega de surpresa. Não podíamos imaginar que aquela, era última vez que veríamos a prima.

Maria Alice era chamada pelos irmãos de Ice. Eu me lembro quando vinha nos visitar. Era uma moça bonita, tinha então 18 anos. Eu ficava muito orgulhosa de ver que, aquela moça chamava a minha avó de vó e era minha prima. Era filha do Tio Luiz e da Tia Santa. Tio Luiz era irmão do papai e morou muitos anos em Jaguapitã, no Paraná. Tia Santa era prima prmeira do Tio Luíz, filho do Tio Piruá, que morava em Passos.

Eles tiveram oito filhos. Destes, três já se despediram e foram para o andar de cima: o Gordo, a Joana e, agora, a Maria Alice, para tristeza de todos nós. A Tia Santa morreu com 95 anos no ano passado.

Que Deus dê conformidade a todos pois, como se diz, a morte faz parte da vida. Que os anjos de luz a acolham em sua glória.

domingo, 26 de agosto de 2012

Uma imagem para fechar o domingo!

Para encher os olhos, a árvore do Baobá, que vive de mil a seis mil anos, símbolo de Madagascar.
Boa noite!

56 anos de sacerdócio

A nossa homenagem ao Padre Mário Pinto de Faria, há tantos anos cuidando do seu rebanho, em Carmo do Rio Claro.

Entardecer na Fazenda Água Limpa

Foto da minha sobrinha, Daniela, que andou em julho com a câmara para baixo e para cima registrando momentos como este, inesquecíveis.

Deliciosas Histórias do Coró - A família JACOB

Uma das melhores contribuições da cultura sírio-libanesa é a culinária. Ela faz parte da culinária carmelitana. Toda a população consome pão de chapa, chancliche e quibe em seus cardápios diários. O melhor pão de chapa da cidade é o da Dagraça. Ela distribui para as padarias e supermercados da cidade. O meu querido Coró tem escritos histórias deliciosas no Facebook. Ele é descendente de sírios-libanesas e conta aqui a historia da sua família. Ele é filho do Tãozinho que vestiu nossos pés durante toda a infância, tinha uma sapataria e da Dona Iracy, tão doce e tão querida! Deixo para vocês as lembranças do Coró.
Histórias do Carmo

Da Síria, do Líbano, de Jorge e Ássima Jacob, de Alberto Jacob e de Norzinho

Havia no Carmo uma relevante colônia de sírio-libaneses. Começaram a vir para o Sul-de-Minas na década de 1890, fugindo da falta de perspectiva econômica da região, então dominada pela política turco-otomana e também porque o império turco-otomano estava dizimando aquelas populações, estuprando as mulheres, saqueando as cidades e obrigando os cristãos do norte do Líbano - origem daqueles que vieram para o Carmo – a servir o exército turco-otomano. São denominados até hoje de sírio-libaneses, pois a Síria e o Líbano faziam parte de um único país e estiveram por muito tempo ligados; compunham juntos o Império Turco-Otomano, passando a pertencer a França após a Primeira Guerra Mundial, quando foram administrativamente separados. Os sírio-libaneses são erroneamente chamados de “turcos”, pois quando emigravam, recebiam passaportes turcos, mas tinham ódio mortal por este povo. O filme “Lawrence da Arábia” conta uma parte desta história.

O Brasil, na época, atravessava a sua primeira fase de urbanização e industrialização, o que propiciava um clima muito favorável a novos negócios. Diferente dos imigrantes europeus, que vinham em busca de terras para cultivo, os libaneses encontraram nas cidades um local para a criação de indústrias e casas de comércio. A maioria deles começou a sua vida no país vendendo mercadorias de porta em porta como mascates (do árabe “Masqat”, cidade no golfo de Omã). Muito disciplinados com dinheiro, enriqueceram e foram responsáveis pela abertura de pequenas confecções e lojas de tecidos. Vários dos libaneses que vivem ou viveram no Brasil colaboraram inclusive com o desenvolvimento do próprio Líbano, com envio ao país de recursos que propiciaram a construção de hospitais, escolas e bibliotecas. E, claro, ajudaram o Brasil em seu desenvolvimento também. E no Carmo, como no restante do país, muitos são os descendentes de sírio-libaneses que conhecemos e com quem convivemos, somos parentes, casamos, somos amigos e que tem uma grande história, que acabou se misturando com a história do Brasil.

Vindos da cidade de Basbina, estado de Akar, norte do Líbano, onde nasceram, também vieram para o Carmo Jorge Jacob e Ássima Calilio Jacob. Chegaram a se mudar do Carmo para Honduras, mas acabaram por retornar a esta terra de que tanto gostavam. Aqui formaram família, e seus filhos, Nemésio Jacob, Tunito Jacob, Suraia Jacob, Alberto Jacob, Zecão Jacob, Julieta Jacob, Júlio Jacob, Olga Jacob, Iracy Jacob e Paulo Jacob, são bastante conhecidos. Alguns são mais conhecidos, pois moraram no Carmo suas vidas inteiras. Tunito Jacob, pai de Dimas Jacob, Zecão, marido de Inês Agostini, Olga Jacob, esposa de Emídio Marinho (Didi) e Iracy Jacob, esposa do Tãozinho, do Cine Guarany. Tunito, diminutivo de Antônio, tem seu apelido originado em Honduras onde nasceu, e também vem de Honduras o nome do loteamento, hoje bairro Honduras, que Suraia fez juntamente com seu marido, Antônio David.

E essa grande família fez muitos amigos no Carmo. Um deles, o saudoso, memorável e muito espirituoso Norzinho, que era considerado “de casa”. Honor chegava e saía conforme sua vontade. Tinha liberdade de chegar em horários de refeições, se sentava e comia como qualquer um da família. Tecia por Dona Ássima um respeito singular. Ela não se adaptou ao português e não conseguiu aprender bem a língua, mas transmitia a todos as regras da casa, e Honor entendia muito bem do que ela não gostava. E ela, por seu lado, gostava do Norzinho, pois o achava engraçado, mesmo não entendendo bem as brincadeiras que ele vivia fazendo com todos.

A casa da família Jacob era enorme e parte dela ainda existe. Fica onde hoje é a farmácia São Geraldo e na casa mora atualmente Dona Fiinha, doceira. A casa, na verdade, fazia parte de um pequeno sítio que ia daquela esquina até o córrego. Tunito tinha um pequeno retiro de leite e havia a casa e o ponto de comércio na frente, na esquina. Nos fundos da casa havia um jardim, belíssimo, com fonte e todo ladeado de hortênsias. Esta residência de Jorge Jacob foi a primeira a ter banheiro dentro de casa no Carmo. Antes, todas tinham os banheiros no quintal. Os carmelitanos o criticaram muito por isto na época, mas sabia o que estava fazendo, pois como viajava sempre para o exterior, incorporou essa comodidade facilmente. Havia também um pomar com muitas frutas, desde peras até uvas. Tudo muito bem cuidado. Jorge Jacob cuidava especialmente do parreiral e quando as uvas estavam maduras chamava toda a família e amigos e dava a cada pessoa uma pequena tesoura para cortar dos cachos de uva, não podia arrancar, e todos se deliciavam. 

Na mocidade, Norzinho era amigo inseparável de Alberto Jacob. Aos 20 anos tinham os mesmos gostos: pouca bebida, muita dança, muitos bailes, dançavam bem, muita farra e muita conversa com amigos até altas horas. Só uma coisa preocupava Alberto: a hora de chegar em casa. Dona Ássima era rigorosa com horários, pois como toda mãe, se preocupava. E se havia algo que aquela libanesa robusta não gostava mesmo era de se preocupar. E naquele dia os dois amigos erraram a hora e Alberto já sabia que o clima não estaria bom em casa. Resolveu chamar Norzinho para dormir em sua casa, pensando que estando com Honor, sua mãe não externaria sua insatisfação com o seu deslize com o horário. E Alberto sabia muito bem como era Dona Ássima quando estava contrariada... Norzinho aceitou sem pestanejar, afinal, que problema poderia haver em dormir na casa de pessoas tão queridas? Pois bem, chegando em casa, todos dormindo, Alberto ofereceu sua cama para Norzinho, que também aceitou de pronto, e foi dormir em um quartinho que havia perto da copa da casa. Cansados, rapidamente dormiram... 

Honor nunca teve um acordar tão intenso. Sem entender nada, debaixo de cobertores, acordou com alguém lhe batendo fortemente e gritando palavras que ele não sabia o significado, mas sabia muito bem que vinham de alguém muito irritado. Era Dona Ássima dando o devido corretivo em Alberto, que ela pensava que estava na cama. Já tinha batido o suficiente quando notou que quem estava na cama era o amigo de seus filhos, de quem ela muito gostava. Ficou muito acanhada, mas deu de ombros e saiu resmungando, afinal já tinha batido mesmo, ele era como um filho e Honor também merecia o corretivo.
Muitos anos se passaram e Norzinho de vez em quando perguntava a Alberto se ele sabia que a mãe iria na sua cama lhe bater. Alberto nunca respondeu nem que sim nem que não... apenas esboçava um leve sorriso... e até morrer, Honor nos contava esta história e de como eram pesadas as mãos da bondosa Dona Ássima Jacob e de como ela batia bem...

sábado, 25 de agosto de 2012

Belas visões para o seu dia...


Pudim de Pão da Dona Prudenciana

"Do caderno de anotações da vovó selecionei algumas receitas para publicá-las da maneira como ela as escreveu, para que entendamos a sua época, o modo como escrevia com canetas de penas e tinteiros, a grafia usada no período e o quanto era  interessante a linguagem, com termos como: "deite o tanto quanto baste", "forno esperto", "poe cheiro doce", "mexendo com toda violência", "o tanto quanto amoleça", "doce e sal o quanto tempere", "três quartas de assucar e uma dita de manteiga", "amolde com água até fazer capitão", "em ponto de passar no pano", "ponha em um lado da balança 12 ovos e do outro lado o mesmo tanto de farinha de   trigo, tire-a e ponha o mesmo tanto de açúcar, tire-o e ponha o mesmo tanto de toucinho".
Esta é a introdução escrita por Edgar Pereira da Silva, no seu livro "Doce Arte da Época Colonial Mineira"
Este é Edgar, responsável pelo Museu Carlota Pereira, inaugurado no ano passado, na praça de baixo.

Vou dar uma amostrinha das receitas de Dona Prudenciana.


PUDIM DE PÃO
150 gramas de pão amanhecido embebido em agua bem assucarada. Estando molle deixe-se escorrer bem a água, passa-se a peneira, junta-se uma colher de manteiga, duas de queijo ralado e seis gemas. Mistura-se tudo muito bem. Põe-se em fôrma passada com assucar queimado e cozinha-se em banho-Maria. Deixa-se esfriar para tirar da fôrma e polvilha-se com assucar e canella.
Banho Maria é um tacho com agua a ferver, onde se colloca a fôrma que contêm a massa, que se deseja cozinhar por esse processo. O banho-Maria pode ser feito sobre o fogo, levando, neste caso, um testo de brazas sobre a fôrma ou o forno. Despeja-se em canequinhas ou pires e serve-se a frio. Póde-se tambem utilizar como recheio".

Ilustres Carmelitanos



Dr. Paulo Sawaya nasceu no Carmo. Era médico, dedicou-se ao ensino e à pesquisa, com ênfase em Fisiologia Comparada, principalmente de animais marinhos. Foi um dos pioneiros da Universidade de São Paulo/USP,onde foi diretor por muitos anos do Departamento de Fisiologia Geral.
Idealizou, fundou e dirigiu por muitos anos, o Instituto de Biologia Marinha da USP, hoje, Centro de Biologia Marinha, São Sebastião/SP. Foi membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Mesmo aposentado, ainda continou orientando pós-graduandos até quase os 90 anos de idade. Foi agraciado pela USP como Professor Emérito.
Faleceu em São Paulo, ao s92 anos, em 22/10/1995.

(Fonte: Um Quadro de Saudades/Carmo do Rio Claro/Celeste Noviello Ferreira)

Triiiiimmmmm.....

Trim..... trim.....trim....
Alô - segura o telefone grande e preto e pergunta: de onde fala?
É do número 82,quer falar com quem?
Com a Cleise, filha da Nivalda.
O telefone urbano chegou ao Carmo em 1968 e foi uma grande novidade.  Foi na gestão do prefeito José Evaristo Santana. Depois, veio o interurbano. Fernando Rafael Machedo e Paulo Carvalho administravam a Companhia Telefônica. E na época do então prefeito Dr. Luiz Introcaso Nego a Companhia passou à Telemig o serviço de interurbano, em fins de 1978, quando foram instalados 480 aparelhos na cidade.

Ditados e Provérbios

Deus dá asas a quem não sabe voar.
Macaco velho não mete a mão em cumbuca.
O olho do dono que engorda o gado.
Em festa de jacu, inhambu não entra.
Praga de urubu não mata cavalo.
De pequenino é que torce o pepino. 
Em terra de cego, quem tem olho é rei.
Diga-me com quem andas que eu te direi quem és.
Entre marido e mulher, não se mete a colher.
Águas passadas não movem moinho.

No tempo da escravidão...

Alexandre Pinto Magalhães, primeiro grande fazendeiro de Carmo do Rio Claro, faleceu em 1815 fez um inventário.
"Entre os bens constavam: vinte oitava de prata, caldeira, 3 tachos de cobre e mais duas tachas velhas; 1 candeeiro de cobre, 5 foices, 3 enxadas, e mais 3 sem cabo; 3 machados, 1 arroba de ferro, 1 ferramenta de ferro, 1 tenda de ferreiro, 1 fagote, 1 farda agaloada de pano azul, 1 mesa pequena, 1 par de canastra, 1 armário, 2 catres, 1 mesa velha, 5 cangalhas velhas, mais 14 bois de carro e 4 éguas.

Possuía 14 escravos: Feliciana (18 anos, crioula, costureira), Joana (44 anos. mina), Francisco (87 anos, Timbre), Manuel (54 anos.mina), Fabiana (54 anos.mina), Silvestre (46 anos.crioulo), Antônia (60 anos.mina), Ângelo (10 anos.crioulo), Antônio (55 anos.mina), Antônio (46.mina), Joaquim (50 anos.benguela), José Pinto (63 anos.angola), Luís (78.malê) e João (60 anos.benguela). Na sequência do inventário, foram acrescentados 6 escravos: Maria (40 anos.benguela), Francisco (24 anos.crioulo), Vicente (18 anos.crioulo), Mariana (18 anos), Ana (15 anos) e Porfírio (1 ano).

Entre os bens de raiz são citadas: uma morada de casa coberta de capim com monjolo e com engenho de cana, de água, coberto de telha. Um moinho e roda de moer mandioca; terras de cultura denominada Rio Claro. Nas divisas desta; são citadas: Fazenda do Campo, Alto da Cana, Córrego da Barra, Calchoeira Grande do Rio Claro, Vertende do Cavaco, terras de Manuel Alves da Costa, de Antônia Rodrigues Pereira, Serafim Rodrigues Pereira, Ponte de Serra Negra e Serra de Santa Quitéria."

(Texto retirado do livro O Quadro de Saudades - Carmo do Rio Claro, de Celeste Noviello Ferreira)

Este inventário conta muito sobre aqueles dias. Mostra a origem dos negros carmelitanos - negros crioulos, mina, malê, benguela. Tempo de canastras, de tachos, cangalhas. Onde as ferramentas eram todas de ferro e ferreiro era uma profissão imprescíndível. Tempo de moer grãos, de monjolos. 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A Nana divulgou

"A ESCOLA FAZENDO CENA"

A cada edição, uma personalidade da educação e cultura carmelitana é homenageada com o nome do troféu, e, para 2012, o Festival de Teatro Escolar terá como premiação maior o Troféu Ana Maria Vilela Soares".
A Seção de Cultura do Departamento de Educação, Cultura e Cidadania (DECC), da Prefeitura de Carmo do Rio Claro, é a organizadora do evento.

Acesse www.nanademinas.com.br e veja a coluna social do Carmo

Mais de 20 mil visitas

24.861 visitas já foram feitas a este blog. Sejam sempre super bem-vindos. Podem também participar dele, enviando histórias, "causos" e fotos. Podem dar dicas para as reportagens. Participem. O blog é meu deleite e para o de vocês.

sábado, 18 de agosto de 2012

Um minuto de fama para Formiga...


Feliz aposentadoria.

A Neuza Oliveira aposentou como professora. Está super feliz. Na foto, com seus alunos.
Feliz aposentadoria! Andávamos juntas na juventude. Vivemos muitas histórias felizes.

Carinhas novinhas...

Salete Maimoni
Alice Soares e Sô João Tito

Amigos para sempre

???, Guel, Boquita e Marcos.

Sem palavras!


Olha o Ângelo de novo...

                                                 Eu recomendo!

Gente de Ouro!

Foto www.nanademinas.com.br
Na foto: Antônio Adauto e Guel Vilela. Antônio preservou por toda a sua vida um tesouro arqueológico que encontrou nas suas terras. Hoje, ele doou o patrimônio para a criação do Museu do Indio, um grande presente para Carmo do Rio Claro. Guel é um filósofo, poeta, mora em Belo Horizonte, onde é professor. Tem uma casa na beira da água, Espelho D´Água, onde passa férias e feriados, olhando para aquele mar de água doce, bebendo uma cervejinha, fumando um cigarrinho e filosofando.

Aniversário da Helena.

Esta turma animada se reuniu para comemorar o aniversário da Helena. Só gente boa!

Família Pereira


Marina, na inauguração da piscina do GEC.
A Marina vem publicando fotos da família no Facebook. Deixo aqui minha homenagem a Dona Valmira e Seu Toninho Pereira e a todos estes filhos maravilhosos, a esta família linda que vocês cosntruíram. A primeira, de branco, é a Rosângela, a Rô, minha grande e querida amiga.

Lindos olhos!

Esta é minha filha, Ayrá Sol, a rapinha do tacho. Tem 14 anos de pura harmonia. Faz balé no Centro de Formação Artística-CEFAR/Fundação Clóvis Salgado. Um orgulho!

Como vocês podem perceber...

Voltei com tudo. Agora, podem esperar muitas outras postagens. Estou com a incumbência de organizar todos os Casos do Job para que ele lance o livro "Risos do Carmo" e a isto estou empenhada. E também a postar mais histórias para vocês, carmelitanos e visitantes outros que já beberam a água da Jacuba e nunca mais esqueceram.

Breve Histórico


Segundo anotações existentes no Livro do Tombo nº 1, a Freguesia de Nossa Senhora do Carmo do Monte do Rio Claro foi criada em 02.11.1810 e fazia parte do território de Campanha da Princesa, passando em 1814, a pertencer ao município de Jacuí. Em 1848, passou a pertencer ao mun. de Passos. A Lei Provincial nº 2143 de 29.10.1875 criou o Município de Carmo do Rio Claro, sendo o seu território desmembrado do de Passos. Pela Lei Provincial nº 2416 de 05.11.1877, sua sede foi elevada à categoria de cidade. A criação do distrito deve-se à Lei estadual nº 2, de 14.11.1891. No ano de 1911 o mun. de Carmo do Rio Claro compõe-se de 2 distritos: Carmo do Rio Claro e Conceição Aparecida.

O distrito do  Itaci foi adquirido pelo mun. de CRClaro e desmembrado do mun. de Boa Esperança pelo Decreto-lei estadual  nº 148 de 17.12.1938. Nessa época o mun. é subdividido em 3 distritos: Carmo do Rio Claro, Conceição da Aparecida e Itaci.

Pelo Decreto-lei estadual nº 1058 de 31.12.1943 o mun, de CRClaro perdeu o distrito de Conceição da Aparecida, que se tornou município.

A Comarca de CRClaro foi criada pela Lei nº 11 de 13;11;1891. sendo instalada a 05.05.1892 e abrange dois municípios: Carmo do Rio Claro e Conceição Aparecida. Pela Lei 1039 de 12.12.1953, que aprovou a divisão territorial administrativo-judiciária vigente, e comarca de CRClaro tem sob sua jurisdição o mun.de Conceição da Aparecida.

Fonte: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (IBGE), v. XXVI (Municípios Mineiros, letras A-C), 31.01.1958,p.401-402
Resgatado do livro Genealogia da Família Vilela de Carmo do Rio Claro - de Ana Maria Vilela Soares

Aí está Ana Maria Vilela Soares, sentada ao lado de Joaquim José . Em pé, Luizinho, Maria do Carmo (Tata) e o Tião, na festa de aniversário de 70 anos do Joaquim.
Meus irmãos queridos.


Ana Maria Vilela Soares autografando seu livro na pousada Campo Alegre, mais
conhecida por pousada da Mavi. Um trabalho minucioso realizado com eficiência por minha irmã que a ele se dedicou cerca de dez anos. O livro pode ser encontrado na Casa do Artesão, em Carmo do Rio Claro. 

Você conhece o Hino do Carmo?

EXALTAÇÃO
Música: Lourenço Antônio Figueiredo Pereira
Letra: Job Milton Figueiredo Pereira



Primeira Versão, no tempo do Sapucaí

Ouve,
Querida terra,
Essa minha exaltação
Que te ofereço
E que provém do coração
Que é todo teu!
Eu reconheço,
É nobre, rico e feliz
E tem de Deus a benção
Quem no teu solo nasceu!

Carmo
Tua bela cabeça 
Está pendida no tapete da Tormenta
Tua serra majestosa,
Que te envaidece
Em cujo alto se eleva
A capelinha da Senhora Aparecida
Onde a gente fervorosa
recita suas preces.
Tens ó terra,
banhado a seus pés,
o formoso 
Sapucaí.
Eu te quero 
E dou grau dez
Aos teus encantos
Que iguais eu nunca vi.


Segunda Versão


Ouve,
Querida terra,
Essa minha exaltação
Que te ofereço
E que provém do coração
Que é todo teu!
Eu reconheço,
É nobre, rico e feliz
E tem de Deus a benção
Quem no teu solo nasceu!


Carmo,
Te enfeita natureza
Resplendida
No tapete da Tormenta
Tua serra majestosa,
Que te envaidece!
Em cujo alto se eleva
A capelinha
da Senhora Aparecida,
Onde a gente fervorosa 
Recita a sua prece!

Doce terra,
gentil e hospitaleira,
No teu seio
Há paz e amor!
Não existe
Quem não te queira
E do teu quadro 
Não deseje ser pin
 Este primeiro é o Batata, figuraça!, ao lado da minha irmã, Fatinha, Valerinha, Edu, Toninha, Joaquim, Maria Fernanda, o irmãozinho e a avó do Ian,  bebê que está no colo do nosso voador.
Aconteceu um feito muito importante na história da Fazenda Água Limpa. Pela primeira vez um homem chegou voando às suas várzeas. É o Roberto Batata, marido da Fatinha, minha irmã. Ele decolou do Carmo na sua asa delta no dia 24 de julho e foi até a fazenda. Ele agora está com uma asa que tem motor. Está radiante, não precisa mais subir na montanha para saltar, decola do chão e, lá em cima, desliga o motor e fica voando. Todos os dias ele voava por toda a redondeza, passando baixinho perto da fazenda, para delírio do pessoal lá embaixo. Bons momentos!

Curtas do Jó - Os idealistas


Pedro Tito planejou uma Nova Carmo, no Paraná. Era um idealista. Edmundo Soares ia ser o gerente do banco.

Francisquinho - Francisco José Macedo queria instalar no Carmo uma base aérea, num tempo em que não tinha nem campo de aviação.


Antigas Fazendas

FAZENDA ITACY
Contou Donana Lemos, no livro de Celeste Noviello - Um quadro de saudades.

"Uma fazenda antiga é muito bonita. Havia grandes salões e muitos quartos. Nos trabalhos daquela animada fazenda havia o trabalho escravo e, depois desses, os colonos que ajudavam com a maior boa vontade.
Esta fazenda pertencia aos meus avós, José Pereira de Carvalho e Ana Umbelina Villela de Carvalho. Nesta fazenda tudo era evoluído, meu avô foi o máximo.
Em carros de bois chegamos os maquinários importados da Inglaterra: , máquina de beneficiar arroz e cafj´-e; grandes balanças e outros equipamentos agrícolas. A caldeira a lenha era enorme, produzia no vapor a força para tocar os maquinários. Naquele tempo, meu avô foi considerado um homejm muito progressista e dinâmico. Foi construída por ele e seu cunhado Cel. Antônio Pinto Villela, a antiga Igreja do Bom Jesus dos Aflitos a qual era de pau-a-pique.
Antes de falecer José Pereira e sua esposa Ana Umbelina Villela de Carvalho doaram sua filha Maria Umbelina (Nhanhá) para D. Maria Umbelina Goulart e o Cel. Manoel Goulart de Andrade.Com o passar do tempo seus descendentes e herdeiros a venderam.

Esta é a Fazenda Água Limpa. Está sendo toda restaurada e se prepara, no futuro, para ser aberta à visitação. É um museu vivo, toda mobiliada com móveis da época. Cercada por muros de pedra e de adobe. Administrada pelo meu irmão, Joaquim José Vilela Soares e pela minha querida cunhada, Toninha Carvalho Soares. Minha sobrinha, Valéria, agora também está no projeto, fazendo a jardinagem, hortas e sonhando bonito o futuro da casa. Os sobrinhos, Gilberto e Joaquim José cuidam do leite.
Passei lá, agora em julho, quinze dias, contemplando as paineiras eternas da Água Limpa. Nesta fazenda, fui criada e guardo lembranças intactas e maravilhosas. Um patrimônio cultural!
As paineiras estão férteis de painas na Fazenda que, quando estouravam, lançavam pequenos pedaços de neve pelo ar. O chão estava branco de painas. Coisa linda! As paineiras são do tempo da construção da fazenda, que tem cerca de 150 anos e levou 15 anos para ser construída.


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Comendador Soares

                                                               (Comendador Soares)

 

Meu avô, Sebastião Soares era de Morro Agudo e dizia que Comendador Soares era seu antepassado. Não sei se pai ou avô. Vovó Alice chegou a morar em Morro Agudo, ela com Vô Soares, Tio Dario e Tia Tita, Tio Toninho e Tia Maria e agora, a Pepeca ( Maria do Carmo Soares), minha prima, disse que também seu pai, o Tio Luiz e Tia Santa também moraram na fazenda do vovô. Então, pesquisei na wikipédia e achei a historinha do antigo dono da Fazenda Morro Agudo. 

Lá, Vó Alice Figueiredo fez a linda poesia, que declamou por toda a vida:

"Saudosa Terra em que nasci, que mal te fiz que me obrigastes a sair de ti. Nesta terra, que se diz maravilhosa, sinto-me exilada, quero que meu último suspiro, seja em tem seio, ó terra amada!

Revejo palmo a palmo os seus encantos, a tua calma que mais parece magia, e contemplo a igrejinha branca, balbucio uma prece: Ave Maria!

E nesta prece que dirijo sempre, a esta mãe que é o meu conforto, espero retorne a minha embarcação, a este saudoso e almejado porto.

Contemplo minha mãe velhinha, resignada em seu leito branco, distante, mergulho em pranto.

Ai que saudades dos meus netinhos, que eram a alegria do meu viver, que com suas graças e tagarelices, não davam tréguas a entristecer.

As badaladas deste sino amigo, chamando os fiéis à oração, são como orvalho que alimenta a planta, revivendo a saudade no meu coração." 

  História (Wikipédia)

"(...) apesar de Nova Iguaçu (maxambomba) e queimados terem suas estações de viação férrea inauguradas em março de 1858, Morro Agudo, primitiva Japeaçaba antiga Bonfim de Riachão e atual Comendador Soares, somente em 1897 viu os trens pararem em sua localidade.
As localidades próximas de Nova Iguaçu e Queimados como Mesquita e Austin tiveram ainda, antes de Morro Agudo, suas estações inauguradas respectivamente em 1884 e 1896.
Japeaçaba, a enorme fazenda do conde de Iguaçu, sofreu grandes retalhamentos, ao morrer seu proprietário, em 1881.
Passou a região a ser conhecida como Bonfim de Riachão para pouco mais tarde, ser denominado Morro Agudo, nome da fazenda do Comendador Francisco José Soares, que era apontada no segundo reinado, como modelo das propriedades rurais da província do Rio de Janeiro.
O nome, de tal sorte assentou na localidade que, quando mais tarde a central do Brasil pretendeu retornar ao nome japeaçaba, a população, em protesto arrancava as placas com este nome.
Bem mais tarde, a central, e também a câmara municipal, havia de denominar a localidade de Comendador Soares, homenagem ao ilustre varão.
No entanto, o povo havia de continuar a chamar-lhe de Morro Agudo.
Aí, poder-se-ia parodiar a anedota do inglês que reclamava ser o português a língua mais difícil de pronunciar: - Escreve-se Comendador Soares, mas "lê Morro Agudo".
Com a doação que fez Francisco Luiz Soares, das suas fazendas, à Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, em seu testamento (morreu em 24 de agosto de 1916), a localidade passou a se arrastar lentamente para o progresso.