sábado, 29 de setembro de 2012

Casamento

Um casamento que deu certo de dois queridos amigos: Salete Maiomone e César  Marinho.

Recortes da História

O primeiro cinema em Carmo do Rio Claro surgiu em 1915 a 1917 e pertenceu ao Major Veiga. Os filmes da época eram mudos e, às vezes, dependendo da qualidade vinham compactados em partituras musicais que eram executadas, durante a exibição pelas orquestras da família de José Maria dos Santos. O primeiro operador de imagem foi o Sr. Emídio Marinho, através do sistema manual de fogos anunciavam o início da sessão, que era às 20 horas, quintas-feiras, sábados e domingos. Houve época em que funcionavam dois cinemas em Carmo do Rio Claro, o Cine Guarany, e um à rua XV de Novembro, na residência do Sr. Manuel Mendonça Neto, o Cine...

Os filmes preferidos na época eram: Catarina, a "Gigante Zeda", E o Vento Levou, Jakson, o Destemido e outros. Os atores eram Tom Mix, Art Acord, William Desmond, Laura Le Plant e Norma Sherlly, etc.
O público não frequentava muito cinema, pois os preços não eram acessíveis. Nos intervalos, o pessoal se reunia no reservado, onde funcionava a confeitaria, em que eram vendidos, chocolate, pastel, brevidade, cerveja, guaraná e rocambole. 

O primeiro filme falado que chegou ao Carmo,foi graças a Manuel Mendonça Neto e, posteriormente, o Sr. Antônio de Pádua Ferreira.

(Fonte: O Quadro de Saudades - Carmo do Rio Claro - Celeste Noviello Ferreira)

Você sabia?

O relógio que se encontra na torre da Matriz veio da Suiça para uma igreja do Rio de Janeiro e como não serviu. o agente executivo, Sr. João Evaristo Santana comprou-o com seu próprio dinheiro.

Sr. Francisco Bueno da Costa Macedo foi o primeiro da Navegação do Rio Sapucaí.

O Cel. Manuel Pinto contruiu o Grupo Escolar,que recebeu o seu nome, com o próprio dinheiro.

O Dr. Casemiro Sena Madureira inaugurou a luz elétrica em Carmo do Rio Claro em 1916.

O Sr. Tito Carlos Pereira e Pe.Cypriano Canton dirigiram a construção da estrada e da Capelinha da Serra da Tormenta.

O primeiro cemitério da cidade foi na atual Praça Dr. Madureira, onde ficam hoje os bancos Itaú, Brasil, a rodoviária e a prefeitura.

A inauguração do asfalto do trecho Área de Furnas, marco de nosso desenvolvimento, deu-se em novembro de 1976.

O "Santinho" numa expressão de amor pela sua terra compôs o Hino do Centenário.

O Sr. José Teófilo da Silva foi o único e grande marceneiro até a1960 e suas obras ainda resistem ao tempo por sua perfeição.

Pe. Júlio La Rue e  Cônego Leopoldo Peyrone, aqui fundaram e consolidaram o Colégio São Paulo, para meninos.

O Hospital São Vicente de Paula foi cosntruído na gestão do Comemdador Venerando Domingos dos Reis Júnior.

Com a morte de Chico Davi calou-se a maior voz seresteira de Carmo do Rio Claro.

O Jairzinho, além de ter sido considerado "O Rouxinol Carmelitano", também brilhou no Clube dos Artistas.

(Fonte: pg.352 - O Quadro de Saudades - Carmo do Rio Claro - Celeste Noviello Ferreira)

Receitas de Vó Prudenciana

"As receitas dos doces da vovó Prudenciana  estão descritas de acordo com sua linguagem e grafia, desde o tempo de sua mocidade até os seus setenta anos, quando ainda fazia doces, período compreendido aproximadamente os anos de 1885 e 1935, época que ficou viúva do capitão Tito Carlos Pereira. Procuramos adaptar da melhor maneira possível as receitas, para serem entendidas sem entretanto perderem as suas características iniciais, conforme suas anotações. Fomos obrigados a fazer algumas conversões, como libras, pires, tigelas, pratos, garrafas, aproximando-se das medidas dos dias de hoje".
(Edgar Pereira da Silva - Doce Arte da Época Imperial Mineira)
Para vocês, algumas receitas de vovó Prudenciana.

CREME DE AMEIXAS
Toma-se 250 grammas de ameixas pretas, dá-se-lhe uma fervura e tira-se-lhes os caroços. Faz-se uma calda rala approveitando a mesma agua que serviu a primeira fervura, nella são lançadas novamente as ameixas, que continúam a ferver, até a calda ficar um pouco grossa; tira-se então do fogo e deixa-se esfriar um pouco. Faz-se um creme com dois copos de leite, três gemas, uma colher de maizena, assucar e baunilha. Logo que esteja com o creme prompto, dispõe-se num prato, que possa ir ao forno, uma camada de ameixas e outra de creme. Cobre-se em seguida com suspiro e vai ao forno para secar.

OMELETTE COM DOCE
Faz-se um omellete como indica a receita Omellete, devendo a parte de dentro ficar passada como a que fica assente no fundo da frigideira. Antes de dobral-o, deita-se-lhe um pouco de geléia de fructas de compota, marmelada ou goiabada desfeita. Dobra-se e acaba-se de fritar. Serve-se quente.

BOLO DE AREIA
Meio kilo de assucar, meio kilo de manteiga, meio kilo de araruta, nove ovos inteiros, um calice de cognac. Bate-se bem a manteiga; junta-se-lhe o assucar, torna-se a bater; bate-se as claras e vai-se juntando á manteiga uma colher de araruta, uma de claras, uma de gemas até acabar os ovos e depois uma colher de caldo de limão, uma pitada de bicabornato. Fôrma untada com manteiga. Forno regular.

                                                                      E bom apetite!




No tempo das lutas livres


A morte de Ted Boy Marino remontou-me à minha infância. A Salete Maiomoni tinha coleção da Revista Intervalo, em tempos do Iê Iê Iê das lutas livres. Ted Boy era um príncipe para nós. Um dos nossos namorados das brincadeiras. Ao lado, o Fantomas, quem se lembra
dele? Que ele chegue bem ao andar de cima.







Ele se chamava Mário Marino e nasceu em Fuscaldo Marina, na Calábria, região sul da Itália, em 18 de outubro de 1939 e morreu no Rio de Janeiro em 27 de setembro de 2012. Foi ator e lutador de luta livre ítalo-brasileiro. Foi para Buenos Aires em 1953, onde trabalhou como sapateiro, mas nas horas livres já treinava luta livre e praticava halterofilismo. Em 1962 começou a trabalhar no Telecath. Em 1965, chegou ao Brasil. Foi,então, contratado para o Telecatch do Brasil, na Tv Excelsior, onde fez grande sucesso. Lutava com Tigre Paraguaio, Electra, Alex e derrotava vilões como Aquiles, Verdugo, Rasputim Barba Vermelha, El Chasques e Múmia. Trabalhou com Renato Ararão e Wanderley Cardoso. Aos sábados era exibido o Telecatch, no horário nobre das 9 às 10 da noite e também aos domingos (em São Paulo, ao, vivo). Aposentado, Ted Boy Marino morava no bairro do LemeRio de Janeiro, e podia ser visto frequentemente na orla, com seus amigos do vôlei de praia. Faleceu aos 72 anos de idade, vítima de uma parada cardíaca enquanto lhe era realizada uma cirurgia de emergência. (Fonte: Wikipédia)

sábado, 22 de setembro de 2012

Os Aliberti

Eu me lembro bem, foi numa tarde de sol em Carmo do Rio Claro, que vimos passar de cavalo dois meninos loiros dos olhos azuis, verdadeiros lordes ingleses. Adalberto e Adriano Aliberti. Chegava no Carmo a família Aliberti. Eram donos da fábrica de chocolates Pan, em São Paulo. Não tardou para que os dois começassem a frequentar a nossa casa, a Casa da Nivalda. Uma vez, o Adriano quebrou a perna e tinha que ser levado todas as noites de cadeira de roda para o alpendre, onde nos reuníamos. Eles eram da turma da Ludi Soares, minha irmã.

Esta família nos legou a preciosa pérola, Maria Paula, que faz uma diferença sem tamanho em Carmo do Rio Claro, na APAE, que vem ajudando a deficientes há muitos anos.
Um pouco novo, chegou também Aldo Aliberti. Ele herdou a veia do avô (esqueci o nome agora) e é muito espirituoso, costumo dizer que tem um humor cáustico. Sempre nos encontramos no Carmo, onde vai com a família. Aqui nesta foto, ele está tocando lá no fundo a sua bateria no grupo Tabooband. Ele é um exímio baterista. .

Hoje, a família já virou carmelitana.

Recebi uma mensagem do Aldo, no Face e reproduzo aqui:
"
Sinceramente me senti surpreso , honrado e agradecido pelas lembranças fotos e comentários feitos por você, sobre mim e minha família no seu blog!!

Você é uma mulher forte uma guerreira!!!

Muito obrigado!!!

BEIJÃO
!!

Liberdade para Nascer

Fui a moderadora do bate-papo. Aqui, com a palavra Sônia Lansky, que
orquestrou o Movimento BH pelo Parto Normal; é presidente da Comissão
Perinatal.
A ong Bem Nascer comprou os direitos de exibição do documentário, que foi exibido
em outros mil lugares ao mesmo tempo. O filme é muito tocante e nos deixou emocionados.
Sônia Lansky,companheirona. Nossos encontros são sempre
muito femininos, com direito a lágrimas emocionadas das mulheres.
Ontem, a emoção estava no ar no final do documentário, que será
disponibilizado em nosso site para quem quiser baixar e assistir.
A palavra é multiplicar. Está começando uma Revolução das Mães.
A ong Bem Nascer conseguiu reunir parceiros de vários grupos que trabalham
paralelamente por uma boa assistência ao parto, pelo respeito ao nascimento.
Pelo direito de optar pela forma, local e assistência que a mulher decidir.
Pelo respeito ao protagonismo do parto. 

UM BOM COMBATE

No Cine Palladium, dia 20 de setembro

Na última quinta feira, a ong Bem Nascer, da qual sou fundadora e presidente, exibiu em Belo Horizonte o filme "Liberdade para Nascer", que foi feito em apoio à parteira Ágnes Geréb, da Hungria, que se encontra em prisão domiciliar pelo fato de assistir a partos em casa. Já assistiu a mais de 4 mil partos. Num dos poucos que deu problemas, ela viu que precisaria de um atendimento hospitalar, chamou a ambulância, que veio junto com a polícia. Nesta ocasião, ficou dois anos presa. As mulheres assistidas pela parteira cantavam à porta da prisão. 

Uma destas mulheres resolveu ir à Corte Internacional dos Direitos Humanos, lutando pelo direito de parir no lugar que quisesse. Tinha tido um primeiro filho com Ágnes e estava grávida do segundo. Queria um parto domiciliar. Conquistou o direito para todas as européias, que a partir de agora, podem entrar na justiça com amparo legal, no caso de serem desrespeitadas em seus direitos no trabalho de parto.

Este documentário traz a voz de dezenas de profissionais - obstetras, parteiras, enfermeiras - e mães e é muito emocionante. Elas clamam por uma Revolução das Mães. O grito ecoou em nós, militantes do movimento pela humanização da assistência ao nascimento e acendeu em nós, ainda mais, a vontade de ir para o front de batalha e combater este bom combate. Lutar para resgatar o parto para as mulheres. 

Foi um momento único. Reunidos os grupos que trabalham pela humanização dos processos de parto: ong Bem Nascer, Comissão Perinatal da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Enfermagem da PUC Minas, Hospital Sofia Feldman, Grupo Isthar de mulheres, enfermeiras da ABENFO (Associação Bras.de Enfermagem Obstétrica) e mulheres.

Tenho outros blogs - bemnascer.org.br - yogabemnascer.blogspot.com - onde estes assuntos são veiculados. Publiquei aqui neste blog, uma porque sou carmelitana, então sou notícia aqui. Outra, que gostaria de levar esta discussão até o Carmo, para que também os profissionais da assistência revejam seus processos e protocolos e vejam que um movimento nacional e internacional está acontecendo, aqui no Brasil, inclusive com o apoio do Ministério da Saúde, no programa Rede Cegonha.

Sem palavras!


sábado, 15 de setembro de 2012

Noite branca!

O local se encheu de luzes ontem à noite. Várias instalações luminosas foram espalhadas pelo parque. Havia bicicletas de um e dois lugares para passear e também os brinquedos estavam liberados. Shows paralelos aconteciam a todo momento. Cinquenta mil pessoas passaram pelo Parque Municipal de Belo Horizonte. Há críticas, poucas barracas de comida e filas imensas para comprar. Agora, é hora de fazer em BH a virada cultural e deixar esta multidão se espalhar pelas praças. Parabéns pela iniciativa. Foi bom ver as  grades de contato do parque com o palácio serem retiradas. 

Eu lembro até do gostinho de abacaxi!

A Noeli Introcaso postou no face esta lembrança gostosa e doce.

Novo Look

Nana de Minas cortou o cabelo. Ficou ótima no novo look.  Nana é a colunista social de Carmo do Rio Claro. Se você quer saber atualidades da cidade acesse www.nanademinas.com.br

Vamos nos responsabilizar por nossos loucos





Esta semana eu tive uma experiência diferente. Impactante. Visitei um centro de atenção em saúde mental em Belo Horizonte. Na clínica anterior em que estavam, que foi fechada, viviam em condições degradantes. Ficaram 30 anos sem se ver no espelho, sem ver o mundo, sem ver televisão, sem ouvir rádio. Alguns chegaram ali jovens e ali envelheceram, com certeza sem um tratamento adequado. Famílias ali abandonaram seus filhos há décadas, suas mães e avós com distúrbios mentais. Talvez alguns tenham entrado ainda com possibilidade de tratamento. 

Mas o que se vê hoje são olhos perdidos no nada, choros, uma mulher andava pelo corredor dizendo eu quero sair daqui, eu quero sair daqui. Mas o amor começa a entrar naquele lugar. A cidadania começa a acontecer. São levados a passear pela rua, a andar na praça, a tomar sorvete. A ver enfim a vida de novo. Formaram nestes longos anos uma família. Um deles é mais lúcido e ajudou dizendo o nome dos outros, que já nem se lembram mais. Uma vovó se ajeitou para a foto e deu um largo sorriso. Ela tem importância. Ela é alguém.  Eles são fotografados para o prontuário, tem nome e um rosto, que também ficará pendurado em sua cama. Há homens e mulheres que perderam-se tanto, que ficam nus; alguns arrastam-se pelo chão. Enfermeiros e médicos se enchem de compaixão para acolher aquele pequeno fiapo do mundo, as pessoas esquecidas da sociedade. Agora, serão preparados, cuidados, acolhidos, para depois irem para as casas de atenção à saúde mental.  

Aí, eu me lembrei do Carmo e de nossos queridos loucos. Os antigos e os novos que andam pela rua enchendo de graça e diferença. Que mal havia em Belinha, que ela tivesse resolvido rodar em torno dos postes, andar descendo e subindo o passeio ou que de vez em quando rodasse a baiana, desse círculos com suas saias rodadas. Que bom era estar na rua e ouvir o canto do Daniel. Quem mal havia no conto do Daniel? Oleroolerooolero um dum!
RRRReceba as flores que lhe dou. Em cada flor um beijo meu ...

Tem também os bêbados personagens, como a Maria, que era desbocada. Para escândalos de alguns repetia: Beijá é mió que metê! Ou "Ai que vontade beijar labos de homem!" Um dia passou lá em casa e gritou à porta: Nivarda, tem Sulino? Larguei da pinga peguei com o Sulino! Eu a atendi àquele dia. Por sorte, tínhamos Sulino e o servi para a Maria, que rumou pros lados do Bairro do Rosário dizendo: - Vou pra lá e quero voltar assim - e deu cambaleadas. Quem mal Maria fazia a não ser a si mesma? E o Parmera chuta! E o Modesto cadê o resto?

A Fatinha, minha irmã, escreveu um texto, que vou localizar, em que ela dizia que não sabia o que os loucos viam na Casa da Nivalda. Um dia, chegou e pegou o Delegado dormindo no sofá da sala de entrada. De outra, era a Lúcia preta dormindo na porta. 

E a nossa Dona Olímpia (famoso personagem das ruas de Ouro Preto), a Gerarda, cujo peito era um altar de medalhinhas de santo. Que mal fazia a Gerarda, a não ser dar acesso de vez em quando em nossa casa, onde deixávamos sempre uma caneca de leite pra Gerarda, que ia lá todos os dias.Nos meus tempos de criança, o terror era a Maria Cachucha. Ela andava com um bornal, dizia-se que ela carregava um rato morto dentro dele. E o Antônio Zacarias que de doido não tinha nada. Mas de presença de espírito, tudo.
Que mal fez Antônio Zacarias para a sociedade?

Lembro-me também de alguns loucos varridos que viviam trancados em um quarto fora do hospital. A família Figueiredo era chamada de família de loucos, muitos, loucos de lucidez, no meu ponto de vista. Extravagantes, ousados, irreverentes. Destaquei dos Casos do Job recortes de um personagem interessante e "louco": Eustáquio Figueiredo. A Vó Corina dizia que ele deve ter sido trocado na pia batismal. E também flashes de lucidez de Antônio Zacarias. Hoje ainda se vê pela rua o Paulão emprestando dinheiro para o Antônio Carlos, trocando cheques, falando sozinho e andando o dia inteiro pelas ruas da cidade. Que mal o Paulão faz?


Figueiredo é família de loucos. Venham comigo lá na década de 30.Eustáquio Figueiredo andava trajado de linho branco, sapatos de duas cores, suspensórios. Com a maior naturalidade, à hora do almoço, colocava a sua mesa no passeio e tranquilamente almoçava tomando vinho, como se estivesse em Paris.

Araci, sua filha,  morreu no hospício, em Barbacena. Quando o carro ia saindo para levá-la à internação, ela perguntou para a Corina, sua irmã:
- Corina, e ocê quando é que vai?
Araci morreu no hospício.


Vi um documentário "Loucos por Sanidade" que fala do antigo hospício de Barbacena, onde os pacientes eram tratados a choque. É chamado até do campo de concentração brasileiro. Para lá, iam não só loucos, mas os que deviam ser apartados da sociedade, políticos indesejáveis, mocinhas que envergonhavam as famílias. Eu acredito que as famílias deveriam se responsabilizar pelos seus "loucos", a sociedade deveria aceitá-los pelas ruas, os que não são violentos. E os responsáveis pelo cuidados deles, que os tratem com cidadania e respeito humano.

Essa da Represa é ótima!

Não estou falando da represa de Furnas. Estou falando da nossa Represa, a Olívia que de dia lavava roupas e era séria e, à noite, tomava umas pinguinhas e soltava o verbo e o seu lado espirituoso.
Quando o Padre Marcelo desmanchou a igreja, levava a Nossa Senhora da Aparecida para andar nas casas. Pulava as casas duvidosas (quando a mulher não procedia bem). Olívia estava descendo a rua, quando uma mulher começou a gritar: - Cachaceira! Num repente, retrucou:
- Mas a santa tá lá em casa!



Antônio Zacarias

  Quem se lembra do Antônio Zacarias? Ele ficou cego e foi morar no asilo. Gostava de uma pinguinha. Numa das saudosas festas juninas que aconteciam no hospital, alguém perguntou se ele queria um quentão. Ele retrucou:
- Dá pra me trazer um mais simplizinho?

Ele fazia versinhos. Uma vez a Noeli vinha andando perto do correio, quando viu o Antônio Zacarias. Pediu: faz um versinho para mim. Ele fez:
"Atravessei o rio, no fundo de uma caneca.Senta aqui no meu colo, cinturinha de boneca"
Uma mulher feia também resolveu pedir um verso. Antônio Zacarias fez:
"Atravessei o rio, no fundo de uma cabaça, onde tem mulher bonita, mulher feia não tem graça!"

A propósito, você que me acompanha, alguém tem fotos de alguns destes personagens carmelitanos?

Dona Olímpia afirmava que conhecera Tiradentes. Dependurava cartões e lembranças de turistas em sua roupa. Tina coleção de chapéus, presenteados por turistas.  Em homenagens aos loucos de lucidez, aos  que pensam diferente, deixo aqui a carta de Sinha Olímpia.




Meu nome é Olympia Angélica de Almeida Cotta. Sou filha do Coronel  José Gomes de Almeida Cotta e de Dona Amélia Carneiro Leão, Marquesa  do Paraná. Eu nasci em Santa Rita Durão mas o destino infernal me carregou pra Vila Rica. Me carregou para penar e sofrer com esse povo. Eu nasci no ano de 1889. Sinceridade, senhora das Mercês, compadecei de mim. Misericórdia. Socorro! Amparai-me. Livra-me dos inimigos. •Amor tive um só. Uma vez, detrás da rótula do sobrado número 16, onde morava, meu coração bateu mais forte porque meu pretendente predileto vinha batendo saltos na calçada. Ele trazia flores, mas não me casei com ele nem com ninguém.  Meu pai, o coronel José Gomes de Almeida Cotta disse que ele não era homem para mim já que o senhor pode saber e assuntar por aí que eu sou descendente do poeta Santa Rita Durão, que venho de uma linhagem de nobres e não poderia nunca ter por esposo um republicano. Um daqueles que maquinam a derrubada da nobreza. Digo a você, meu jovem: Era um pretendente por demais belo. Me deu um abacate, um dia. Não poderia me ter e me deu um abacate. Um abacate amargo. Ó, ainda sinto seu fel na boca até hoje. O meu último homem foi Juscelino. Era meu noivo mas nunca dei esperanças. Vinha aqui em casa me cortejar, mas amores e abacates nunca mais. Vou ficando por aqui, meu jovem. Se for do seu conforme, me dê uma moeda. Se não, me dê um papel de bala, um toco de cigarro ou qualquercoisa que o senhor achar que sou merecedora. Meu mundo carrego aqui. Minhas riquezas são vossos presentes. Que Deus seja louvado! Não há de faltar chapéu para a minha cabeça, ainda que eu viva mais 20 anos.”
 “Lá vai Ouro Preto embora, todos bebem e ninguém chora…” Sinhá Olimpia




A donzela Sinhá Olímpia.
Ela parecia ter saído dos livros de história e conserva intactos vestígios de 1.800.
Andada sempre com uma bengala e chapéu. Pedia aos visitantes guimbas de cigarro e, então contava histórias de Ouro Preto.







quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Em breve!

Hotel Varandas das Montanhas. Um empreendimento turístico de porte da Marly, que promete breve inauguração. Uma opção a mais e excelente para os nossos turistas.

Patrimônio histórico

Fazenda do Quilombo - em Alpinópolis.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Fazenda Água Limpa

Hoje
A Fazenda Água Limpa antes da reforma.

No Aterro

Esta foto foi tirada quando os amigos do Luiz Eduardo Palacine acamparam no aterro. Olha lá esta blogueira de chapéu, novinha em folha. Que saudades! Na foto estou reconhecendo o Coró, o Marcelo Pimenta, o Tony, a Carla, a Edna, o Juca, a Cláudia. Eu me lembro perfeitamente deste dia.

O aterro naquele tempo era a nossa praia. Tinha, inclusive, areia na beirada, colocada por um prefeito. Houve uma época que tinha até um bar boiando na água. Neste dia, levamos bebidas e comidas, além de instrumentos para o batuque. Saudades do Tony, que já foi para o andar de cima.

Tal avô, tal neto!

O quarto menino da direita para a esquerda é o Gabriel, filho da Licinha, minha irmã. É um pequeno craque, ama futebol, aliás, vive assistindo a todos os jogos e anda pela casa chutando uma bola. Puxou à família do pai, João, que tinha um tio que jogava no América e ao avô Edmundo, ao Tio Joaquim e ao Tio Luizinho, todos eles feras na bola. A genética fala alto.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

E para fechar....

Uma risada deliciosa da minha hermana, Carla Soares, sempre super engraçada e uma ótima companhia.

FAZ MUITO TEMPO!

por Carla Soares, Terça, 4 de Setembro de 2012 às 11:03 ·
Saudades!
Saudades do tempo em que não havia saudade.
Tempo de não lembranças, não passados, não vivências.
Tempos de liberdade sem lastros.
Da vida intocada, da presença presente das pessoas queridas.
Do amor que protegia.
Da verdade.
Da bondade.
Da sinceridade.
Da honestidade.
Da generosidade.
Saudade da permanência!
Carla Soares - 04.09.2012

"face" a Face

Não resisti, Nana, e copiei sua foto, recheada de pessoas queridas e interessantes. Em destaque, o casal 10 de 1970, a Maria Flávia com o Mazarollo.

Vai um cafezinho aí?

Minha irmã, Fatinha, está para a Austrália. Aproveita para trabalhar, estudar inglês e matar as saudades da sua segunda pátria. Estamos com saudades. Ela volta em outubro, já estamos preparando para coar um cafezinho, fazer uma quitandas e recebê-la de volta.

Momentos...

A turma da Fatinha. Destaque para o Biel, nosso artista municipal, à direita, de barba.
Destaque para a Nana, a primeira, que ainda não era Nana de Minas.

Família Freire

                         Parabéns pela família maravilhosa, que transmite união e harmonia!

Não sei porque as pessoas não conseguem deixar comentários. Recebi este no meu Facebook da minha querida amiga Cecília Freire (a segunda da esquerda para a direita: "Cleise tentei comentar no seu blog, em várias postagens, mas não consegui. Vai aí o meu muito obrigada por vc postar a fotinha de minha família... Amei tudo, continue tá...Beijão e saudades". Obrigada Cecília, pois o ofício de blogueira é muito solitário. Sei que recebo dezenas de visitas diárias, mas não sei quem é que está ali do outro lado, lendo as histórias.

Na década de 70!

Em algum carnaval na década de 70. As meninas e a Chiquita se preparam para comer umas "goiabas" no GEC.
Em destaque, o nosso querido e saudoso Ralê; Hélcio, José Gabriel, Tarcizinho, Paullinho, Totonho e Big Boy. Os outros não estou reconhecendo.

Momentos na vida do Tarcizinho...

Esta foto foi tirada lá no Colégio Montfort,na I Festa da Cerveja. Da foto, o Braulinho já partiu para o andar de cima. Já pensou se o Conselho Tutelar abaixa ali;o Tarcísio mesmo era bem menor.
Saletinha e Tarcisinho, exibindo um baita pernão.
Um casal muito lindo! 

Noites Brancas

Belo Horizonte é a minha segunda cidade. Com o tempo, passei a amá-la. Tem sempre um clima super gostoso, um arzinho de montanha e é muito arborizada. A Praça da Savassi foi recentemente reformada e conta agora com 4 fontes. Ficou muito linda e ainda mais gostosa! Um bom programa é ir a Status às sextas feiras curtir um conjunto tocando música popular brasileira, degustando um vinho no calçadão. São muitas as ofertas 0800 em BH. No site gratisbh podemos saber o que acontece. No próximo final de semana, serão derrubadas as grades que separam o Palácio das Artes do Parque Municipal e vai acontecer de seis da noite às 6 da manhã a programação denominada Noites Brancas. O evento copia um outro lá de Paris e promete atravessar a noite com shows, apresentação de esquetes teatrais e performances de arte contemporânea. Vale a pena conferir!

O Romeu e Julieta do Biel

A primeira vez que vi o Romeu e Julieta, de Gabriel Vilela, com o Grupo Galpão, senti uma emoção incrível! As músicas, os trejeitos, a mineiridade; parecia que o "Biel" estava nos levando novamente para o Carmo, para a nossa infância. Ele conseguiu criar um Romeu e Julieta particularíssimo! Este primo é mesmo um verdadeiro gênio!