sábado, 26 de novembro de 2016

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Lembranças de Natal

Natal para mim, quando criança, era um encantamento e com muito menos luzes e consumos. Madrinha Tata e Natanael iam buscar galhos de árvores para improvisarmos a árvore. Era uma aventura.
Nossa árvore era mais rústica que esta, mas de galhos retorcidos também.
 Depois, catar musgos para o presépio. A árvore ganhava pedacinhos de algodão e grandes bolas coloridas, daquelas antigas que quebravam quando caiam no chão. Ficava lá, imponente no canto da sala. No outro, o presépio. Tinha adoração! O chão era forrado de musguinhos verdes e um pedaço de espelho fazia as vezes de um laguinho. A cena me emocionava. Jesus, Maria e José. O menino em palhas. Cercado por vacas, cavalos e carneiros. Faziam uma estradinha de pedrinhas por onde andavam os reis magos. Todas as manhãs eu dava um passinho a frente. O bercinho ficava vazio, só iria para o presépio no dia do Natal. E era eu quem o colocava exatamente a meia noite. Em casa não havia ceias naquela época. Na cozinha havia sempre um pernil assado, farofa, arroz, pão de queijo. Pra lá, iam os gatos pingados que íamos encontrando pela rua. Lembro de uma vez que foi para lá a Berenice e o Tiãozinho meu irmão e foi muito bom. Com chuva, como sempre. No outro dia comíamos a "soca", o pernil durava dias!
A praça era assim na década de 60.

 Na praça de Carmo do Rio Claro de então, apenas uma grande árvore ganhava luzes coloridas de vermelho e azul, mas bastavam para encantar o coração de menina que sonhava com o único presente de natal que ganharia. Não é como  hoje, profusões de presentes. Época econômica. Acreditei em Papai Noel até os 7 anos. Eles diziam que havia passado um avião e que a barba do Papai Noel ficou para fora. Teimávamos em nos manter acordados para ver sua entrada pela chaminé. Mas o sono nos vencia. Deixávamos o sapatinho ao pé da cama. Pela manhã, ali estava solene, o presente. Quando descobri que não existia Papai Noel, fui com papai e mamãe, mais a Carla e a Cláudia, minhas irmãs, de noite, comprar os presentes. Fomos à Castelã e compramos três velocípedes para nós mais velhas. Voltamos pedalando enquanto os irmãos menores dormiam o sono de meninos.
Presente feito na Fazenda Água Limpa no ano passado.

Por isso, sempre fiz questão de fazer árvore de Natal e presépio. Sempre colori os natais de meus filhos. A mais nova acreditou em Papai Noel até nove anos. Aí, começou a ganhar gozação, lógico né? Ela jurava que existia, porque mamãe não ia mentir para mim. Imagina! Aí, em um dia qualquer, ela lembra: "a minha irmã vira pra mim, do nada, eu estava assistindo tv, Papai Noel não existe!" São histórias de Natal. Antes, ficava viajando em presentes, levava pra todo mundo. Depois, passei a fazer um oráculo, com pequenas bugigangas e mensagens, dentro de uma caixinha de fósforo. Cada um tirava a sua. Era um sucesso! Este ano não fiz as caixinhas e não sei se terei tempo. No Natal do ano passado, a família Soares fez um Natal diferente. Cada um doou roupas, sapatos, adereços e virou um grande brechó. Ganhei mais de 15 presentes. Achei chic! Moderno. Chega de consumismo.Já fiz a árvore. O presépio doei para o Natal do Carmo e não comprei outro. Quebrei uma tradição. E presentes, estou morrendo de preguiça de comprar.

O Primeiro Natal em Sampa
Compras? No Mappin. Carros? Imperava o Volkswagen.

Quando fui para São Paulo, aos 18 anos, o Natal cresceu em cores, luzes, presentes. Foi um encantamento. Trabalhava na Zeitel Engenharia, em Higienópolis, ao fundo, havia um estúdio de modelos. Ensaiava ali um grupo de teatro, onde figuravam Paulo Beti e Eliane Giardini. Deles e dos modelos ganhei presentes. E da empresa, uma festa em um restaurante. Fui, lindíssima, de longo e sandália de salto alto marrom. A lembrança me veio agora clarinha. Entrei na caipirinha, fiquei bêbada e chorona. Ao lado do dono da empresa, o saudoso Biro Zeitel, um homem maduro e lindo, chorei as pitangas. Estava ali em São Paulo com mais três irmãs, em um quitinete, vivíamos com 3 salários mínimos, ainda pagava o cursinho (não sei como dava!), comia mal. Saudades da minha terra! E lágrimas. Resultado? Comecei janeiro com um aumento, tipo, ganhava R$ 800,00 fui para
R$ 1.200,00. As compras eram feitas no Mappin ou na Zé Paulino. Aquele natal realmente foi gordo e diferente dos natais do Carmo de antigamente.



Você tem lembranças de natal pra contar? Manda pra mim no cleisempsoares@gmail.com e publicarei. 

domingo, 13 de novembro de 2016

"Face" a Face

Minha sobrinha Lucília comemorava o seu primeiro 'vale night'. Pela primeira vez delegou o Rafael para outro cuidador e foi curtir a vida.
Aconteceu no Carmo, ontem, a XIII edição do Fantasy, no GEC (piscina). O baile foi animado pelo grupo Bartucada e o DJ Alan Saher. Seria bom levar esta moda de fantasia também para o carnaval, sinto falta delas nos últimos tempos. Era tão bom fantasiar. Parece que, nesta festa, há a adesão de grande parte dos carmelitanos. Capturei do Facebook algumas fotos, que compartilho com vocês. Acima, a irreverente Natália.
A Formiga arrasou!

Chiquita e amigas
Regina e Eli também não faltaram.
Nelsinho e Cecília

Amanda Soares, minha linda sobrinha.

Chove chuva!

A foto é da nossa colunista Nana de Minas. 

Como chovia em Carmo do Rio Claro nas décadas de 60/70, efeito da chegada das águas. Era chover, apagava a luz. Nesta poesia, relembro um dia muito especial, onde vi a lua mais maravilhosa da minha vida, após um temporal. Este tempinho de chuva inspira nostalgia e poesia.

CHUVA E LUA

Janelas batiam com violência
surrando taramelas
e a chuva de nuvens negras
pesadas
insinua-se no céu .

Queimadas as folhas do ramo bento
O missal está aberto no Apocalipse
combatendo o dilúvio com as previsões do fim.

A luz foi embora aos primeiros relâmpagos
e as velas iluminam as sombras
e os cantos da casa antiga.
E como ela é alta em ecos
instala um ar de pânico.

Ela veio primeiro sorrateira
Gotejando em telhas
com pingos grossos e esparsos.
Aos poucos, cobre a casa, o mundo, as pessoas.
Medrosos, todos correm para debaixo dos cobertores
Coçando terços nos dedos
Ou gritando em desespero:
- Santa Bárbara Milagrosa!
- Oh, meu São Jerônimo!

Permanece um bom tempo
Devassando as ruas
Derrubando barracos
E deixa o globo da morte do Circo da Ivonete
armado
Reinando no descampado.

E surge uma lua imensa
A maior da minha vida
Cheia, imponente, ocupa o céu todinho.
A cidade
ainda às escuras
E o povo sai às ruas comentando as novidades.


Durante a chuva
Morreu um santo,
José Maria
E uma parede da sua casa também caiu.
- um sinal?

A mãe era um só lamento. Ai ai ai ai...
E todos comentavam ao pé da lua:
Ele era um justo.

 Choveu em sua honra.

Visita do Bispo, o sobrinho e o Rio Sapucaí


Da série "Casos do Coró"

No feriado da Semana Santa de 1962, pouco antes da inauguração da barragem de Furnas, veio ao Carmo o bispo da diocese de Guaxupé e grande comitiva, entre eles padres, seminaristas, autoridades e muitos outros. Chegaram no Porto Ponte, de vapor, e lá já quase toda a cidade os esperava para a semana de festividades, rezas, procissões e penitências.
Vapor Francisco Feio, circulando pelas águas do Rio Sapucaí.
Tudo muito bonito e enfeitado, aqueles que puderam pintaram suas casas, pois a visita de pessoa tão ilustre era algo muito raro e portanto grandioso, digno mesmo de comemorações. Nessas ocasiões as famílias tradicionais da cidade organizavam suas casas para hospedar toda a comitiva. Quanto mais importante a autoridade, melhor a casa em que iria se hospedar. Toda a casa era cuidadosamente preparada, tudo muito limpo, lençóis do mais puro linho branco engomado, travesseiros de pena de ganso, tudo impecavelmente disposto nos vários aposentos.
Padres desfilam pelas ruas.

O bispo, claro, era a figura principal e como tal, hospedou-se na casa mais suntuosa da cidade na época, a casa do senhor José Leite, pai do José Flávio, Clérida do Zé Pacheco, Antônio Adauto, entre outros. Família muito querida e respeitada, estas pessoas e suas casas eram referência da cidade para eventos da magnitude da visita de um bispo. A casa estava em polvorosa, muita gente entrando e saindo, pães de queijo sendo feitos, leitoas sendo assadas nos fornos dos fogões de lenha, tudo com muito capricho, formas untadas na melhor manteiga da américa latina, muitas ajudantes trazidas da fazenda para prepararem um almoço grandioso e inesquecível, um banquete mesmo.
Enquanto aguardavam na grande sala da bela casa do senhor José Leite, feita mesmo para grandes reuniões, os convidados e o bispo tomavam um vinho suave e conversavam sobre amenidades. Como era de se esperar, o almoço estava um pouco atrasado e o bispo, padres, anfitriões e convidados já estavam meio sem assunto. Nisso, um dos parentes resolve mostrar ao bispo os conhecimentos de geografia de seu afilhado, que nessa época devia ter uns 5 ou 6 anos de idade. E não teve dúvidas, perguntou para o menino:
- Como é que se chama o rio que banha o Carmo?
Antiga igreja de Carmo do Rio Claro, à frente, era a rodoviária.
O menino, infelizmente mas óbvio, não sabia a resposta e seu olhar claramente demonstrou isso. Daí veio novamente a pergunta e uma tentativa de ajuda:
- Como se chama o rio que banha nossa cidade? Sapu... Sapu...
E o menino ainda sem saber a resposta e menos ainda o que estava acontecendo, só conseguia sentir o enorme silêncio na enorme sala e a enorme pressão sobre ele:
- ...Sapu.... Sapu...
E respondeu em voz muita alta e grave o que entendeu ser a melhor resposta e a única que completava a pergunta:
- Saputaquepariu...
E o menino nunca entendeu porque tão súbita e rapidamente todos o abandonaram quase que sozinho na imensa sala da grande e suntuosa casa e porque nunca mais, desde então, reviu o bispo...

Casos do Coró!

Parece que é mesmo da idade, o Coró, filho do Tãozinho, também está matutando o tempo, como eu na próxima postagem. Ele posa no face, eu trago para cá. Tenho insistido para ele registrar em livro os seus escritos. Segue a postagem de hoje no facebook.

"Rumo ao ocaso da vida, vamos decompondo nossas características.
Outro dia fui visitar um amigo que está enfrentando um decadência física severa e as palavras abaixo me vieram à mente e eu as transcrevo aqui. Além disso, esta visita me lembrou três fatos que tem um pouco a ver com isto tudo e que também relato abaixo:
1. O Norzinho (Honor de Castro) foi um grande amigo durante muitos anos. Tínhamos afinidades apesar da grande diferença de idade. Ele sempre dizia que quando fizesse oitenta anos voltaria a fumar. Fez 80 anos, voltou a fumar e o cigarro logo o levou. Adormeceu um dia e não acordou. Não precisou enfrentar enfermeiros, camas de hospitais e nem a decrepitude.
O Norzinho, o Tãozinho (pai do Coró) e (quem sabe o nome?)

2. O Angelo Pereira me contou uma história há alguns anos sobre os judeus nos campos de concentração. Segundo ele, em uma experiência, durante algum tempo era oferecido a eles comida ou cigarro. Os alemães sabiam quando os judeus perdiam a esperança quando optavam pelo cigarro.
Aí está o meu amigo Coró.

3. O Tarcisinho (Peres) postou no FB que eu sou um bom escritor. Eu tenho certeza que não, rsrsrsrs, mas tenho vontade de escrever e escrevo. Por isto estou aqui escrevendo isto tudo...
A vida e o tempo são para sempre,
Mas como é triste o entardecer
E como são tristes os ocasos
E melancólico o empalidecer.
Como é lastimável o emudecer
E lamentável o endoidecer.
Lúgubre o ensandecer
E deplorável o padecer.
Como é pesaroso o desacontecer
E funesto o desalvorecer.
Ah, como é aflito o amarelecer
E como é patético o anoitecer.
Que sonhos, que vida, quimera.
É infrutífero entorpecer, que merda.
Melhor, desvanecer, desfalecer, envelhecer,
adormecer.
Melhor partir...

Coró"

Sou paineira. Tempo! Tempo!

Chove uma chuvinha criadeira em Belo Horizonte. Ouço galos "acordando universos". Sempre que ouço galos ao amanhecer lembro-me de Rubens Alves. Galos me levam à Fazenda Água Limpa, no sul de Minas Gerais. O amanhecer da minha infância. Chuva pra mim é um conforto, mesmo quando tenho que enfrentá-la nas ruas rumo ao trabalho. Me inspira.
Com quase 60 anos sinto-me no alto de uma montanha, olhando o caminho percorrido. Momento de pesar, medir, avaliar, ver o que foi conquistado e os sonhos ainda possíveis de serem realizados. É assustador subir esta montanha e ver que, em 10 anos, serei uma anciã de 70 anos. Ainda moram em mim a criança e a adolescente que fui. Não mora em mim uma senhora de 60 anos. Devo até pagar mico, porque realmente me esqueço.

Penso também que, aos 70 anos, terei alcançado uma sabedoria que ensinará a encarar a finitude. É tudo lento, imperceptível, assim como uma folha seca. Somos a natureza. Teríamos que ver beleza no fim. 
Ao fundo, da janela da cozinha, pode-se observar as paineiras do quintal.
Mas, diante de meus sogros velhinhos encaro a decrepitude, a loucura mental e um espetáculo de fraldas e fezes e não consigo ver beleza. Me ocorre que a beleza está no diamante em nós, que é lapidado enquanto cumprimos a missão e se desfazem as ilusões da vida. Porque ela é nua e crua, dura e doce, cruel e bela. Tudo para nos testar. Só Deus mesmo para nos dar força na missão a nós delegada!
Atualmente, coqueiros crescem em frente a Fazenda Água Limpa, à direita, outra paineira também começa a contar o tempo. (Foto de Eugen Emmerick)
Assim foi com a paineira da Fazenda Água Limpa, que morreu lenta e bela e foi criando narrativas. Um galho caiu e criou um portal. Um outro criou um coração. Até o final floriu uma outra flor, uma ou outra paina. 
Hoje, ela habita nas lembranças da Fazenda Água Limpa. Era enorme, amada, plantada na construção do antigo casarão. Por muitos anos, era o símbolo da fazenda. Hoje, é tempo dos coqueiros. Na entrada, há uma alameda de paineiras antigas e, no fundo do quintal, elas o contornam. Todas contam o tempo. A paineira me deu um lindo recado sobre a vida e a morte. Ela pode ser bela!

"Sou de negros troncos fortes
Sou de negros troncos ocos
Sou antiga fortes raízes
Paineira.
Sou uma doce paineira
E teço espinhos e painas verdes
Às vezes me tinjo de rosa,
Cor rosa nas minhas vestes
E trago flores o u seco.
Já flori e desflori.
Sou paineira.
Tempo. Tempo."

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Tributo a Raul Seixas! Lembranças do Bar XV!

Raul Seixas esteve sempre na minha vida. Quando jovem meu mantra era "eu prefiro ser esta metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Eu quero dizer, agora o oposto do que eu disse antes"...Era o que eu cantava para mamãe quando ela me cobrava coerência entre minhas ideias. 


Me identifiquei com a música que dizia... "ao chegar do interior, inocente, pura e besta, fui morar em Ipanema,ver teatro, ver cinema era a minha distração..."1975, 1976 me encontra em São Paulo, autêntica caipira do interior de Minas Gerais. Não morei em Ipanema, morei em Santa Cecília, mas frequentei o Pingão, no Largo do Arouche, o sambão do Patropi...Bem brega, né?


Depois vim para Belo Horizonte e vivia dentro da filosofia "hippie" e meu mantra passou a ser "maluco beleza". enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal, eu do meu lado aprendendo a ser louco, um maluco total, na loucura real..."


Vi Raul Seixas em um "woodstock" mineiro, 24 horas de shows no antigo Cruzeiro. Lá, ele tirou um rolo de papel e leu todos os artigos da "Sociedade Alternativa". Viva! Viva! Viva a sociedade alternativa... Se eu quero e você quer, tomar banho de chapéu. Ou esperar Papai Noel.Ou discutir Carlos Gardel. Então vá! Faça o que tu queres pois é tudo da lei ...Um hino da época.

Depois, alguns anos antes dele partir, já alcoólatra, não conseguia fazer um show sozinho e se aliou a Marcelo Nova. E foi então que eu ouvi Raul Seixas deitada em minha cama. O show foi no antigo ginásio do Ginástico, hoje o Supernosso, meu vizinho, e eu  podia ouvir perfeitamente.Ele iniciou o show com Gitã, mas quem terminou foi o companheiro. Foi a última vez que o ouvi de perto. Até hoje, é um prazer para mim estar com ele.
Última foto de Raul Seixas

Lembro-me muito do Bar XV ao ouvir Ouro de Tolo "Eu devia estar contente. Porque eu tenho um emprego. Sou um dito cidadão respeitável.  E ganho quatro mil cruzeiros por mês.  Eu devia agradecer ao Senhor por ter tido sucesso na vida como artista.  Eu devia estar feliz porque consegui comprar um Corcel 73...Ah, eu devia estar sorrindo e orgulhoso por ter finalmente vencido na vida.  Mas eu acho isso uma grande piada e um tanto quanto perigosa...Ah, eu que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar ...
Na frente do Bar XV
No Bar XV tivemos a oportunidade de conhecer todas as músicas que eram lançadas, devemos gratidão aos irmãos Barbosa por isto. Mantinha-nos atualizados com o melhor da MPB, a trilha sonora da nossa juventude. Gitã é outra música que me leva ao Bar XV dos Anos 70. Decidi escrever sobre os músicos que passaram pela minha vida. O primeiro é Raul Seixas, sinto até o gosto da Cuba Libre no Bar XV e consigo acordar aqueles dias. Ou estávamos dentro do bar, ou no próprio bar - éramos íntimos e vivíamos lá dentro comendo os amendoins, não sei como elas aguentavam.
Na parede do Bar XV havia fotos dos artistas de cinema.
 Deixo aqui meus agradecimento a Ilma, conhecida por Chiquita, Helena e a Marly, queridas por todos, além do Jé, que era rígido com a moçada, não deixando o pessoal se extrapolar nos beijos. Batia com a garrafa na mesa e isto era suficiente. Ou estávamos na porta, sentados sobre os carros ou dentro deles, ouvindo a Rádio Mundial do Rio de Janeiro, com o Big Boy. Tempos bons. 
Hello crazi people

"Big Boy, pseudônimo de Newton Alvarenga Duarte (Rio de Janeiro1 de junho de 1943 — São Paulo7 de março de 1977), foi o mais importante disc jockey de sua época, responsável por uma verdadeira revolução no rádiobrasileiro.
Como locutor, introduziu uma linguagem jovem, mais próxima do público que o ouvia. Seu "hello crazy people!", a maneira irreverente como saudava os ouvintes, tornou-se marca registrada de um estilo próprio, descontraído, diferente da voz impostada dos locutores de então. Como programador, demonstrou extrema sensibilidade ao captar o gosto do público, observando as tendências musicais ao redor do mundo e inovando a partir de ideias que modificariam todo um sistema de programação estabelecido.(Fonte: Wikipédia

sábado, 5 de novembro de 2016

Job Milton vestiu o livro.


Foi em 11 de fevereiro de 2009 que o primo Job Milton Figueiredo Pereira escreveu este comentário sobre 'O Livro de Vestir'. E ele só foi publicado agora. Esta à venda no Clube de Autores, via Internet. Pode ser adquirido no formato e-book ou impresso - brochura ou espiral. Vou lançá-lo em Carmo do Rio Claro dia 17 de dezembro, no Restaurante Casarão, às 19h. O coquetel de lançamento contou com o patrocínio da Cachaça Coração de Minas e do próprio restaurante, cedido gentilmente por sua proprietária, Selenice. Veja o comentário do Job. 
Job Milton em uma das minhas visitas, onde ele contou casos do Carmo para um livro.

Prezada prima Cleise,

O livro de sua autoria é um trabalho digno dos maiores encômios. Muito bem escrito, o assunto é dos mais atraentes, realmente prende a atenção de qualquer leitor. Valendo-se de linguagem escorreita, presa a uma alta inspiração, você acaba de realizar notável façanha no universo das letras. Personagens interessantes, particularmente Jovita e Rosemeire tornam O Livro de Vestir uma obra literária de imensurável valor.
Prossiga escrevendo, você é inspirada, aborda questões importantes e trata o idioma com o maior respeito. Parabéns!
Seu primo e admirador,

Job Milton

Carmo do Rio Claro, 11 de fevereiro de 2009.

O livro conta a história da escritora Izolita Teixeira Pereira de Sá que escreveu 25 contos com o nome de mulheres e fez para elas as indumentárias. A sobrinha Izaura passa a assaltar o closet da tia e a vestir as roupas e os personagens. Você está convidado a entrar no closet de Izolita e a vestir estas mulheres de todos os tempos. Como adquirir?

http://bit.ly/olivrodevestir_

Uma homenagem a Carmo do Rio Claro! Um colírio para os olhos.

"A  Serra da Tormenta é uma esmeralda reluzente,
No colar de prata da corrente.

O murmuroso rio que a teus pés vai a sonhar!
Sobre o céu azul
das noites claras de luar!

Carmo,
és o berço azul dos sonhos meus!

Carmo, a Tormenta te conduz a Deus!

E o rio,
abre estuário de prata!

Ouvindo as preces da serra!
Te saúdo a minha terra!
Esta música é de José Guaracy, ele era de Cássia, mas amava Carmo do Rio Claro.

Parabéns Carmo do Rio Claro! Que seja uma cidade feliz!

Em 5 de novembro de 1877, por meio da Lei nº 2416, Carmo do Rio Claro se tornou cidade. Hoje comemora 139 anos. Mas os primeiros habitantes chegaram no século XVIII. Reproduzo aqui informações postadas no site da prefeitura da cidade, com informações interessantes.


“A história de Carmo do Rio Claro começa a ser traçada em meados do século XVIII. Os primeiros habitantes das terras ao redor da Serra da Tormenta foram os índios caiapós e alguns negros alforriados que montaram seus quilombos. Próximo à serra descia um rio de água límpida e cristalina, batizado pelos índios de Jeticaí. A origem do nome é resultado da invocação à Nossa Senhora do Monte Carmelo, vinculado à ordem dos carmelitas. Rio Claro é fruto do rio que corria rente a Serra da Tormenta e desaguava no rio Sapucaí.
Rio Sapucaí, foto tirada do Itacy.
O arraial de Nossa Senhora do Monte Carmo começou a se estruturar na segunda metade do século XVIII, com aproximadamente 500 habitantes, uma mistura de brancos, negros e índios. Em 1770, uma capela foi erguida às margens do rio Sapucaí em homenagem ao Senhor Bom Jesus do Itacy.”

Por volta de 1780, tem-se o primeiro registro de padre no arraial: João Manuel de Carvalho. Em 1809, com uma população de mais mil habitantes o arraial tornou-se distrito. A capela ficou agregada à Matriz de Nossa Senhora da Assunção de Cabo Verde, nessa época o distrito pertencia à província de São Paulo. O vilarejo começou a se desenvolver com a chegada de pessoas vindas da região das minas, como São João Del Rei, conhecidas como entrantes. No início, eles estavam apenas de passagem, mas alguns resolveram se fixar, formar fazendas e trazer as famílias, o que transformou a cultura de subsistência daquele povo em cultivos destinado ao mercado, com o objetivo de acumular riquezas. A produção das lavouras e da pecuária só era possível através da mão de obra escrava, o que originou as senzalas nas fazendas. 

Para estabelecer a ordem e organização do distrito, bem como realizar demarcações de terras, criou-se um juizado de paz e um distrito policial. Conforme registros, em 1830, ambos os cargos haviam sido ocupados pelo vigário da igreja, João Martins. Com a lei, criaram-se regras, denominadas de Posturas, principalmente no que se referia a demarcação de terras, conservação das estradas e a produção agropecuária.

Em 1837 foi realizado um censo no arraial que obteve os seguintes resultados: população de 1.285 habitantes, sendo que um terço eram escravos.
A tradição do artesanato em Carmo do Rio Claro teve origem na segunda metade do século XVIII, com os escravos, que plantavam e colhiam o algodão com a finalidade de usar os fios para tecer. O tear era uma peça comum a quase todas as casas da época. Não só os escravos teciam, a tecelagem era praticada por todos da família, era uma prática familiar e doméstica. Até 1848, o arraial do Carmo pertenceu à Vila de São Carlos do Jacuí. Dois anos mais tarde, o arraial foi transferido para a Vila Formosa do Senhor dos Passos, o que fez com que todas as decisões administrativas referentes ao arraial dependessem de Passos. No final do século XIX, já havia água canalizada, a economia agropecuária se fortalecia, o comércio crescia e aumentava também o número de pessoas alfabetizadas.


Por esses motivos, e, pela a estrutura e organização que apresentava, em outubro de 1875, o arraial carmelitano torna-se Vila, e o primeiro prefeito empossado foi José Balbino da Silva. No dia 19 de julho de 1877, durante a sessão da Câmara, o vereador Dias, indicou que se fizesse uma representação ao Presidente da Província solicitando à elevação da Vila para a categoria de cidade. Quatro meses depois, no dia cinco de novembro de 1877, a Assembléia aprovou a lei número 2.416, transformando a vila na cidade de Carmo do Rio Claro.

Visite o site da prefeitura: www.carmodorioclaro.mg.gov.b


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Um presente para Carmo do Rio Claro

José Milton prepara para a próxima edição do jornal Expresso Carmelitando o resultado da sua enquete. A cidade completa 139 anos dias 5 de novembro. Quando ele receber o resultado, vou disponibilizar aqui no blog. 

Que presente Carmo do Rio Claro merece na comemoração dos 139 anos?

Eu desejo que sejam plantadas mais árvores. Que seja feito um cinturão verde em volta da cidade, para refrescar. Quem tiver quintal, plantar árvores. Cada um plantar uma árvore em frente a casa e cuidar. O Carmo é um forno. Moro em Belo Horizonte, que é fresquinha pela quantidade de árvores na rua, maltratadas, é fato. Planta-se árvores e deixa-se pouquíssimo espaço para suas raízes. Árvores são lugares de se deixar lixo. São pouco compreendidas. Pouco amadas. No entanto, são elas que nos refrescam. 

E você, que presente o Carmo merece? Pode responder também aqui neste blog.