quarta-feira, 24 de novembro de 2010

CASOS DO JOB. ESSA É ÓTIMA!

O Vovô Pipoca, pai da vó Alice, tinha um trole que levava os viajantes recém chegados, do Porto Carrito à cidade. O troleiro do vovô (o Job não se recorda o nome) comentou um dia:
"A família do Seu Pipoca, as mulheres acertaram, todas corretas, boas donas de casa, senhoras muitas dignas. Agora, os homens, não deram em nada, vou explicar o por que. Eles são quatro:
O mais velho, o Eustáquio, é doido.
O Piruá, é mole.
O Nhô é bobo
e o Job sentou praça.

"Tio Nhô era muito distraído. Vindo do Rio de Janeiro de trem, chegando em Cruzeiro, São Paulo, havia um entroncamento na Rede Central do Brasil. Embarcava na Rede Mineira de Aviação, fazendo uma baldeação para Gaspar Lopes. Acontece que o movimento era muito grande e tocava o sino a cada saída do trem, que passava de um lado e de outro. Nessa confusão, Tio Nhô trocou a mala, pegou a primeira mala que viu e embarcou despreocupado.
Quando chegou ao Carmo e abriu a mala com os presentes da Tia Rosina para toda a família, levou um susto, o que tinha dentro? Quando ele abriu, ao invés dos cobiçados presentes ele se deparou com um smoking de gravata borboleta e sapatos de verniz. Ele não ia a festas. Um dia, tirou o smoking do armário e passou a usá-lo normalmente. Os que o viam pela rua carreando o carro de boi trajado de smoking, diziam: É o Nhô Figueiredo, essa família é de loucos mesmo."

Mas se andar mais um pouquinho, a máxima tende a se confirmar.
Venham comigo lá na década de 30.
Descendo o Largo São José, em Carmo do Rio Claro, na esquina, morava Eustáquio Figueiredo. Ele andava trajado de linho branco, sapatos de duas cores, suspensórios, chiquérrimo. Com a maior naturalidade, à hora do almoço, colocava a sua mesa no passeio e tranquilamente almoçava tomando vinho, como se estivesse em Paris.


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