A linda família da Mônica Vilela César! |
A Corina com suas filhas. E o Cizinho ao fundo. |
A Mônica vovó. |
Em homenagem à família Vilela César, posto a história da Mocinha que muitos da minha época devem se lembrar. A propósito, alguém tem uma foto da Mocinha e da Quirina?
MOCINHA
Ela andava rajada de saias longas e com as mãos cheias de
anéis de pedras de todas cores, anéis antigos. Mocinha morava no maior e mais
imponente casarão da Praça da Matriz. Tinha os cabelos bem curtos, cortados
rente ao coro cabeludo e todo branco. Os olhos eram azuis. Mas cegos. Mocinha, quando mais nova, era completamente normal e aprendeu a escrever. Depois,
ficou cega, surda e muda. Era brava, em sua quase incomunicabilidade.
Cuidava dela a preta Quirina, de dentadura vermelha e dois bons olhos sempre
marejados. As duas pareciam sair de dentro da história. Já então, personagens.
Mocinha ficava brava e batia a bengala para todos os lados, quando a criançada
puxava suas saias no jardim. Nossa vontade era entrar no
quarto de Mocinha, onde só Quirina entrava e de vez em quando, sua sobrinha
Size, que pulava suas janelas. O quarto de Mocinha que vive em mim está cheio de
baús e prendas, de broches, colares, camafeus, anéis, lenços e sedas caindo
pelas arcas. Diziam que só ela limpava seu quarto. Então, imaginávamos baratas,
aranhas e morcegos no quarto de Mocinha.
Ela era uma das amigas de vovó Alice.
E de vez em quando pedia, escrevendo em nossas mãos, sabonete. Perfumados,
cheirosos. Restava-lhe o olfato.
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