Belo
Horizonte,
1981:
Guerrilha Poética
Guerrilha Poética
A
capital mineira fervilhava de Poesia, e um grupo de malucos tomava de
assalto bares, aglomerações e eventos culturais para declamar versos,
em alto e bom som, como devem ser declamados. Em março de 1982, o
grupo, do qual fazia parte o escriba que vos fala, inventou de comemorar
o aniversário do imortal Castro Alves com performances radicais - que
ficaram conhecidas como Guerrilhas Poéticas.
Participaram,
entre outros, Sérgio Fantini, Marcus Lessa, Cleise Soares, Wanderley
Batista, Orlando de Souza. A concentração ocorreu na casa do
Wanderley, num quartinho onde fizemos o texto montagem numa velha
Olivetti. Depois, a invasão dos bares na noite de sábado de BH, para,
encapuzados, falar poesia. Na manhã seguinte, viria a Passeata
Poética, pelas ruas da capital mineira, de megafone em punho. Vida de
poeta não é fácil.
Meu amigo poeta, ALEXANDRE MARINO, em destaque na primeira foto tirou estas fotos do baú. Na primeira, na casa de WANDERLEY BATISTA com outros poetas selecionávamos trechos de poesia para falar pelos bares de Belo Horizonte. Na foto debaixo, eu sou aquela de chapéu e trancinhas. Entramos nos bares com uma blusa listrada, onde cortamos buracos para os olhos. Chegávamos, cada um na sua vez tirava o capuz e declamava. Lembro que a minha fala era "neste momento, os homens da minha cidade amam suas mulheres sem nem ao menos saberem do que é feito o amor".
O movimento poético, nesta época, estava em ebulição. Declamávamos poesias nas praças, como uma vez em Diamantina. Tempo do saquinho de poesias, do meu amigo Régis Gonçalves, que era distribuído pela cidade. Também publiquei nele um poema.
Bom demais ter participado destes movimentos. Saudades e orgulho!
Visite a página de Alexandre Marino, que reside em Brasília e continua poetando por lá.
http://www.marino.jor.br/nostalgia.htm
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