A Cantina do Lucas |
O Maleta por dentro. |
O Sô Domingos, personagem inesquecível da Cantina do Lucas dos anos 70/80. |
Hoje, fui no Maleta de hoje. Tribos alternativas, tipos os mais diversos, um novo homem, um novo de jeito de ser, livre. Havia uma feira de arte gráfica, com muitos livros. Me lembrei dos tempos em que andava ali mesmo vendendo meus livros mimeografados. Nossa, como sou antiga, do tempo do mimeógrafo. Andávamos por lá - Wanderley Batista, José Alexandre Marino, Carlos Herculano Lopes, Júlio Emílio Tentaterra, Adão Ventura, Régis Gonçalves. Tempo do saquinho de poesia de Ouro Preto. Fazíamos saraus, movimentos.
Não há como ir ao Maleta, e não voltar lá atrás. Dá uma espécie de nostalgia, uma saudade da juventude, uma sede de vida. Fomos ao bar do Santiago, um amigo argentino, que tem um bar na varanda que dá para a rua da Bahia. De lá, o visual de um prédio que hoje abriga o Museu da Roupa, em estilo manoelino, parece uma igreja; ao lado o Museu Inimá de Paula, também em estilo antigo. A lua cheia ajudou, o drink de Malibu com água de coco também e a "fauna" interessantíssima ao redor, o puro novo circulando ao nosso redor, tudo isto fez esta noite memorável.
A ditadura se foi. o Sô Domingos, garçon da Cantina do Lucas, que era comunista convicto e que ajudou a esconder muitos naqueles tempos duros, já se foi. O Pelicano mudou de nome. Murilo Rubião subiu. Paulinho Assunção não sei se ainda vai tomar Whisky no Lucas. Mas ainda circula ali a pura novidade, a contestação. O Maleta continua.
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