domingo, 28 de outubro de 2012
Crônicas de Belo Horizonte
Conheci em Belo Horizonte, nestes 35 anos em que moro aqui, pessoas de destaque na literatura. Participava de movimentos de rua no dia da poesia e ajudava a distribuir o Saquinho de Poesia, famoso nas rodadas dos anos 70/80, circulava nas faculdades em tempos da ditadura e nos bares - do Maleta, da Fafich.O saquinho era feito por Régis Gonçalves e outros colegas que lembro o rosto, mas não me lembro agora o nome. Prometo assuntar. Quando o conheci já tinha um pouco mais de 40 anos e namoramos um pouco. Depois ,nos tornamos grandes amigos. Com ele, fui uma vez para Diamantina, quando falamos poemas em cima dos púlpitos das estátuas. Fizemos até poesia em grupo, na mesa do bar. Régis hoje trabalha na assessoria de comunicação da UFMG. Sempre o vejo no meu Facebook, que é o mais eclético possível, com a presença de dezenas de carmelitanos, colegas e militantes da ong Bem Nascer, família... Pois é, ele publicou esta história no Face, gostei e divido com vocês. Adoro fotos antigas, causos...
Pensando bem, acho que posso seguir a trilha de Luis Augusto de Lima e revelar também alguns encantos de minha família. Que mesmo sem fumaças aristocráticas revelou ao mundo algumas figuras de excelso talento e competência. Acho que posso começar pela prima Belinha que, em 1890, consumadas a abolição da escravatura e a proclamação da República, não assistiu impassível à derrocada econômica da família e resolveu tentar a sorte em Nova York, onde granjeou fama e fortuna, tendo se tornado a primeira diva sul-americana dos palcos nova-iorquinos. Como se vê pela foto que ela mandou de lá ao meu tetravô e seu pai, Coronel Juquinha, talento e bossa não lhe faltavam'.
Régis nasceu em 1940, na cidade de Santa Bárbara, MG. É sociólogo e jornalista. Escreve desde a década de 60. Em 70, ganhou um prêmio literário com um livro de poesias. Estreou em 1984 com o livro Queima de Arquivo; em 1988, lançou uma coletânea de poemas - Opus Circus. Tem, engavetado e esperando publicação dois livros: O Atleta Hipocondríaco e Candongas d´Amores.
ÁUREA DIAMANTINA
Chamar-se Áurea em terra de Chica
e morar na Palha.
Pedras faíscam
entre porcos, no lixo.
"Ai de ti, terra ímpia", o pastor
invectiva.
A lama no entanto
arrasta
os propósitos mais
convictos.
Aurífera, diamantífera
prolífera
mãe de cinco negrinhos.
domingo, 21 de outubro de 2012
Anos 70 de nossas saudades!
Janis Joplin... |
Brigite Bardot de cabelo pega rapaz! |
Nascia ali um dos maiores movimentos musicais do Brasil, a Tropicália. aí estão grandes nomes da música popular brasileira, que até hoje nos brindam com suas genialidades.. |
O Ronnie Von era insuportável de bonito para nós! |
Olha que gracinha do Jerry Adriani com carinha de menino... |
Que vestido mais lindo, os anos 70 não enconomizaram nas cores... |
O tempo do long play, do compact disc. Até hoje eu curto um vinil! |
sábado, 20 de outubro de 2012
Sobre o medo da morte....
"Quando no quarto branco do hospital
acordei esta manhã
e ouvi o melro, compreendi bem.
Há algum tempo já não tinha medo da morte. Pois
nada mais me poderá faltar se eu mesmo faltar.
Então, consegui me alegrar com todos os cantos
dos melros depois de mim".
"Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim"
(Álvaro de Campos)
"Quem é rico em sonhos não envelhece nunca. Pode mesmo ser que morra de repente. Mas morrerá em pleno vôo. O que é muito bonito".
(Rubem Alves)
"Como diz o poeta sagrado, ´para todas as coisas há o seu tempo, debaixo do sol; há tempo de nascer, há tempo de morrer`. Saber viver e também saber morrer. Cada poema se inclina para a sua última palavra; cada canção se prolonga na direção do seu silêncio. Última palavra em que continuam a reverberar todas aquelas que a antecederam: silêncio onde ressoam os sons que o prepararam. Toda a vida é uma preparatio mortis e é por isso que a última palavra e o último gesto são um direito que ninguém lhe pode roubar. Ao corpo pertence o direito de dizer: `É hora de partir". (Rubem Alves)
"Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim"
(Álvaro de Campos)
"Quem é rico em sonhos não envelhece nunca. Pode mesmo ser que morra de repente. Mas morrerá em pleno vôo. O que é muito bonito".
(Rubem Alves)
"Como diz o poeta sagrado, ´para todas as coisas há o seu tempo, debaixo do sol; há tempo de nascer, há tempo de morrer`. Saber viver e também saber morrer. Cada poema se inclina para a sua última palavra; cada canção se prolonga na direção do seu silêncio. Última palavra em que continuam a reverberar todas aquelas que a antecederam: silêncio onde ressoam os sons que o prepararam. Toda a vida é uma preparatio mortis e é por isso que a última palavra e o último gesto são um direito que ninguém lhe pode roubar. Ao corpo pertence o direito de dizer: `É hora de partir". (Rubem Alves)
Os galos ainda cantam nos arredores da minha casa, em Belo Horizonte, que mistura o pacato das cidades pequenas com o movimento das metrópoles. E quando eles cantam, acordam universos dentro de mim. Remontam-me à tranquila Carmo do Rio Claro e os amanheceres da Fazenda Água Limpa. E com o seu canto, a história se refaz em minha mente. Despertam meu pai Edmundo, minha mãe, Nivalda e leva-me para a infância, quando vivíamos todos juntos na Família do Chico Rasgado, como o papai costumava brincar.
Todos os dias, a Família do Chico Rasgado, saía aos finais da tarde pela várzea para passear. Meu pai era um homem tranquilo e tinha uma marca na testa, honestidade, o que legou a toda a nossa família.Como diz o meu irmão,Tião da Lola, nenhum descendente saiu do padrão. Os ancestrais deixaram um caminho aberto de honestidade e bondade, que se reflete na face dos novos Figueiredo Soares Pereira Vilela... Fica aqui a minha homenagem a todos os galos do mundo, que acordam universos em nós e saudades.
"Mas a alma, em meio à ruidosa monotonia da vida, continua a ouvir uma voz que vem nos intervalos. Continua a chorar ao ouvir uma melodia que não havida. Continua a ouvir a fala de um estranho que mora em nós, e que nos visita nos sonhos. Continua a ser queimada elas brasas da saudade de um lar esquecido, do qual estamos exilados. É bem possível que os sapos e as rãs vivam mais tranquilos. Para eles, todas as questões estão resolvidas. Mas existe uma felicidade que só nora na beleza. E esta a gente só encontra na melodia que soa, esquecida e reprimida, no fundo da alma". (Rubem Alves)
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Um médico de coração!
No dia do médico, quero homenagear o nosso saudoso Dr. Luiz Introcaso Neto. Um médico de vocação, de coração, inesquecível presença da nossa infância. Eu lembro-me bem dele chegando quando estávamos doentes, só de chegar, nós nos sentíamos seguros. Ele colocando o álcool e fogo para desinfetar a injeção. O Job Milton contou vários casos do Dr. Luiz. Um deles:
Um dia, sua mulher chegou pedindo dinheiro para comprar alguma coisa. Ele falou: abre a gaveta, está cheia de Deus lhe Pague. Atendia sem pensar em dinheiro, recebia em verduras, ovos e Deus lhe Pague. Com certeza Deus está lhe pagando todo o bem que ele fez por cada um de nós da cidade de Carmo do Rio Claro. Chego a ficar emocionada em ver esta foto, que pesquei no Facebook em boa hora.
Que Deus o tenha onde quer que esteja e que abençoe a toda a família!
Um dia, sua mulher chegou pedindo dinheiro para comprar alguma coisa. Ele falou: abre a gaveta, está cheia de Deus lhe Pague. Atendia sem pensar em dinheiro, recebia em verduras, ovos e Deus lhe Pague. Com certeza Deus está lhe pagando todo o bem que ele fez por cada um de nós da cidade de Carmo do Rio Claro. Chego a ficar emocionada em ver esta foto, que pesquei no Facebook em boa hora.
Que Deus o tenha onde quer que esteja e que abençoe a toda a família!
Além de um excelente médico, homem que praticou a medicina no Carmo como a um sacerdócio. Nasceu em Muzambinho e se formou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1928. Dr. Luis Introcaso Neto era espirituoso. O Job contou algumas dele:
"Dr. Luis, tenho muito medo de morrer. Clamou a paciente.
Ele: muito simples, é só morrer que o medo acaba."
"Ele gostava dos pobres e de fazer gozações. Um pobre doente disse a ele:
- Dr, eu acho que preciso tomar Terramicina.
Dr. Luis respondeu: pra você, é terra em cima"
"A Elvira Baiana tinha um filho e o Dr. Luis estava tratando dele. Um dia, ela chegou ao consultório e disse:
- Dr., o remédio que o senhor deu, não ta fazendo efeito.
- E o que você acha que serve para ele?
Ela então foi citando uma série de remédios e ele anotando. A uma certa altura, Dr. Luis perguntou:
- É só Elvira? Mostrou o papel, agora assina aqui.
- Mas, doutor, o senhor é que o médico...
- Mas foi você quem receitou."
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Parabéns à nova Prefeita de Carmo do Rio Claro
Cida Vilela foi reeleita em Carmo do Rio Claro, com 39,9% dos votos. Em segundo lugar, ficou Juninho Nicolau com 36,8% e em terceiro, o Ângelo Pereira, com 23,93% dos votos.
Desejamos que Cida Vilela faça uma boa prefeitura, que coloque firmeza e a doçura feminina em suas decisões.
Novos vereadores Dr. João Carlos (PT), Jerson (PRTB), Juliano Pão de Queijo (DEM), Marcos Joaquim Batista (PSDB), Carlos Henrique (PMN), Wilber Moura (PPS), Zé Pequeno (PT), Lucas Carielo (PTB), Luiz do Piso (PR).
Desejamos que Cida Vilela faça uma boa prefeitura, que coloque firmeza e a doçura feminina em suas decisões.
Novos vereadores Dr. João Carlos (PT), Jerson (PRTB), Juliano Pão de Queijo (DEM), Marcos Joaquim Batista (PSDB), Carlos Henrique (PMN), Wilber Moura (PPS), Zé Pequeno (PT), Lucas Carielo (PTB), Luiz do Piso (PR).
sábado, 6 de outubro de 2012
Palavras e histórias
As Panteras de boca de sino, década de 70. |
Aí fiquei pensando em palavras. Palavras que, pronunciadas, nos remontam a tempos e histórias passadas.
Blusa de chiffon
Blusa de banlon
vestido azul celeste
, camisa volta ao mundo
, calça boca de sino
verde-limão,
rouge, pó de arroz
. O que foi feito da cor grená?
A camisa Volta ao Mundo era de nylon e super quente, mas foi o top da moda na década de 60. |
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Um ramalhete de flores!
Partiu a Dona Lola, com seus 95 anos. Ela morava na Rua do Cascalho. Era uma mulher de fibra. Gostaria de oferecer a ela um ramalhete de flores, retribuindo a seu gesto inúmeras vezes repetido de marcar sua presença nos velórios, colocando um raminho de flores ao pé do morto. Um recado delicado da parte dela. Tia Lola criou meu irmão, o Tião, que ganhou o apelido de Tião da Lola.Também Madrinha Ana, minha irmã, viveu alguns anos ao lado da dia, quando do falecimento da sua mãe, Maria Leonor, e com ela muito aprendeu.
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