Depois de começar a ler Os Malaquias, romance de Andrea Del Fuego, que ganhou o Prêmio Literaário José Saramago 2011 e descende de família carmelitana, tentei contat-ala pelo Facebook e ela me adicionou e se situou na família carmelitana. Eu mesma não me lembrei das pessoas que ela listou, mas vocês, com certeza vão saber quem são.
"Querida Cleise! Que legal sua mensagem e seu contato. Mande um beijo ao Régis Sou neta do seu Nico no Buracão, faleceu recentemente, assim como o tio Tonho (Antônio, o anão do livro). Eles são parentes por parte de mãe, por parte de pai sou neta de dona Maria e seu Luis Neca, moravam na última casa da rua Bias Fortes. Quero muito ler seu livro, meu endereço é ....Li seu blog, OBRIGADA pelas palavras, é a primeira pessoa que percebeu a citação dos dizeres da bandeira da cidade. Ficamos em contato, adorei te "conhecer". Um beijo enorme".
Quando é que Andrea Del Fuego vai lançar Os Malaquias no Carmo???? |
Eu ia mandar Hortênsia Paineira - Inventário das Águas on-line para ela, mas resolvi mandar em papel. Não gosto de ler no computador, nada como pegar nas folhas de um livro. Sendo assim, esta semana envio para ela o romance da minha história, onde retrato , as tradições, os dramas, os personagens fantásticos da família "Paineira", na verdade, os Figueiredos.
Comecei lendo Os Malaquias e buscando o meu livro lá. O meu pessoal mergulho na hidrelétrica, mergulho de quem viveu aqueles dias. Li ávidamente, buscando o Carmo. Mas o mergulho deu em uma atmosfera do fantástico. Agora, relendo para absorver detalhes, estou vendo a cidade nas entrelinhas do mágico e situando a história em Carmo do Rio Claro e imediações. O livro é simples e poético. Andréa Del Fuego é um orgulho para nós!
Ela mescla com maestria a simplicidade com o mágico, inerente e sempre presente no simples. |
"Os dias iam devagar, engenho azeitado, as horas escorregando no tempo como calda em pudim. Em Nico um vigor foi se esparramando como a calda. Maria tirou a rolha que impedia o trauma de se derramar e secar ao sol..."
As freiras
"A infância ao lado de freiras a adestrou, pernas fechadas ao sentar, modos comedidos à mesa, voz baixa. Escultura de mármore num jardim onde a fonte jorra disciplinada. Leila também podava a fim de ver os frutos conforme mantivesse Júlia de galhos cortados. A menina sangrava a cada corte, mas cicatrizava com paciência e a clorofila tornava a trazer, à flor do pensamento, ideias de alcançar o mundo."
Aí vi as nossas freiras francesas da Congregação Irmãs da Providência, que para aqui vieram em 1904, por obra e graça de Dona Maria Goulart.
"Movidas pelo zelo apostólico, as Irmãs Maria Fernanda, Maria Isabel, Maria Eugênia, Maria Valéria e Maria Marçal se uniram à Mère Rafael e, no dia 10 de junho de 1904, começaram a longa viagem. No dia 28 de junho, chegaram ao Rio de Janeiro, sendo assim, lançadas em terra do Brasil, as primeiras sementes da Providência"
(Anais da Província de Lectoure - Cap.X)
E depois de uma viagem fatigante, elas chegaram ao Carmo e foram recebidas pelo povo carmelitano. Os pequenos Malaquias foram adotados, no livro, pelas freiras francesas. Elas chegaram diretamente em Carmo do Rio Claro e, ali, ensinaram as mulheres a tocar piano, bordar, pintar; refinaram a sociedade e, esta presença na educação carmelitana, de um lado, pelas freiras francesas, de outro, pelos irmãos italianos, foram os fundamentos da esmerada educação carmelitana que ainda persiste nas pessoas e no trato dos turistas na cidade.
Assim começo a percorrer com bastante intimidade as linhas dos Malaquias, reconhecendo meus próprios caminhos.
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