segunda-feira, 18 de outubro de 2010

CASOS DO JÓ!

Esta foto mostra o jardim que Dona Nicotinha plantou em Carmo do Rio Claro e que foi desmanchado para nada, apenas para cumprir o dito um prefeito faz, o outro desfaz. Que saudades do flamboyand do centro da praça, dos pinheiros lindíssimos. Dizem que cada machadada dada em cada árvore, foi um golpe no coração da Dona Nicotinha. O Jó me contou histórias maravilhosas dessa mulher finéssima, culta que habitou Carmo do Rio Claro.
Hei de chorar sempre a perda desse jardim!

UMA JORNALISTA DE PAPEL EM PUNHO...

Nos últimos cinco anos, tenho tido o privilégio de puxar a língua do Jó. Job Milton de Araújo Pereira, meu querido primo, personagem do meu livro (Jasão), da mais fina mente. Foi ele quem compôs, junto com seu irmão Lourenço, o hino de Carmo do Rio Claro e deu os ditos da bandeira,que tem tudo a ver com a história da nossa terra: Flutua, não afunda (em latim)
Sempre que vou visitá-lo, levo um caderno e uma caneta. E foi assim que coletei histórias hilárias do Carmo, personagens engraçadíssimos, espirituosos que habitaram as suas ruas. Criei esse blog com o intuito de dividir com vocês, que amam Carmo do Rio Claro, como eu amo, as histórias, os causos, os casos do JOB.

Em 22 de julho de 2003, perguntei ao Job:

- Assim como o personagem bíblico, você tem paciência?
- Às vezes, nem sempre, depende da hora, da ocasião. Às vezes sou Jó, às vezes sou Milton.
- Quanto anos hoje?
- 75 anos mais ou menos bem vividos.
- O que ainda deve à vida?
- Dizem que para passar pela vida se deve plantar uma árvore, ter filhos e escrever um livro. Estou devendo tudo isso.

Hoje o Job tem 82 anos e já editou um livro - O livro NÃO AUTORIZADO Dos EPITÁFIOS - Encontre o epitáfio certo para seu sono eterno. Por esse livro, recebeu um convite para ir no JÔ. Não aceitou, disse que o Jô iria gozar dele em rede nacional. Eu não tenho tanta certeza! Daria tudo para ver o Jó com o Jô.
Ter filhos a essa altura é impossível. Mas, plantar uma árvore. Que tal prefeita, deixar o Jó plantar uma árvore, ele que tantos frutos plantou de conhecimento em Carmo do Rio Claro
Nesse blog, vou publicar aos poucos os Epitáfios não autorizados do Jó.

UM POUCO DA HISTÓRIA DO JÓ

Jó, na década de 50/60, trabalhou em vários rádios, entre elas, a grande Rádio Difusora Tupi, em São Paulo, onde fez o histórico REPORTERESSO. Fez rádio/teatro.
Conheceu Hebe Camargo, Roberto Carlos , o pai do Vianinha, Oduvaldo Viana Filho, Dionísio de Azevedo, Cassiano Gabus Mendes, Homero Silva.
Ele abriu para mim uma escrivaninha cheia de fotos amarelas. As coisas guardadas sempre me impressionaram. Lá de dentro, tirou a Revista do Rádio de 1950, ao lado de Mazaroppi, quem estava lá - o nosso Job Milton Pereira.

Quando veio Furnas, muitas vidas mudaram, entre elas, a vida do Job, que precisou voltar para Carmo do Rio Claro, para ajudar o pai - Milton de Araújo Pereira - no cartório, cheio de processos movidos pelos fazendeiros pelas perdas para a hidrelétrica.
O Carmo ganhou e muito com essa presença nos últimos 47 anos. Pertenceu ao Rotary Clube, onde recebeu uma comenda especial "Companheiro Paul Harris", a maior homenagem que um rotariano pode receber. Também ajudou sempre a Conferência Vicentina.
Hoje, habita só no casarão da praça. Vale a pena ir lá visitar o Job e aprender muito sobre a história da cidade, sempre num ponto de vista espirituoso e inteligente. Sentirei sempre a ausência da Deolinda, na cadeira ao lado do Sofá, ao lado do Job. Ainda não a vi vazia e já temo esse momento: a ausência de Deolinda, que deve ser ainda mais forte que a sua presença.

Job Milton fez o primário com a dona Delorme. O nome dá uma saudade! Eu nem a conheci, mas o nome eu conheci. Delorme Freire, Maria José Cardoso e Dona Suraia eram as professoras. O colégio se chamava Ginásio Barros Leal. Depois fez apenas o metade do Clássico. "Depois, a vida me ensinou".

Nenhum comentário:

Postar um comentário