sábado, 2 de agosto de 2014

QUEM CONSTRUIU O FÓRUM?

(a capela, construída por Calisto Luppi)
Não só o fórum de Carmo do Rio Claro, como a capela do Colégio Sagrados Corações e a casa da Dona Iracema Benfica. Foi o artista italiano renascentista CALISTO LUPPI, que enriqueceu o patrimônio arquitetônico da cidade. Ele nasceu na Módena, Itália, a 5 de fevereiro de 1883. Filho de Festo Luppi e Eleonora Pezzolli, emigrou para o Brasil em março de 1896, com pais e três irmãos: Ubaldo, Vírio e Dilfe.
A família morou primeiro na Fazenda de José Pereira e depois mudou-se para a cidade, onde nasceram Elvida, Isaura e Rosa.
Calixto Luppi foi cedo para o Rio de Janeiro e lá se preparava para estudar canto na Itália, quando faleceu o seu professor italiano. Em, 1909, decidiu ir ao Carmo, para se despedir dos pais. Essa visita prolongada acabou em casamento com outra imigrante italiana, Anita Guilhermino. O casal teve 14 filhos: Bindo, Alda, Plínio, Nair, Ivone, Bindo, Dora, Norlinda, Zeno, Zélia, Norlinda, Yedda, Nelly e Ênio Leopoldo.

Ele construiu uma ponte sobre o Rio Grande, que está submersa sob as águas de Furnas. Foi arquiteto, pintor, escultor e industrial. Deixou trabalhos espalhados pelas cidades de Varginha, Três Pontas, Areado, Elói Mendes, Poço Fundo, Alfenas, Carmo do Rio Claro, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Na capital mineira, fez trabalhos de arte - santas ceias, decorações em residências, objetos de adornos, imagens, chafarizes. Faleceu aos 78 anos, a 29 de agosto de 1961, em Belo Horizonte, onde foi sepultado.

No livro "Mandassaia", de Ildeu Manso Vieira, onde ele relata a tragédia da chegada a hidrelétrica à região,  ele se refere a Calisto Luppi:
José Alves, personagem principal do livro, fazendeiro do Barranco Alto, perto do Cavaco, foi à obra de construção da hidrelétrica de Furnas conferir se ela estava mesmo sendo construída:

"Ambos pararam o jipe e urinaram fartamente na Ponte Melo Viana, sobre o rio Sapucaí e que ligava os municípios de Guapé e Alpinópolis.
José Alves observou o leito do rio, as pilastras que sustentavam a obra construída pelo imigrante Calisto Luppi, o italiano anarquista e irreverente, naquela obra tão importante para a região. Zeca dos Quiabros, que acreditava piamente na represa de Furnas explicou ao tio:
"É uma pena que as Furna vai tampa esse mundão d´água e cobri a ponte"

Nenhum comentário:

Postar um comentário