sábado, 19 de novembro de 2011

CASOS DO JOB

Pensa bem, que lindo seria o Carmo com o Jardim da Dona Nicotinha.

Viajar pelo tempo é especialidade dos escritores, é especialidade da palavra. Folheando o caderno onde anotei os "Casos do Job", deparei com relatos do Carmo da década de 40/50. Ele respondeu à pergunta: "o que vocês faziam quando eram jovens?"

"Íamos ao cinema. Passeávamos no jardim. Não tinha televisão. Fazíamos teatro. Em 1944, montamos as peças: Feitiço, de Oduvaldo Viana Filho e Onde está a felicidade, de Luis Iglésias. A diretora era a Nicotinha Paiva.

Dona Nicota Paiva era auto-didata, filha do Senhor Quinzinho (Joaquim Paiva), exímio músico, violonista. Ela frequentou muito o Rio de Janeiro e assistiu a muitas operetas. Era estilista, tinha um ateliê ao lado da minha casa. O povo prestigiava. As damas da sociedade ali se vestiam.
Era ela também quem organizava as finas festas do Carmo de então.

Íamos a bailes, animados pelo conjunto do Tetelo, o Carolina Jazz. Depois, eu participei de dois conjuntos - Ases do Ritmo e CRC Ritmos. Deles, faziam parte o Heraldo, o Airton Peres, o Da Silva e o Lelé. Tocávamos em bailes no Carmo e nas redondezas.

Havia na época no Carmo três bandas de música, uma delas se chamava Corporação Musical Nossa Senhora do Carmo."

Eu perguntei: tem banda de música no Carmo atualmente?
Job respondeu na época que não e comentou a frase de um autor, que dizia: "cidade que não tem banda, quero nem passar perto".

Eu pergunto agora: tem ou não tem banda no Carmo?

Gente, que saudades do Da Silva, eu tinha esquecido dele. Quanto à Dona Nicotinha, foi ela quem plantou o jardim de baixo, que foi abaixo, para tristeza dos carmelitanos.

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