sábado, 21 de setembro de 2013

Casos do Job!





Algumas expressões entram para a fala dos povos naturalmente. Em Carmo do Rio Claro, décadas de 50/60, algumas delas fazem parte do acervo de casos do Job. Um dos personagens que legou expressões foi Antônio Negrinho. Veja o relato do Job:

"Ele era parecido com o Grande Otelo, baixinho, muito fino e educado. Criou um bordão aqui no Carmo e até hoje ainda se costuma ouvir nos círculos dos mais velhos. A primeira vez que o disse, estava diante do  seu patroa, que zelava a esposa morta. Ele consolou o viúvo com um tapinha nas costas:
- Cumé que encrenca assim criatura!

Um comerciante seu amigo emprestou a ele uma certa importância. Ele foi pagar e o comerciante não  quis receber. Não, seu Antônio, não precisa não, isso é do senhor, pode ficar com o dinheiro. Ele respondeu:
- Não, faço questão de pagar. Eu quero deixar a minha vida mais consoante".

Morreu ou não morreu?

Outro dito que se popularizou foi a partir da seguinte história. 
"Houve um enterro de Neca Luís (Manoel Luís Marques) e, naquele tempo, usava fazer discurso no cemitério. Um sobrinho resolveu discursar no túmulo e começou:
- Tio Neca morreu, morreu pois aí jaz inanimado. Mas Tio Neca não morreu, porque seus exemplos  ficarão para seus amigos e parentes. Mas Tio Neca morreu... Mas Tio Neca não morreu...
Aí, alguém muito espirituoso, o Chico Monteiro, disse em voz alta:
- Morreu ou não morreu? Se morreu, vamos enterrar, se não morreu, leva de volta.
A partir daí, toda a vez que havia dúvida sobre qualquer assunto na sede do GEC, o Sr. Emídio Marinho, que era funcionário do clube, perguntava:
- Tio Neca morreu ou não morreu?

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