Todo homem tem na vida
Uma porta
aberta
uma varanda de
sombras
E uma mulher
andante
Louca e perdida
pelas ruas da cidade.
O barbeiro.
O contador de
piadas.
Todo homem tem
inverno
Saudades
E sombra de
paineira aconchegante
E garça branca
no azul das águas.
Trago nos
ombros
A gravidade da
missa do galo
O sino da
Igreja Matriz
E nenhuma
serpente.
Vestidos de
algodão
Trapos e homens
de cócoras
Sorrisos sem
dentes
Escancarados
feito ventre de mãe.
Habitei minha
infância à rua XV de Novembro
Atrás do
Colégio das freiras
Ateei fogo em
fósforos fluorescentes
Brinquei de
boca de forno
Pique-no-ar
Mãe da Rua
E cavalinhos da
“Oropa”.
Todo homem tem
uma rua
Uma casa
E uma saudade
grande
Arquivada e
tatuada no M de sua mão.
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