Da última vez que fui ao Carmo, o Job me disse que havia mais personagens para o livro "Risos do Carmo". Grande parte de nós não conhece, nem ouviu falar. Mas são carmelitanos e um dia existiram pelas ruas enfeitando os dias com a sua "loucura" e diferença. Senti no Job uma premência de registrar. Aí estão eles.
PITIS
Uma figura! Era um homem
alto. Morava na Rua do Porto. Conversava sem olhar para as pessoas. Tudo o que
a gente falava, ela repetia.
ZÉ BEM
BÃO
Alto, magrelo, de
pescoço comprido. Falava fino. O jeito de ser dele era engraçado. Não sei casos
dele. Deixo registrada a referência à sua figura.
PÉ E
LOMBO E CASSIANO
Não cheguei a
conhecê-los. Eram populares no tempo dos meus avós.
MARIA
GORDINHA
Era baixinha, gordinha, doidinha, não bolava nada.
Morava no Bairro Santo Antônio.
NHÊ
Uma negra muda. Morava no fundo de uma casa na Várzea.
Se alguém mexia com ela, fazia gestos de cortar o pescoço e sinal de cadeia, também levantava o vestido . A característica dela era a seguinte, só falava nhê, nhê,
nhê.
LUCINDA
Baixinha, morena escura, falava tudo enrolado. Tudo o
que ela ganhava colocava nos seios: feijão, arroz, ia guardando. Repetia: Bem
bão! Bunito memo!
BRÁZ
Ê, mandioca boa - ele gritava pelas ruas. Bráz era negão de pés aleijados, que
usava sempre numa precata (alpercata) de sola de pneu. Dava um grito que toda a cidade
ouvia. Preto retinto. Morreu no asilo. Era muito querido de todos. Para as
mulheres ele dizia: Ta boa patroinha?
MÃE
DO MOITÃO
Era uma benzedeira conhecida por Dona Maria. Alguém
foi lá e perguntou: Dona Maria, a senhora benze pelado? Ele se referia àquela
doença que dá no couro cabeludo.
ZÉ RUÃO
Era pedreiro. Sei de um caso engraçado dele. Era aluno
do Grupo Escolar Coronel Manoel Pinto. A professora mandou a classe fazer uma
frase com a palavra suíno. Ele fez: O suíno foi à missa.
JOÃO
CESÁRIO
Era guarda da prefeitura e vigiava a praça. O Zolino
falava grosso, estava meio tonto, urinando. João Cesário chamou-lhe a atenção.
- Quanto mais alta a árvore, mais bonito o tombo.
BASILEU
Muito popular, morou na Vila Vicentina. Tinha uma das mãos aleijada e estava sempre com um porrete na mão. Se alguém mexia com ele, ameaçava com um porrete. Ficava sempre perto da Igreja Matriz sentado na lateral. A mãe dele foi pajem do Dr. Paulo Sawaya, grande cientista carmelitano, Tia Dalica contava. Tinha estatura média, moreno claro. Usava um chapéu de palheta redondo.
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