sábado, 14 de setembro de 2013

MEMÓRIA - Personagem Inesquecível!

A Vaninha, da WS, que levou o artesanato do Carmo para o Brasil e exterior. Que criou maravilhas de suas sagradas mãos de tecedeira. Uma querida amiga, sempre tão bem humorada.

 Realizou na Fazenda Água Limpa um evento histórico, poucos meses antes de sua partida. Homenageou os negros, ali representados pela Família Alcântara, fazendo com que entrassem pela porta da frente, onde foram recebidos pela família. E os "brancos" pelo porão, onde fez um caminho de velas. Houve a missa cantada, antes da Família Alcântara alcançar a grande escada, ao lado da fazenda e cantar as músicas de raiz negra. Um dos chãos foi enfeitado como nas procissões.

 Neste dia, vieram visitantes italianos, que iam fazer um intercâmbio do Carmo com o artesanato de lá. Eles ocuparam a cozinha da Fazenda Água Limpa e ali, fizeram um autêntico macarrão. Enquanto, no fundo, chegaram os tropeiros, vestidos à caráter, com suas capas, que mais tarde, estenderam no chão para dormir. Fizeram café com rapadura e feijão tropeiro, lá embaixo. Para completar, as delícias da cozinha carmelitana com suas quitandas, doces e iguarias finas. Tem um toque europeu nesta elegância carmelitana, as freiras francesas educaram as mulheres e os irmãos italianos, os homens.

Convidados importantes

Entre os convidados, um representante da ONU e a mais tradicional família quatrocentona paulista, entre eles, a mãe do Luciano Hulk. Não tenho as fotos, mas minha irmã, Ana Maria deve ter, vou pedir. Mas disse a Tata, minha outra irmã, que foi um momento sagrado e emocionante. A fisionomia das pessoas reflete isto. À noite, o funcionário da ONU chamou Tata e disse-lhe: por que não transforma isto em um hotel? Não precisa fazer nada, quero trazer meus filhos aqui do jeito que está. Então, Ana comprou cobertores, consertou a fiação elétrica, depois de um sonho onde Tata via a casa pegando fogo. Eu mesma, inúmeras vezes, antes desta reforma que transformou em nova a Fazenda Água Limpa, eu sonhava com suas paredes caindo. Era um constante pesadelo. Joaquim e Toninha começaram a reforma da casa. Há um ano e meio, chegou a Valerinha, minha sobrinha, que trouxe de São Paulo muita experiência e está ajudando a impulsionar a fazenda que, hoje, está completamente reformada. Linda! Está aberta à visitação programada.

Mas, voltando à Vaninha. Foi ela a responsável por este momento sagrado e mágico que abençoou a Fazenda Água Limpa. Uma das maiores responsáveis pela visibilidade do artesanato do Carmo. Pelo aprimoramento da técnica. Uma vez, ela me exibiu um mostruário de tecidos que havia criado. Havia tecido em finos fios de seda, criou peças maravilhosas, em pequenos pedaços.

Pergunto ao João Antônio, meu querido, que está aí na foto com a mãe: cadê este mostruário? Ela partiu e deixou ainda obras de arte para serem desvendadas. 

4 comentários:

  1. Cleise, lindo o texto que fez sobre a minha mãe! E sobre sua pergunta, tenho um baú onde guardo divesas memórias da minha mãe, inclusive amostras que ela desenvolveu. Sempre que abro esse baú descubro algo novo. Grande bjo forte abraço!!!

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  2. Cleise, você me emocionou trazendo essas cálidas lembranças de nossa amada Vaninha. Eu adorava a Vaninha, vendia o artesanato dela pelo Brasil afora nas minhas andanças pelo Nordeste do Brasil e ela sempre animada e alegre separava as peças e quando alguma voltava com defeito nem fazia conta. Vaninha era uma daquelas pessoas que deveriam ser proibidas de nos deixar. Onde quer que esteja receba todo nosso agradecimento por ter tornado nossa existência mais rica, e todo nosso amor!
    Carla Soares

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