domingo, 23 de novembro de 2014

Neblinas da Água Limpa


Hoje o dia está para esta foto. Uma chuvinha gostosa e continuada. A chuva sempre me lembra meus tempos de criança. Logo depois da chegada da água, chovia cântaros. Dias enfiados e sem luz. Era relampear para a força cair. Dias inteiros dentro de casa. A criançada jogava dama, ping pong, dicionário... Ou líamos debaixo das cobertas. Era a chuva começar e os trovões a retumbar, para a Elisa, nossa mãe mulata, ir acender palha benta e rezar para Santa Bárbara! São Jerônimo! Meu avô paterno, pai da minha mãe, o português Pedro Pereira tinha pavor a tempestades e raios e se escondia debaixo da cama.

Quando a chuva era na fazenda, aí sobrava para os casos ao pé do fogão de lenha, de preferência, de assombrações. Na fazenda, grande, dava para brincar até de pique. Os dias era mais tristes. Eu sempre gostei do dia de cara emburracada, sempre achei mais inspirador.

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