sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

OS NOMES DAS RUAS

Vista parcial do Carmo, ainda com dois coretos. As árvores pequenininhas. Nenhum carro nas ruas. De fato, era pacata.
Olha aí o Cascalho, a igrejinha no pé da Serra da Tormenta. Hoje há ali uma pracinha, a igreja está restaurada e as casas se esparramaram ao redor.
A Wenceslau na década 60/70, ainda com a casa da da. Maria Goulart.
O Bar XV de todos nós ficava no final da rua XV de Novembro.

Rua do Sapo... rua Morta... os de hoje nem conhecem essa rua por esse nome. Nem eu sei o nome dessa rua. Descendo da praça a rua do Carmo Hotel, pega à esquerda. Aquela era a rua Morta. Ali uma mulher foi assassinada. E nuns tempos tão pacatos, assustada ficou a cidade. Isso matou a rua, naquele tempo. Andando mais adiante, passamos pela casa do Zé Ganguinha e andando um pouco mais chegamos ao fundo da casa do Padre Mário. Ali, nas madrugadas, ouvíamos uma ladainha comprida, um verdadeiro mantra cobria aquela rua, naqueles tempos. Era o nosso cego Sô Chiquitinho rezando. Íamos pegar o caminhão de leite do Armando para ir para a Fazenda Água Limpa, às quatro da manhã e aquela ladainha nos assustava.

Wenceslau, hoje rua de toda as festas e que agora no carnaval, vai bombar! O Aguenta (melhor de tudo para nossa geração) vai cobri-la com marchinhas. Lá em cima, na Pipoca, o axé, o funk, o que a moçada gosta. E no abadá (a roupa lá no Carmo virou nome de lugar) a nata. Haja $ para o abadá.

A propósito: quem foi Dr. Monte Razo? A rua em que vivi minha juventude. Onde ficava a hoje lendária para nossa geração, Casa da Nivalda.

A infância eu passei na rua Camilo Aschar. Mas naquela época, a rua se chamava XV de Novembro. O Camilo morava na esquina com sua mulher Elvira e duas filhas. Ele tinha uma venda. Era um homem muito educado! Ali moravam a Salete e o Marquinho, filhos da Dona Alcina e do Sr. Humberto. Dona Alcina era quem fazia todas as nossas roupas. Lá, tinha a barbearia do Roquinho. Nós ficávamos brincando na cadeira de rodar. Do outro lado, ficava o Sô Túlio, onde comprávamos picolé e lança perfume, quando ainda não era proibido, latas douradas e prateadas. Na frente, ficava sempre sentado, o Modesto. A criançada brincava: Modesto, cadê o resto? Só pra ver ele ficar zangado! Estacionada na frente, a jardineira do Batista. Quando eu passava por lá, tirava a trampa e cheirava a então cheirosa gasolina.

A Rua XV de Novembro fica atrás do Colégio das Freiras.

Ali também morava e ainda mora a Henriqueta. O Lourenço já partiu. Ele é um dos autores do hino do Carmo(o outro é o Job Milton) Ali, na casa deles, assistimos a primeira televisão de Carmo do Rio Claro. A Tupi, que chegava entre chuviscos para um monte de pessoas ao redor, vendo a novidade. Depois, papai comprou uma e aí pudemos assistir as primeiras novelas: A Gata. Se o Mar Contasse...

JUSTIÇA SEJA FEITA!

Comecei a falar de ruas porque acho que algumas pessoas merecem ter nome de rua em Carmo do Rio Claro.

Meu pai, Edmundo Figueiredo Soares, por exemplo. Foi um dos fundadores da cooperativa de leite de Carmo do Rio Claro,vicentino, vereador e presidente do GEC.

Minha mãe, Nivalda Pereira Soares, em sua humildade (se ela estivesse viva, não gostaria que eu fizesse esse pedido, mas ela partiu e precisa permanecer viva na memória de Carmo do Rio Claro). Foi uma benemérita. Ajudou a reabrir o Lar Nossa Sra. do Carmo - que ainda hoje funciona - foi vicentina e por vinte anos andou pelas ruas do Carmo com um papel na mão arrecadando dinheiro para o Natal das crianças pobres. Ao final, os presentes chegavam até à área rural. Foi também Ministra da Eucaristia.


2 comentários:

  1. A foto do Colégio das freiras é Praça D. Maria Goulart

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  2. Concordo plenamente. Foram pessoas de muito destaque em nossa cidade.

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