segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Meus caminhos na literatura!


Durante vinte anos ou mais fiquei escrevendo partes do livro inédito "Hortênsia Paineira - Inventário das Águas", onde eu visto a história de Carmo do Rio Claro de literatura, onde ela se transforma em Senhora do Carmo. A cultura da cidade é pano de fundo para uma narrativa que se inicia lá nos tempos do Rio Sapucaí, antes da chegada da Hidrelétrica de Furnas, onde morava Hortência Paineira, personagem inspirado na minha avó Alice. As irmãs Líria, Margarida, Rosa foram inspiradas nas irmãs dela. A primeira parte conta a história de Izolita, reinventa a história de Izaura, uma irmã da vovó que morreu jovem, louca. Depois, relato a historinha romântica do encontro do Vô Soares com a Vó Alice, ele, lá do Rio de Janeiro; ela, aquela mocinha pudica do interior. Depois, conto sobre os filhos da velha Hortênsia. Em seguida, contou a chegada da Hidrelétrica, com todo o inconsciente coletivo que envolvia a "tragédia anunciada" e A Volta de Hortênsia Paineira. Este livro será o segundo a ser lançado.

Depois que desocupei de escrever Hortênsia Paineira, passei a escrever contos. Quando vi, havia feito 25 contos com nomes de mulheres, no livro 'Essas Mulheres de todos os Tempos'. Veio então uma história interessante. Criei a escritora Izolita Teixeira Pereira de Sá (aqui homenageando as raízes da família da mamãe - Pereira e Teixeira) que criou os contos e fez uma roupa para cada personagem. Depois, os colocou em um closet. As roupas são vivas, tem o potencial de existir. A sobrinha Izaura passa a vestir as roupas e a vestir os personagens. Confesso que ficou bastante interessante. Há ali vários dramas femininos e os homens nem sempre ocupam bons papéis, assim como na realidade. Nada foi intencional. Somente conto o que vivi, vi ou ouvi.

Pretendo lançar mais adiante em São Paulo, Carmo do Rio Claro, Belo Horizonte. Prestigie esta carmelitana que se lança no mercado de escritores de forma independente, adquira O LIVRO DE VESTIR, e quando eu me encontrar com você,  autografo. 

Este é O LIVRO DE VESTIR. 
Lancei-o no dia 27/9/2016 na Internet, via CLUBE DOS AUTORES. No site, você compra o livro impresso, que é entregue em sua casa, via cartão de crédito ou compra na versão E-Book. 

http://bit.ly/olivrodevestir_


ESTOU DE VOLTA

Estou de volta ao blog Senhora do Carmo com minha histórias, com suas histórias. Vou de novo abrir a caixa do tempo e voltar os olhos para Carmo do Rio Claro. Vou ficando por aqui, em Belo Horizonte, com muitas tarefas e voluntariados ao qual me lanço, acabo não tendo tempo para ver e visitar esta cidade, fonte de toda a minha literatura, meu útero, minha terra natal. Quando piso nestas terras eu me alimento. Toda segunda feira, postarei novas histórias. 

Fazenda Água Limpa

 Tive o enorme prazer de crescer em uma fazenda centenária, a Fazenda Água Limpa. Suas paredes de pé de direito alto, as pedras dos muros, as telhas, o chão; tudo ali é visceral em mim. Ela e o Carmo são cenários para a minha literatura e, ali, eu bebi de uma rica fonte.

Por muitos anos, entrevistei Job Milton Figueiredo Pereira, uma mente lúcida. De lá, retirei muitas histórias, grande parte delas estão aqui neste blog. Ele mora ao lado da Igreja Matriz e sempre vou visitá-lo. É um prazer conviver com pessoa  tão interessante e extremamente espirituosa. No livro Hortênsia Paineira ele aparece como Jasão. 

Descendo de uma família de pessoas inteligentes, que gostam de ler. Então, desde pequena tive contato com a literatura. Lá nos confins de Minas Gerais, para nós chegava a revista O Cruzeiro e a 'Seleções Reader's Digest', que nos distraiam e traziam o mundo para a roça. No rádio, o ReporterEsso. O Jó Milton foi locutor do ReporterEsso. Eu me lembro do meu pai ouvindo o programa no rádio e da música que o anunciava. Também ouvíamos no rádio a novela 'Jerônimo, o Herói do Serão' e o programa 'Balança mas não Cai'.

Quando era pequena, minha irmã, Tata (Maria do Carmo Vilela Soares) me colocou em contato com a magia de Monteiro Lobato, O Diário de Dani, Poliana. Vovô recebia pelo correio, atrasado, o Correio Brasiliense. Nas mesas de família, bate-se um bolão, discorremos e trocamos ideias sobre os mais diferentes assuntos. Também, adoramos contar casos, ouvir casos. Tenho grandes contadores de casos na família, o Joaquim, o Tião, o Job Milton...
Na foto, Joaquim José, o saudoso Tom Figueiredo e Tião da Lola, faço ideia os causos que rolaram.
Aliás, contar casos é uma vocação carmelitana. Temos hoje um grande contador de casos, o Coró, Paulo Ferreira, filho do Tãozinho do Cine Guarani.
Duas saudades: o Tãozinho e o Brás.
VEIA LITERÁRIA

A veia literária me veio de todos os lados. Dos Pereiras da minha mãe, há tios e primos que fizeram poesias. Seu irmão, meu tio Nilton,morreu tísico entre poesias em um hospital para tuberculosos em São José dos Campos. A Rosalda, de Barro Preto e o Tio Antônio também ensaiavam poesias.
Família Pereira
Aniversário de 90 anos da Vó Alice, na Fazenda Água Limpa


 Vó Alice, mãe do meu pai, escrevia com fluência. Quando alguém tinha dificuldades para escrever,ela dizia: é só escrever o que pensa.Ela fez duas poesias, em uma delas, alcançou a maestria. Foi obrigada a declamá-la até a morte. Mas, ao final, falava mecanicamente sem nenhuma emoção, sem a emoção que a gerou quando, longe do Carmo, morando no Rio de Janeiro, desaguou de saudades do Carmo.

"Saudosa terra em que nasci
Que mal te fiz que me obrigaste a separar de ti?
Nesta terra que se diz maravilhosa,
sinto-me exalada,
Quero que meu último suspiro
seja em teu seio, ó terra amada.

Revejo palmo a palmo os seus encantos, 
a sua calma que mais parece magia
e contemplo a igrejinha branca,
balbucio uma prece: Ave Maria!

E nesta prece que dirijo sempre
a esta mãe, que é o meu conforto,
espero retorne a minha embarcação
a este saudoso e almejado porto.

Contemplo minha mãe velhinha
Resignada em seu leito branco
Distante, mergulho em pranto.

Ai que saudades dos meus netinhos,
que eram a alegria do meu viver
que, com suas graças e tagarelices,
não davam tréguas a entristecer.

As badaladas deste sino amigo,
chamando os fiéis à oração
são como orvalho 
que alimenta a planta
revivendo a saudade no meu coração.

POESIA EM BH

Sempre escrevi, mas foi na adolescência que comecei a ter diários e a dialogar sobre o mundo. Tive o impulso de uma grande professora carmelitana, a Lúcia Carielo, que muito me incentivou a escrever. Ela propunha temas interessantes nas redações. Lembro-me que quando ela anunciava, Redação, era uma festa, eu podia viajar.
Lúcia Carielo e o diretor de teatro Gabriel Vilela, carmelitanos de valor.

 Depois comecei a escrever poesias e a me enturmar com os poetas de Belo Horizonte. Frequentava o Bar do Lucas, no famoso Maleta, onde sempre estavam Paulinho Assunção, Adão Ventura, Régis Gonçalves, Alexandre Marino, Carlos Herculano Lopes, Murilo Rubião etc.
Aí, sentada, com o grupo de poetas. Saudosos tempos!
Mascarados, invadimos os bares no Dia Internacional da Poesia.

Estudava jornalismo nesta época e, com os amigos poetas, participamos do Dia Internacional da Poesia, com uma intervenção nos bares. Chegávamos mascarados (hoje seria impossível, achariam que somos ladrões) com blusas listadas, onde furamos o lugar do olho. Depois cada um retirava a máscara e falava parte de um poema. Há pouco, Alexandre Marino postou a foto de nosso encontro para seleção de poemas na casa do Wanderley Gomes; foto reproduzida em um blog de lembranças da literatura em Minas. Fiquei envaidecida,entrei para a historia. 

RECORTES DE HORTÊNSIA PAINEIRA
Rio Sapucaí antes das águas, quando se juntaria ao Rio Grande, Rio Claro etc para virar o enorme Mar de Minas.
Hidrelétrica de Furnas

JK sonhou e fez Furnas.
A água chegou pra ficar.
E SÓ PRA LEMBRAR>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>




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