Aí está a " Casa da Nivalda ", como era conhecida na década de 70. A casa - que fica na rua Dr. Monte Razo - era super animada e jamais fechava. Mamãe foi fechar pela primeira vez a porta à chave, quando foi de mudança para Belo Horizonte. Quantos da nossa turma da década de 70 frequentaram a "Casa da Nivalda"! Havia sempre um chafezinho (uma vez comentaram sobre o café: eu não gosto de chá, mas este está tão gostoso! Era mesmo uma água de batata!) quente na cozinha. Moravam na casa meu avô Soares e minha avó Alice, minha mãe e seus sete filhos, o Joaquim/Toninha e filhos, o Sr. Joaquim (pai da Toninha) e a nossa querida Elisa. Depois que o movimento acabava no Bar XV, toda a turma ia para o alpendre da Casa da Nivalda. E ela ficava fazendo pipoca a madrugada toda, tricô e preocupada com as risadas da turma, que poderiam acordar os que estavam dormindo. Muitos bons tempos
Uma vez, um namorado alemão de minha prima Graça, que morava em São Paulo, disse para ela: - Não me interrompa, vou assentar aqui na porta e anotar quantas pessoas entram nessa casa. Isso é folclórico!
Hoje, numa das casas funciona a loja da Associação de Artesãos e a outra, foi reformada por sua proprietária, Ana Maria Vilela Soares, que fica ali quando passa dias em Carmo do Rio Claro.
A propósito: quem foi Dr. Monte Razo?
VEIA LUSITANA
REFLEXOS
Todo homem tem na vida
Uma porta aberta
uma varanda de sombras
E uma mulher andante
Louca e perdida pelas ruas da cidade.
O barbeiro.
O contador de piadas.
Todo homem tem inverno
Saudades
E sombra de paineira aconchegante
E garça branca no azul das águas.
Trago nos ombros
A gravidade da missa do galo
O sino da Igreja Matriz
E nenhuma serpente.
Vestidos de algodão
Trapos e homens de cócoras
Sorrisos sem dentes
Escancarados feito ventre de mãe.
Habitei minha infância à rua XV de Novembro
Atrás do Colégio das freiras
Ateei fogo em fósforos fluorescentes
Brinquei de boca de forno
Pique-no-ar
Mãe da Rua
E cavalinhos da “Oropa”.
Todo homem tem uma rua
Uma casa
E uma saudade grande
Arquivada e tatuada no M de sua mão.
Cleise Soares
Quanta estória qua tá riqueza e memória tem esse blog. Eu nem acredito q encontrei algo tão rico como isso, não sou carmelitano infelizmente, e também muito jovem para compartilhar de memórias e costumes como os descritos nesse blog mas amo Carmo do Rio Claro e você só deixa a cidade mais encantadora compartilhando essas estoria. Obrigado!
ResponderExcluirPs: minha cabeça ferve de ideias sobre essa " casa dá nivalda"