Nessa coluna quero homenagear meus antepassados portugueses que me legaram - e a meus irmãos - a veia poética, o dom para as palavras. Meus tios João, Antônio, Nilton e a prima Rosalda - que fizeram poesias pela vida. Os Pereiras. Mas essa veia poética vem também da minha avó Alice Figueiredo que escrevia com facilidade. Quando perguntavam para ela, como é que você escreve assim fluentemente. Ela respondia: é fácil, é só escrever o que você for pensando. Mas para isso é preciso pensar poesia. Meu irmão Edmundo Figueiredo Soares Júnior, para alguns Edmundinho, para os sobrinhos, Tio Ed, também tem palavras poéticas percorrendo as suas veias. Hoje, o espaço é dele:
MEDIANIDADE DESCARTADA OU DESCARTES REVISITADO
Sonho... logo desisto.
Desisto da mediocridade de uma vida de certezas.
Resisto ao apelo fácil do óbvio.
Insisto na invenção do único.
Dispo-me da ilusão do cômodo.
Invisto na descoberta do atípico.
Arrisco viver para experimentar.
Petisco os sabores que a vida tem a oferecer.
Cisco o que a vida teima em esconder.
Belisco cada braço de caminho a fazer.
Risco a hipocrisia que insiste em se fazer valer.
Lixo-me para opiniões que não tem nada a ver.
Portanto, hoje, vivo, logo existo.
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