sábado, 12 de janeiro de 2013

JOÃO FELPUDO

Ficamos conhecendo estórias universais no livro de Lúcia Casassanta As Mais Belas Histórias. Foi no tempo de meus estudos no Grupo Escolar Cel. Manuel Pinto.  O prédio desta escola foi construído pelo Cel. Manuel Pinto, entre 1910 e 1912. O terreno para construção foi doado pela Câmara Municipal, cujo presidente era Dr. Casemiro Sena Madureira. Criado pelo decreto nº 3765, de 2 de dezembro de 1912. C

Ilustração da primeira edição de João Felpudo.
Quando o médico psiquiatra, pensador liberal e intelectual Heinrich Hoffmann (1809-1894) quis providenciar um livro como presente do Natal de 1844 para o filho mais velho Carl, de três anos, teve muitas dificuldades – como contou no texto reproduzido em posfácio desta edição. E quando então resolveu ele mesmo escrever e ilustrar um, nem com toda imaginação previu que Der Struwwelpeter se tornaria um dos maiores best sellers da literatura infantil de todos os tempos.

Publicado por insistência dos amigos no ano seguinte, com uma edição de 1.500 exemplares, Der Struwwelpeter iniciou uma brilhante carreira editorial em seu país natal, a Alemanha: em 1876 estava na 100ª edição, em 1898 na 200ª, para chegar a mais de quinhentas só em alemão; ganhou muitas paródias e adaptações (sobretudo de cunho político); e traduções em cerca de 40 línguas, inclusive para o português brasileiro, com traduções dos séculos XIX (relatada por Hoffmann no mencionado texto de 1871) e XX.

Em 2009 foram comemorados os duzentos anos de Heinrich Hoffmann, o autor.

A estória do João Felpudo
Era uma vez um menino que vivia sozinho. Seu pai trabalhava durante o dia e mãe ele não tinha. Por isso, Joãozinho vivia sozinho e era uma criança triste e desiludida. Ele não tinha ânimo de tomar banho, de cortar e pentear os cabelos, de cortar as unhas. Vivia descalço e sujo pelas ruas. Amigos ele não tinha porque ninguém suportava ficar perto dele por causa de sua sujeira. Ganhou, por isso, o apelido de João Felpudo. 

Um dia, ele saiu à procura de alguém para brincar. Como não encontrou ninguém, ele chamou um gatinho que passava:

- Gatinho venha brincar comigo. Eu estou tão sozinho!

O gatinho respondeu:

- Eu não! Veja meu pelo como está brilhando! Você está sujo e mal cheiroso e vai emporcalhá-lo.

Dizendo isso, o gatinho foi-se embora, deixando ali, triste, o Joãozinho.
Nisto, passou correndo um cachorrinho. Joãozinho se animou e gritou:

- Ô cachorrinho, venha brincar comigo.

O cachorrinho já estava longe, mas ainda falou:

- Eu não! Acabei de tomar banho e você vai sujar meu pelinho!

Joãozinho já estava quase chorando e resolveu procurar um amigo em outros lugares. Passando perto de uma lagoa, viu um lindo patinho amarelo que nadava tão feliz!
Ele criou alma nova e foi logo dizendo:

- Ô patinho estou sem amigos e quero brincar. Você brinca comigo?

- Eu não, respondeu o patinho. Veja minhas penas. Acabei de lavá-las e elas vão se sujar, se eu brincar com você!

Desolado, Joãozinho voltou para casa. No caminho encontrou com alguns porquinhos que cantavam pela estrada. Quando viram João Felpudo, logo correram para o seu lado, chamando-o para brincar:

- Ô João vamos brincar? Vamos rolar na lama?

Joãozinho começou a correr, chorando:

- Com vocês não! Eu não brinco com porquinhos!

- Por quê? Você é nosso amigo. Você é sujo como nós! Venha!

João Felpudo corria o mais que podia e chegou à sua casa. Ele chorava tão alto que a fada madrinha escutou e veio em seu socorro:

- O que foi João? Por que chora?

- Soluçando, João respondeu:

- Ninguém quer brincar comigo. Nem o gatinho, nem o cachorrinho, nem o patinho. Só os porquinhos sujos de lama querem brincar comigo! Com eles eu não quero!

A fada ficou com tanta pena de Joãozinho que se prontificou a ser sua mãe. Deu-lhe banho, cortou-lhe os cabelos e as unhas, vestiu-lhe roupas limpas, calçou-lhe sapatos. E João ficou lindo e cheiroso!
Ele saiu para a rua e, então, apareceram os bichinhos para com ele brincar: o gatinho, o cachorrinho e o patinho. E João sorria de felicidade!
   

6 comentários:

  1. Como eu adoro essas histórias...Cleise , acho que você pode me ajudar...Há anos venho tentando conseguir o texto da história "Emengarda e seu guarda-chuva", não tenho bem certeza se o nome era exatamente assim, mas acredito que essa história também seja de um dos livros "As mais Belas Histórias". Eu a ouvi quando estudava no Colégio das irmãs, aqui no Carmo, e lembro-me que fiquei com muita pena da protagonista...Ela vai a uma festa de aniversário e joga docinhos dentro do guarda-chuva, pra levar pra casa, mas na saída começa a chover e ela tem que abrir o seu guarda-chuva, daí...dá pra imaginar o resto, né? Se você puder me ajudar nessa busca ficarei muito grata. Gosto de contar histórias para meus alunos e penso nessa sempre, mas não sei os detalhes dela. Abraço. Tetê

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  2. Tetê vou pesquisar para você. Obrigada pela visita.

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  3. Cleise fui alfabetizada com esse livro. Penso que a historia q vc esta procurando seja Evangelina Angélica e sue guarda-chuva

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  4. ESTE LIVRO, ESTAS HISTORIAS...QUEM CONHECEU NÃO ESQUECE...

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  5. Amei a história! Estava lembrando que o Joao Felpudo era amigo do Joao Jiló. no meu tempo de criança tinha umas histórias que o Joao jiló não tinha regras sociais/religiosas...então em pleno dia de sexta feira da paixão ele resolve comer carne e cortou a cabeça do galo e na mesma hora o galo voou para a torre da igreja e ficou morando lá e toda manhã . No entanto João Jiló era assobrado pelo galo sem cabeça que lá de ciam da torre todas as manhãs gritava "DOI DOI JOAO JILÒ" Com isso ele enlouqueceu de tanto ouvir o galo gritar do alto da igreja de madrugadadia.
    Moral da história nunca mais o pobre homem teve sossego, se arrependeu de comer carne em dia santo !

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  6. Sou alfabetizadora a 28 anos amo essa hitoria e o banho de papel pra trabalhar higiene...

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