quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

E A SALA NEM FEZ FALTA!

Tom Figueiredo com Tião da Lola.
A fazenda preserva tudo como antes.
A Casa, antes de ser restaurada e suas 39 janelas, patrimônio cultural.
'SALA DE VISITA DE MINEIRO (COZINHA). ALGUÉM SENTIU FALTA DA SALA?"
O Reveillon 2013 foi na cozinha da Fazenda Água Limpa e colocamos esta inscrição na parede. A cozinha foi toda enfeitada em chita e luzinhas coloridas. Família reunida, recebemos a honrosa presença do primo Tom Figueiredo, filho de Job Figueiredo, irmão da Vó Alice. Tom reside em São Paulo, onde é reconhecido como um grande publicitário; escreve também para O Estadão.

Em volta da mesa, muitos casos rolaram e muita risada. Esteve presente também a Maísa Peres, que tem um refinado senso de humor. Carmelitano é bom contador de causos e repassa assim a tradição oral do nosso povo. No Carmo, existiram personagens interessantíssimos e engenhosos na criação de situações engraçadas. Passaram por lá o Antônio Zacarias, o Gabrielzinho, o José de Arimatéia, entre muitos outros. Cantamos velhos sambas, ao som do violão do Beto (Gilberto Carvalho, filho do Joaquim), o mantra oficial da família - viver e não ter a vergonha de ser feliz.... e contamos, ainda, com a voz do Tom, em capela e mostrando que não sai do tom. Eu fiz um oráculo. Dentro dele, frases recortadas das revistas e que coincidiram com fatos e circunstâncias da vida das pessoas. Levava, também,  pequenos retalhos de histórias de família coletadas com o Job Milton.

O Natal foi no Tião da Lola, Pousada da Mavi. Contou com os queridos filhos do Tião, André, Aline e Alexandres, outros sobrinhos, primos e irmãos. Fiz um presépio igualmente o que era feito em casa, antigamente.

O Reveillon no Carmo ofereceu várias opções. O mais caro foi no Varandas da Montanha que, segundo a nossa colunista Nana de Minas, contou com ótimo buffet e música de qualidade. Teve reveillon no GEC, no Pontal do Lago, na Celenice (este para os clientes do Hotel Fazenda Tormenta). Os chalés do Pontal foram alugados pelos "asa", amigos do Batata, marido da minha irmã, Fatinha, cerca de 80 pessoas Contou com os melhores fogos da região, 12 minutos de luzes e cores; a festa foi à fantasia. Ali perto, na Pousada da Mavi, a turma da Rani Figueiredo, filha da Fatinha, realizava outra fez para seus amigos - 18, que vieram de Jundiaí.

Da Fazenda Água Limpa, só vimos clarões atrás das montanhas. A Fazenda, durante o período que estivemos lá, recebeu várias visitas, pessoas de Barro Preto, antigos colonos, amigos de São Paulo; todos assinaram o livro de presença à entrada da casa. Puderam conferir as paredes da casa, construídas em pau a pique. Foi retirado um quadrado de tinta da parede, deixando a mostra o trabalho do pau a pique. Qual não foi a surpresa, ao retirar e ver que mostrava dois tipos de construção diferente; um amarrado com cipó e outro com parafuso. Ali, logo na entrada, esculturas de negras e negros homenageiam os construtores da grande casa. Histórias de assombração permeiam as conversas. Recentemente, um dos "asa" viu um homem balançando na cadeira de balanço... Estas histórias apimentam ainda mais os dias na Água Limpa.

A Casa está quase totalmente reformada, o entorno começa a passar por reformas também. As paredes, antes amarelas, hoje estão brancas e as janelas, antes vermelhas, hoje estão azuis.Ainda perduram por lá muros de adobe, muros de pedra, paineiras centenárias, grandes porões com morcegos, um verdadeiro acervo histórico. Para firmar um dos quartos, foi construído debaixo do porão um pequeno cômodo, onde o Joaquim, meu irmão, construiu o seu "Barezinho", com uma mesa,duas cadeiras e dois bancos, além de uma geladeira, já com bebidas e tira-gosto. O lugar é super fresquinho.

No Carmo, entrevistei o Job Milton Figueiredo Pereira, coletando casos de personagens carmelitanos para o livro Risos do Carmo, que ele está escrevendo comigo.

Na Fazenda Água limpa eu reencontro com o cerne do meu ser. Cada pedra, cada tijolo; cada paineira toca-me de maneira especial; remonta-me à infância, quando ali morei. Ainda hoje ouve-se, ali, o "fogo apagô" na várzea. À tarde, adoro ficar vendo os pássaros indo  para os ninhos, maritacas, tucanos, gaviões, andorinhas.. Ficar ouvindo os sons da minha infância.

 O cenário permanece ali, mágico, estático, exatamente como nos tempos de menina. Só mudam os personagens! Ali, percebe-se claramente a linha do tempo e que a fila anda...

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