segunda-feira, 2 de maio de 2011

NINGUÉM MERECE!

Pensar que o Carmo já teve essa praça...
(Uma pergunta: aquela imagem distorcida é uma menina de verdade ou é um fantasminha do antigo cemitério???)

Ir ao banheiro na rodoviária, ninguém merece. Vamos partir do princípio, que o banheiro seria o cartão de visitas da cidade, o primeiro lugar que nosso turista pode vir a frequentar. Ele é sinistro. Ainda mais para nós que conhecemos a história deste lugar e sabemos que essa construção que abriga a prefeitura, a rodoviária, os bancos, todos estão sobre um cemitério. Um antigo cemitério do antigo Carmo.
Quando o cemitério mudou, foram tirados os ossos dos túmulos. Mas os que repousaram na terra, ficaram por lá. Então, o povo conta que se achava dentes de ouro, relógios, crânios. As crianças até jogavam bola com crânios. Então, foi construído um lindo jardim para dar refresco ao Carmo e também as almas que ali repousaram.
Nas na sanha de destruir, foram tombadas as árvores, suas sombras... Para quê? Que eu me lembre, depois aquilo virou um roseiral, por um tempo. Até que, perdemos a praça.

"Orgulhávamos de uma bonita praça, com várias alamedas repletas de pinheiros, ciprestes e flamboyans, tudo muito bem cuidado, sob os olhares atentos de Nicotinha Paiva, e onde brincávamos em nossa infância.

Infelizmente, em nome do progresso, esta pequena pérola da natureza foi loteada, ali se instalando dois prédios para bancos, um para lojas e uma rodoviária. Onde poderíamos sentar para ouvir pássaros e sentir os aromas da exuberante vegetação, hoje temos um amontoado de comércio, cartórios, fórum, rodoviária, bancos, despachantes, outros tipos de escritórios e casas comerciais, sem qualquer planejamento, trazendo dificuldades para locomoção de transeuntes, circulação de carros e estacionamento." (Edgar Pereira da Silva-Doce Arte da Época Imperial Mineira)

Voltando à Rodoviária. Ela é sinistra. Dá até medo de ver ali uma alma penada. E não tem sequer papel higiênico. Ela não corresponde à nossa finesse! Afinal, o que o turista verá pelas ruas será educação francesa, hospitalidade, delicada culinária, arte, fino artesanato. Nada a ver com o banheiro da rodoviária do Carmo.
Ninguém merece!

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