quarta-feira, 11 de maio de 2011

O CARMO "TURCO"

No Carmo, todos consomem pão de chapa com aliche. As distribuidoras da iguaria garantem que entregam o alimento das casas às oficinas mecânicas, ou seja, é muito popular. O pão de chapa é uma das delícias da culinária síria-libanesa que entrou em nosso cardápio. Eles migraram para o Brasil, para Carmo do Rio Claro no princípio do século. Quem não conhece os "turcos", suas famílias enormes, unidas? Eles todos sorridentes, afáveis, educados. A delicadeza da Mirian e da Eli, a educação do Ralê, do Paulinho e do Marco. A presença marcante da Maisa e seus irmãos, o exotismo das turcas que moravam naquela rua que desce para o São Benedito...Não sei o nome das ruas (na próxima vez, vou anotar, prometo, mas acho que nem as pessoas sabem... O quibe da Dagraça, perfeito, de vento e não de carne moída como os daqui. O charuto de repolho, dentro - recheio de arroz com carne moída...Quem se lembra do Rener e Arribe (quem souber a grafia correta, corrija-me)?
No Carmo tem uma curiosidade, o "turco" Abrahão fazia pizza e o ialiano Arnaldo Cariello fazia quibe.
QUE TESOURO!
Estou encantada com o livro "O Quadro de Saudades" e venho reproduzindo trechos para vocês. Esta escritora, Celeste Noviello, fez um documentário importante, que registra a história da cidade desde os seus primórdios. É ela quem fala dos italianos, dos sírio-libaneses.
Com sua licença, distinta senhora - detalhe: ela não é uma Senhora do Carmo, é uma distinta Senhora de São Gonçalo de Sapucaí, casada com Manoel Villela Ferreira. Com sua licença, reproduzo artigo feito pelo nosso saudoso Dr. Abrahim David:

"- Meus pais David João José e Vitória Esper Curi eram sírio-libaneses. Meu pai veio para o Brasil no ano de 1906, fixando sua residência em Carmo do Rio Claro. Minha mãe chegou um ano depois, residindo, inicialmente na capital de São Paulo. Em 1907, casaram-se naquela cidade, vindo, a seguir, residir em Carmo do Rio Claro, onde constituíram uma família com 12 filhos.
Meu pai, ao longo de muitos anos, desempenhou, nesta cidade, atividades diversas. Foi comerciante, proprietário de uma loja de tecidos e armarinhos, teve uma oficina mecânica, com a primeira bomba de gasolina (manual) instalada em Carmo do Rio Claro, foi proprietário da primeira máquina de beneficiar arroz da cidade, exerceu a agência da Ford, fabricante de veículos dos anos 1928 e 1929, e foi proprietário de várias casas localizadas na antiga Rua do Comércio, hoje Rua Dr. Pedro Tito Pereira. Sensível ao problema do transporte, construiu em um terreno de sua propriedade, situado perto da cidade, um campo de aviação, que muito beneficiou os carmelitanos e seus hóspedes, tal o número de aviões de pequeno porte que nele decolaram e nele aterrisaram, durante largo tempo.
Além do que aqui foi dito, David João José foi proprietário de fazendas no município de Carmo do Rio Claro. Resumindo: foi um cidadão lutador, probo, digno, de quem se recorda com saudade. É o que afirmam quantos o conheceram de perto e mereceram a sua estima.
Aposentado, faleceu em 27 de fevereiro de 1966. Sua esposa faleceu em 1934. "

A TEMPO - SERIA BOM CONSTRUIR DE NOVO NO CARMO UM CAMPO DE POUSO
Eu me lembro do campo de avião. Lá, fui ver o primeiro helicóptero que levantou muita poeira, tivemos que cobrir os olhos. Hoje seria interessante um espaço onde pequenos aviões pudessem pousar. Traria um público classe A para o Carmo. É bom para o turismo da cidade.

Um comentário:

  1. Cleise, o dono da casa de quibe, não era o Davi,era o Arnaldo.
    Lembro da época que ao ouvirmos o ronco do motor do avião ficamos ansiosos para ir ve-lo de perto.O papai tinha um fordinho e nos levava ao São Benedito para que admirássemos de perto aquela " modernidade".Bons tempos de criança....

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