Eu vi de perto a volta dos
exilados. Trabalhava no Jornal Repórter de Minas, um pequeno jornal localizado
no bairro Prado. O jornal ainda era feito primeiro em um filme e depois recortado
e colado em folhas grandes. Não tinha ainda Internet. O diretor era amigo de
sindicalistas e políticos. Lá, vi de perto a volta de deputado Sinval Bambirra,
do líder do sindicado dos tecelões, João Luzia, de José Maria Rabelo. Trabalhei com seu filho, Fernando Rabelo, na Belotur. João Luzia não foi para o exílio, acabou vivendo com outro nome como caseiro em Petrópolis. Lá, teve outra mulher e construiu outra família. Com a anistia, revelou para os filhos e a mulher que tinha outra família em Minas Gerais.
Na
Praça Sinval Bambirra, na Avenida Prudente de Moraes, bairro Vila Paris, o
Prefeito Marcio Lacerda e o Secretário da Regional Centro-Sul, Harley Andrade,
inauguraram um monumento em homenagem ao político e sindicalista Sinval de
Oliveira Bambirra. A escultura é de autoria de Marco Paulo Passos e foi doada
pela família Bambirra.
Sinval de Oliveira Bambirra foi um
importante sindicalista mineiro e político brasileiro. A escultura em homenagem
a ele foi doada pela família e eterniza a memória de um homem que sempre esteve
ao lado da classe trabalhadora, lutando por melhores condições de trabalho,
salariais e culturais. Bambirra nasceu em 1933, em Minas Gerais, na cidade de
Betim, e veio a falecer em 2003, em Belo Horizonte. Exilado durante 15 anos em
Cuba e na Alemanha Oriental, em função do regime ditatorial instalado no Brasil
em 1964, Bambirra nunca deixou de lutar pela solidariedade e igualdade entre os
homens.
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