Na imagem da eterna Dona Olímpia de Ouro Preto, homenageio todos personagens dos meus livros. Conto a história da Tia Isolda, história contada por minha amiga Rô, Rosângela Lemos Pereira, sobre uma tia.
A tia Izolda era como
qualquer velhinha. Andava vestida de saias pretas e. blusas estampadinhas.
Arrumava o cabelo em um coque. Solteirona em seus 80 anos vivia de casa em casa
visitando os parentes.
O que mais encantava os meninos era a
curiosidade que Tia Izolda causava. Chegava com um guarda chuva, uma
frasqueira,uma mala de mão e uma trouxinha de pano. Ninguém sabia o que tinha
naquela trouxinha. Os meninos viviam curiosos: o que será que a tia traz na
trouxinha?
De tia Izolda se sabia que
teve um amor. Ele era peão de boiadeiro e se apresentou na cidade quando ela
era mocinha. De cavalo, flertou com Izolda. Ele se parecia com o cowboy da
malboro e fumava com os mesmos olhos sedutores.
Um dia, Tia Izolda morreu. Rô, uma das
sobrinhas, ao saber do ocorrido, correu a procurar a tal trouxinha. Desamarrou
um pano, tinha outro. Desamarrou o outro, tinha outro. O outro, tinha outro. O
outro tinha outro. Quando chegou ao último pano, que era uma renda já se desmanchando, estava ali o segredo de Tia Izolda revelado: dentro da última
trouxinha havia uma binga de cigarro
Malboro. Seu único tesouro.
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