quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

HISTÓRIA DE FURNAS

Quando a hidrelétrica de Furnas chegou a Carmo do Rio Claro, virou ponto turístico. Os visitantes iam até o canteiro de obras. Uma vez fomos com algumas visitas do Rio de Janeiro. Quase morremos de medo ao atravessar as gigantescas torres. De cima, víamos os operários, que pareciam formiguinhas. Enquanto isto, a região era invadida pelos candangos, pessoas de todo o Brasil foram para o Sul de Minas, dispostos a trabalhar na hidrelétrica. Os que chegaram ao Carmo ficaram no Acampamento; esta é a origem do nome deste bairro. A obra, feita em moldes nada ecologicamente corretos trouxe transtornos e tristeza para a população local. Muitos perderam as melhores terras. 
"As águas alagaram as várzeas em que o povo plantava alho, arroz, feijão e cobriram as árvores que davam lenha para os fogões. Alguns acharam muito ruim perder as terras, mas reclamar de que jeito? As boiadas que passavam diariamente pelos Rochas indo para Três Corações sumiram. Ir para Fama ficou muito difícil. As festas minguaram. A jardineira que ligava Alfenas a Paraguaçu, passando pelos Rochas, parou de circular. Acabou tudo. (Depoimento de Sebastião Teodoro Rocha, morador de Fama, 89 anos de idade, Jornal dos Lagos, n. 2269, 5 de maio de 2007, p. 5).

A cidade [Carmo do Rio Claro] só tinha lavoura de milho e arroz. Os fazendeiros entraram na Justiça contra Furnas e alguns chegaram a armar os empregados. Houve quem quisesse apossar dos fuzis do Tiro de Guerra. Vieram 50 soldados do Exército de Pouso Alegre para retirar os que não queriam sair de suas terras. Com a represa pronta, Carmo morreu, o povo passou fome, muitos foram embora para Boa Esperança, Areado e Alfenas (Depoimento de Pedro Ricardo de Carvalho, morador de Carmo do Rio Claro, 66 anos de idade, Jornal dos Lagos, n. 2269, 5 de maio de 2007,p. 4).

A construção da Hidrelétrica de Furnas estendeu-se de 1958 a 1962. A usina, com capacidade de 1,216 milhão de kW, começou a funcionar em 1963. O reservatório de Furnas desapropriou aproximadamente 5 mil propriedades e inundou cerca de 500 mil ha agricultáveis (Jornal dos Lagos, n. 2269, 5 de maio de 2007, p. 2-3)

JK - O HOMEM QUE SONHOU GRANDE!
As torres nos assombraram quando crianças.

WIKIPÉDIA:
A Usina Hidrelétrica de Furnas foi a primeira a ser construída pela empresa de quem ela herdou o nome. Está localizada no curso médio do Rio Grande, no trecho denominado "Corredeiras das Furnas", entre os municípios de São José da Barra e São João Batista do Glória, em Minas Gerais. No início da construção pertencia ao município de Alpinópolis-, e possui uma potência nominal de 1.216 MW (8 x 152 MW)1 . A operação da Usina de Furnas está certificada pela NBR ISO 9002, desde dezembro de 2000.
Sua construção começou em julho de 1958, tendo a primeira unidade entrado em operação em 1963. A construção dessa usina, uma das maiores da América Latina na época, permitiu que se evitasse o colapso energético do País, na década de 60.
O reservatório, um dos maiores do Brasil, com 1.440 km² e 3.500 km de perímetro, banha 34 municípios de Minas Gerais. A inundação de áreas férteis trouxe prejuízos para os agricultores, mas possibilitou, além do desenvolvimento da região com a nova usina, o aumento da renda relacionada ao turismo, visto que a inundação formou novas e belas paisagens, como os cânions na cidade de Capitólio.
O Lago de Furnas, o Mar de Minas, visto do satélite

A represa cobre uma superfície de 1440 km², atingindo 34 municípios de Minas Gerais. O lago é formado por dois "braços", um a leste e outro a sul da barragem. Do lado leste o principal rio que deságua no lago é o Rio Grande. Do lado sul a represa é formada da junção dos rios Verde, Sapucaí e Machado, além de muitos ribeirões e córregos.

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