sábado, 15 de fevereiro de 2014

Os Fantasmas da minha vida


Histórias de assombração são comuns no interior de Minas. Todos têm as suas. Gostaria  de pedir colaboração dos seguidores deste blog – CONTEM TAMBÉM OS SEUS CASOS DE ASSOMBRAÇÃO.


Ele vinha vindo pela Rua do Cascalho, que vai dar na igrejinha ao pé da serra. Vinha da casa da Tia Lola, quando viu um coelho que começou a correr, este coelho se transformou em uma mulher alta que o perseguiu até a igreja...

Para mim, a história chegou como se o personagem fosse o papai, não tenho certeza.
Foto do jardim que foi derrubado na administração de Zeca Santana. Esta foto é curiosa.Dizem que aquela figura meio embaçada é o fantasma de uma menina. Será?

Onde hoje é a prefeitura e a rodoviária era um cemitério. Segundo o Job, se revirar, ainda sai osso. Quando da mudança de endereço, recolheu-se os ossos dos coronéis, mas muitos ficaram para trás. Tia Dolores conta que os meninos achavam ossos e que até jogaram bola com um crânio. Cruz credo!
Em cima do cemitério nasceu um lindo jardim. Quem plantou foi Dona Nicotinha, que morava numa casa ao lado. Havia pinheiros altos, imponentes! Ela dizia que cada machadada nas árvores que plantara – uma a uma – era uma machadada no seu coração.

A Valmira do Toninho Pereira me contou:
 Uma mulher passava ao lado do jardim arrastando uma corrente e puxando um carrinho. Disse que eles, da janela da casa da tia, ouviam o ranger do carrinho emorriam de medo daquela aparição.

Na Fazenda
Intervenção em foto antiga da Fazenda Água Limpa de autoria de ED FIGUEIREDO, meu irmão, que é também poeta.


Com os olhos fixos nas labaredas de fogo do fogão de lenha. Noites frias de geada. Todo mundo ao pé do fogão de lenha. A casa, sem eletricidade. À luz de velas, lampiões, velinhas de azeite, as sombras se revezam com as luzes. Ali, ao pé do fogão de lenha ouvíamos histórias de arrepiar. Como dormir depois. A criançada – meus irmãos e os filhos da Tia Naíde – andava agarrada uma na roupa da outra, com medo de olhar a escuridão dos grandes salões.

A Claudete, do Jair,  contou que uma vez levou uma mulher de São Paulo à Fazenda Água Limpa (se não for ela, que ela desminta):
Cheguei à fazenda com uma amiga.  Ao sair, ela perguntou: - Vocês vão deixar aquele preto velho que está na cozinha?

Mais recente, aconteceu com um amigo do Batata, um voador de asa delta:
 Ele entrou e viu na sala, chamada ironicamente pelos sobrinhos de Sala dos Espíritos, um homem elegante. Ficou em sua mente o sapato fino e bem lustrado. Entrou, foi pra cozinha. Comeu e degustou da farta e generosa mesa do meu irmão Joaquim e minha cunhada  e irmã, Toninha. Durante todo o dia procurou um sapato fino e bem lustrado. Não encontrou.

Olhos para o mistério

Mas o mais interessante, eu vivenciei. Tenho uma prima médium, a Beth do Elcino (primo da minha mãe, Nivalda).

Todas as noites, eles se encontram no salão. Uma mulher e quatro homens e conversam.

 O filho da Beth, também médium, dormiu do lado do salão. Mudou de quarto pra fugir do `conversê` dos visitantes noturnos.Bem no tempo que a Beth esteve lá, cercada de curiosidade por todos, principalmente pelos sobrinhos...Afinal, ela via o mundo paralelo. Um rapaz foi filmar a fazenda por dentro e apareceram imagens quase nítidas de um velho sentado, de gravata borboleta, uma mulher, uma criança e até um perfeito cachorro.

Juntou a informação sobre a presença dos ilustres visitantes no salão, perto do quarto do papai, onde dormíamos, não conseguia dormir. Fui assaltada totalmente pelos meus medos.Não gosto de escuro completo. Nele, habitam várias assombrações.

Um caso me arrepiava na infância. Da Dona Alcina, mãe da Salete Maiomoni:
Eu vi uma mulher no canto, com um xale, olhando para mim. Esta mulher veio e se sentou na cama, eu senti a cama abaixar... 

Minha mãe também contava uma visão da infância.
Eu estava em Guapé, na fazenda do Tio Evaristo e da Tia Anésia. Um rio cortava a fazenda. Olhava um rio um dia quando vi uma mulher de xale nas cosas.

Sô Joaquim, pai da Toninha contava de uma aparição. Ele dormia na fazenda, passou em uma casinha mais embaixo, por medo dos fantasmas:

-Todas as tardes eu vejo uma mulher na escadaria, vestida de branco.

Estas histórias e estórias fazem parte do imaginário de Carmo do Rio Claro. Faziam a gente sentir um medo gostoso, permitia um encontro com o desconhecido.


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