segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

No Rio de Janeiro




O FUSQUINHA BOMBAVA!
1970 . Mamãe, Nivalda,  estava com depressão profunda. O médico deu um ultimato, vá viajar, descansar. Ela lotou a kombi do Aldo (marido da Tia Naíde) e foi para o Rio de Janeiro com os sete filhos. Descemos na rua Barão da Torre, em Ipanema, para ficar na casa da Tia Neusa e Tio Cândido. Nunca tinha visto o mar e nem prédio. Tudo era novidade!

Chegando, descemos para experimentar pela primeira vez os elevadores. Atrás de nós, desceram sacos de arroz, feijão, batata, doces, roscas etc etc etc de delícias de Carmo do Rio Claro. Por lá, ficamos um mês. Mamãe colocou maiô, acho que pela primeira e última vez na vida. Quase enlouqueceu no beira mar quando eu e Edmundo nos lançávamos nas grandes ondas de Ipanema, nem sabíamos nadar.

Fomos em programas de televisão, onde vi de perto a Leila Diniz. Quando voltamos, estávamos super queimados, em tempos sem protetor solar. Padre Mário, quando viu a kombi pensou que estava lotada  de negros. A depressão da mamãe rendeu também ida ao show da Silvinha. Neste, tive a honra de entregar à cantora um arranjo de flores. E ao show do Sérgio Reis. Antes, passei no hotel - ousada - e deu a ele um coração de papel. Ele cantava - se você pensa que meu coração é de papel....

Ontem, recebi mensagem da minha prima Andréa, que naquela época era menina. Gostou de saber notícias daqueles tempos. Ela e o irmão, Francisco, gêmeos, eram crianças e super sapecas. Viviam jogando tudo pela janela do apartamento, sapatos, roupas....Seu pai, Tio Cândido produzia uma beberagem feito a partir de ovo de codorna. Lembro-me que ele ia a programas de televisão divulgar, era afrodisíaco. Ele era o  típico carioca, gozador, bem humorado. Quando conheceu Tia Neusa, ela estava no convento. Eles se conheceram na porta do colégio onde ela era noviça. Ela desistiu de ser freira e casou-se com ele.

O famoso Bar Garota de Ipanema ficava perto do prédio da tia. Por lá passávamos para ir para o mar. Lembro muito é da limonada geladinha, deliciosa naquele calorão. Ipanema cheirava frutas. De manhãzinha, sentíamos o delicioso aroma do pão da padaria da esquina. Outra coisa digno de fica registrado era o bolo finíssimo e delicado da Tia Neuza. Todos os dias ela batia este bolo e deixava no algo do armário para o dia seguinte. Dormíamos loucos por comê-lo. De manhã, depois do café, praia. Era mais uma garota em Ipanema.

Tia Neuza e Tio Cândido faleceram. Andréa e Francisco residem na Praia dos Amores e raramente vão ao Carmo.

Um comentário:

  1. Lendo seu blog e morrendo de saudades do que não vivi, pelo menos não era tão grande para isso. Ás vezes tenho a impressão que qdo tudo acabar por aqui vou para o Carmo terminar meus dias por lá, sabia. Tenho uma falta de família, de raízes, de voltar para um lar e não para a casa.Quem sabe, prima.

    bjimm querida
    andrea

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